31 agosto, 2012

Cientista da USP batiza nova espécie em homenagem a David Bowie

Nove tipos de briozoários foram descobertos no litoral brasileiro. Animais são microscópicos e formam colônias no fundo do mar. Na imagem, um Briozoário 'Bugula bowiei', identificado por cientistas no litoral brasileiro.

Cientistas do Centro de Biologia Marinha (Cebimar) da Universidade de São Paulo (USP) descobriram no litoral brasileiro nove espécies novas de briozoários, pequenos animais invertebrados que formam colônias em pedras e sendimentos no mar. Um deles, o Bugula bowiei, foi batizado em homenagem ao músico britânico David Bowie.

Segundo a pesquisa, publicada no período científico "PLoS One", as novas espécies podem ser encontradas em profundidades de zero a 20 metros no fundo do mar. O Bugula bowiei foi identificado no litoral de Alagoas, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. Os briozoários individualmente são microscópicos, e unidos formam colônias que lembram plantas ou corais.

A descoberta das novas espécies agrega conhecimento sobre a presença deste tipo de animal no Oceano Atlântico, mas também significa uma revisão de nomenclatura, afirmou a cientista Karin Fehlauer-Ale para a Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp), que divulgou a descoberta nesta terça-feira (28). Karin foi responsável por batizar a espécie em homenagem à David Bowie, de quem é fã.

Alguns dos seres descobertos eram antes confundidos com espécies típicas da porção norte do Atlântico, que banha países como Estados Unidos e Canadá. As espécies eram consideradas invasoras no Brasil, segundo a pesquisadora.

Erros deste tipo podem resultar em medidas inadequadas contra espécies tidas como invasoras ou à subestimação da biodiversidade do litoral, de acordo com Karin.

Espalhado pelo globo

Figura: Colônia formada por briozoários recém-descobertos.

É normal pensar que os briozoários são animais com posição geográfica bastante limitada, já que eles não se movem na fase adulta e vivem em colônias, na avaliação da pesquisadora ao site da Fapesp.

No entanto, várias espécies estão espalhadas pelo planeta, possivelmente por haverem se fixado em cascos de navio na fase adulta. Karin ressalta que as espécies descobertas equivalem a 60% dos briozoários conhecidos na costa brasileira.

Além da Bugula bowiei, foram encontradas oito espécies: Bugula foliolatan, Bugula guara, Bugula biota, Bugula ingens, Bugula gnoma, Bugula alba, Bugula rochae e Bugula migottoi.

Os nomes homenageiam instituições e professores, como o vice-diretor do Cebimar, Álvaro Migotto (Bugula migottoi) e a professora de zoologia Rosana Rocha, da Universidade Federal do Paraná (Bugula rochae).

Fonte: G1

30 agosto, 2012

Alagoas e Bahia passarão a exportar tabaco para a China

Próximo passo será a liberação de PR e SC após análise que já estão sendo realizados nesses dois Estados.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) do Brasil e a Administração Geral de Qualidade, Inspeção e Quarentena (Aqsiq, em inglês) da China assinaram protocolo para exportação de folhas de tabaco dos Estados de Alagoas e Bahia nesta terça-feira, 28 de agosto.

O Ministério da Agricultura foi representado pelos secretários de Defesa Agropecuária, Ênio Marques; de Relações Internacionais, Célio Porto; e pelo diretor do Departamento de Sanidade Vegetal, Cósam Coutinho.

Em fevereiro deste ano, o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, reuniu-se com o ministro da Aqsiq, Zhi Shuping, para tratar, entre outros temas, da ampliação das áreas autorizadas a exportar tabaco. Após esse encontro, o governo Chinês avaliou requisitos fitossanitários de produção de folha de tabaco dos dois estados nordestinos, que eram os últimos procedimentos legais que faltavam para fechar a negociação.

