29 janeiro, 2013

Sistema de Captura do Rhynchophorus palmarum com Armadilha Tipo Pet

A broca-do-olho-do-coqueiro, Rhynchophorus palmarum é considerada uma das principais pragas do coqueiro e do dendezeiro. Além de sua larva danificar a região de crescimento (meristema) do coqueiro, o adulto é o principal vetor do nematóide Bursaphelenchus cocophilus, agente causador da doença letal do coqueiro conhecida como anel-vermelho. Uma medida de controle recomendada para evitar a disseminação da doença no campo é reduzir a população do inseto vetor por meio do uso de armadilhas com iscas atrativas. O feromônio de agregação “rhyncophorol”, colocado no interior das armadilhas e em combinação com material atrativo, contribuiu para aumentar a eficiência de captura da praga, além de facilitar o monitoramento da presença da praga em determinada região.
Vários modelos de armadilhas podem ser utilizados na captura de adultos de R. palmarum em plantações de coqueiro e dendezeiro. Dentre os modelos usados destaca-se a armadilha tipo Balde (Figura 1), que possui as desvantagens do elevado custo do recipiente, perdas por roubo e vandalismo, possibilidade de quebra e de ressecamento e um maior gasto com o atrativo alimentar.
Uma nova armadilha foi desenvolvida na Embrapa Tabuleiros Costeiros para disponibilizar no mercado um modelo que fosse, ao mesmo tempo, de baixo custo, eficiente, prático e sem atrativo para roubo. Essa armadilha, feita com material reciclável, foi denominada de armadilha tipo Pet por utilizar na sua fabricação três garrafas plásticas de refrigerante (2 litros cada).

COMO CONFECCIONAR A ARMADILHA TIPO PET


A armadilha tipo Pet é feita basicamente com três garrafas plásticas de refrigerante (Figura 2), compondo-se das seguintes partes:
Parte A - garrafa com o gargalo voltado para baixo, formando um funil que permite a entrada da praga.
Parte B - garrafa cortada a meio centímetro do final da parte afunilada e que serve como câmara de captura dos adultos.
Parte C - garrafa, da qual são retirados o fundo e a parte afunilada do gargalo e que serve para a fixação das partes A e B.
A parte C da armadilha é fixada na parte A com pedaços de arame e na parte B pela pressão das duas garrafas entre si, para facilitar a troca do atrativo (pedaços de cana-de-açúcar ou outro atrativo) e a coleta dos adultos.
Na armadilha devem ser feitos pequenos furos, tanto no fundo, para evitar acúmulo de água (parte B), como nas laterais (partes B e C), para facilitar a aeração no interior da câmara de captura e a difusão do odor dos atrativos para o exterior da armadilha.

COMO TORNAR A ARMADILHA PET ATRATIVA AO RHYNCHOPHORUS PALMARUM


No interior da câmara de captura (parte B) são colocados toletes de cana-de-açúcar com cerca de 10 cm de comprimento, e pendurada no gargalo da garrafa (parte A) uma cápsula do feromônio de agregação de R. palmarum, tendo-se o cuidado de fazer, com uma agulha, um pequeno furo na tampa, para promover a liberação do produto. A cana-de-açúcar tem sido considerada a principal fonte alimentar para ser utilizada nas armadilhas em combinação com o feromônio de agregação do R. palmarum.
Outros materiais atrativos com poder de fermentação também poderão ser utilizados, a exemplo de mamão, inhame, mandioca, casca de coco verde, abacaxi.

DISTRIBUIÇÃO, INSPEÇÃO E MANUTENÇÃO DAS ARMADILHAS NO CAMPO


As armadilhas Pet devem ser distribuídas nas bordaduras do plantio a uma distância média de 200 m entre si, a uma altura aproximada de 0,8 m do chão, de preferência sob arbustos.
A inspeção das armadilhas é feita, de preferência, a cada 8 dias. Entretanto, nos períodos de baixa densidade populacional, as inspeções podem ser realizadas quinzenalmente.
A fonte de feromônio é trocada somente, quando for constatada redução do volume no interior da cápsula, ou quando ocorrerem alterações de coloração ou de consistência do produto. Não há necessidade de substituição da cápsula antes de três meses de exposição.

COLETA E ELIMINAÇÃO DOS ADULTOS CAPTURADOS


A freqüência recomendada para a coleta dos adultos capturados na armadilha Pet é de ou oito dias ou de 15 dias, a depender da densidade populacional da praga na área.
Durante a vistoria das armadilhas os adultos capturados devem ser manualmente eliminados.
Fonte: Joana Maria Santos Ferreira - Pesquisadora da Embrapa Tabuleiros Costeiros, 2007