O protocolo é resultado do reconhecimento oficial de que os Estados da Bahia e Alagoas são livres da praga quarentenária Peronospora tabacina, que é o fungo causador da doença denominada mofo azul do tabaco. O tabaco produzido nesses estados é do tipo escuro curado ao ar, e os produtores serão monitorados quanto a utilização de pesticidas, recebendo orientação para garantir o uso correto e adequado dos pesticidas. O Mapa supervisionará o plantio, colheita, processamento, armazenamento, transporte do tabaco, e será o responsável pela emissão do Certificado Fitossanitário.

A expectativa é que o Brasil irá exportar, por ano, cerca de US$ 200 milhões na exportação de folhas de tabaco para produção de charutos produzidos na Bahia e Alagoas, com a geração de cerca de 50 mil empregos diretos e deverá revitalizar 40 municípios em torno do pólo de Cruz das Almas no Recôncavo Baiano.

Até hoje a China importava tabaco apenas do Rio Grande do Sul. Com o novo protocolo foi ampliada a habilitação para os Estados da Bahia e Alagoas, e o próximo passo será vinda de uma missão chinesa ao Paraná e Santa Catarina, com o objetivo de auditar o processo de cultivo, armazenamento e transporte, assim como, avaliar, conjuntamente com técnicos do Mapa, os resultados de monitoramento e análise das folhas de tabaco produzidas nesses Estados.

De acordo com Mendes Ribeiro, os governos dos dois países querem reforçar cada vez mais a cooperação e estão prontos para resolver, por meio de consultas, os problemas relacionados à inspeção que impeçam o comércio bilateral de alimentos e produtos agrícolas.

Mercado

Os secretários do Mapa ainda trataram com representantes da pasta chinesa sobre o aumento do número de estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carnes de suínos, aves e bovinos. Outro tema em pauta foi o processo de análise de risco para exportar milho para a China.

Fonte: Ministério da Agricultura

Zoneamento agrícola orienta plantio de melancia e milheto

Estudo vale para as duas culturas durante o ano-safra 2012/13 no Rio Grande do Sul.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, 29 de agosto, o zoneamento agrícola para as culturas da melancia em regime de sequeiro e de milheto no Rio Grande do Sul. A orientação vale para o ano-safra 2012/13.

Os elementos climáticos de maior relevância para o cultivo da melancia são temperatura, umidade relativa do ar, pluviosidade e fotoperíodo. Clima ameno a quente, dias longos e baixa umidade relativa do ar favorecem o desenvolvimento da cultura e a qualidade dos frutos. A produtividade da cultura vem apresentando, nos últimos anos, grande incremento devido, principalmente, aos cultivos conduzidos com irrigação. No Brasil, segundo dados do IBGE 2009, os principais estados produtores são Rio Grande do Sul, Bahia e Goiás, com produtividades médias, respectivamente, de 18,40, 19,55 e 34,65 toneladas/hectare.

Utilizado principalmente como planta forrageira na região Sul, o milheto também pode ser usado na recuperação de pastagens, na integração agricultura-pecuária e na produção de silagem em regiões com déficit hídrico. Os fatores climáticos que influenciam o desenvolvimento, a produção e a produtividade da cultura são: a temperatura, o fotoperíodo e a precipitação pluviométrica. O milheto adapta-se bem a vários tipos de solos, apresentando ótimas produtividades em solos de média a boa fertilidade, não tolerando solos excessivamente úmidos.

Com a divulgação do zoneamento agrícola, o Ministério da Agricultura quer identificar os municípios aptos e os períodos de semeadura com menor risco climático para o cultivo das culturas no Rio Grande do Sul, destacou o coordenador geral de Zoneamento do Mapa, Gustavo Bracale.

Fonte: Ministério da Agricultura

Plano Agrícola e Pecuário 2012/2013 é destacado por Mendes

Ministro destacou os R$ 115 bilhões de recursos disponibilizados pelo Governo Federal.

O Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, participou do debate sobre “Políticas Públicas para a Agropecuária e Agricultura Familiar, nesta quinta-feira, às 14h30, na casa da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, durante a 35ª Expointer, em Esteio.

Mendes Ribeiro destacou os R$ 115, 25 bilhões de recursos disponibilizados pelo Governo Federal no Plano Agrícola e Pecuário 2012/2013 (PAP), lançado no final de junho deste ano. “Não tenho dúvida de que este é o maior Plano Agrícola já anunciado nos últimos anos. Com esses recursos, vamos criar condições necessárias para o aumento da produção e da produtividade agrícola brasileira” ressaltou. Mendes também chamou a atenção para a redução dos juros na tomada dos financiamentos pelo produtor rural, tanto para custeio, como investimento, que baixaram de 6,75% para 5,5% ao ano.

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, o presidente da Assembleia Legislativa do RS, Alexandre Postal, demais deputados estaduais e entidades do setor também marcaram presença . O encontro foi promovido pela Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo (CAPC), em parceria com a presidência da Assembleia Legislativa.

Fonte: Ministério da Agricultura

27 agosto, 2012

Tempo fica instável, com pancadas de chuva e trovoadas no Sul

No restante do País uma massa de ar seco deixa os índices de umidade baixos.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) alerta para condições meteorológicas para chuva e granizo no Sul, segundo o Aviso Especial Nº 227. O alerta é válido para esta segunda-feira, 27 de agosto.

Na segunda-feira, 27 de agosto, o tempo fica instável, com pancadas de chuva e trovoadas e há possibilidade de queda de granizo, no centro, leste e nordeste do Rio Grande do Sul e no sudeste de Santa Catarina. No sudeste de São Paulo, litoral norte do Rio de Janeiro e no litoral sul do Espírito Santo deve chover. No Nordeste, o transporte de umidade do oceano para o continente ocasionará chuvas no desde o litoral da Bahia até o litoral do Rio Grande do Norte.

Há previsão de pancadas de chuva isoladas no norte e oeste do Amazonas, em Roraima, Amapá e no norte do Pará. No restante do País uma massa de ar seco deixa os índices de umidade baixos.

Fonte: Ministério da Agricultura

Feijão

Características da cultura
Importância econômica
Clima
Solos
Calagem e Adubação
Plantio
Manejo de plantas daninhas
Doenças e métodos de controle
Pragas e métodos de controle
Colheita e pós-colheita

Feijão - Manejo de plantas daninhas

O manejo de plantas daninhas envolve atividades dirigidas às plantas daninhas (manejo direto) e ao sistema formado pelo solo e pela cultura (manejo indireto). O manejo direto refere-se à eliminação das plantas daninhas com uso de herbicidas, ação mecânica ou manual e ação biológica. Para o uso de herbicidas é necessário identificar as plantas daninhas e o estádio de crescimento para a recomendação de doses e tipos de herbicidas. No manejo do solo (manejo indireto) trabalha-se com a relação sementes ativas e inativas. Neste caso, a recomendação é diminuir o banco de sementes das plantas daninhas, promovendo a germinação destas espécies antes do plantio e depois controlá-las com o uso de técnicas como, por exemplo, a aplicação seqüencial de dessecantes.

O manejo cultural se baseia na construção de plantas de feijoeiro com capacidade de manifestar seu potencial produtivo máximo e competir com as plantas daninhas, pela utilização de práticas como o equilíbrio na fertilidade do solo, o estande de plantas uniforme, o manejo de adubação, o arranjo espacial das plantas e a época adequada de plantio. Outro tipo de manejo cultural é o uso de cobertura morta, com capacidade de diminuição da emergência das plantas daninhas por efeitos alelopáticos e físicos. O plantio consorciado de culturas com forrageiras antes do plantio do feijão está sendo uma prática usada para a produção da cobertura morta, sem afetar o cronograma de plantio do produtor. Todas estas práticas do manejo de plantas daninhas têm a finalidade de aumentar a eficiência e a economicidade da lavoura; a preservação ambiental, evita o adensamento do solo, o acúmulo de resíduos de herbicidas e a seleção de plantas daninhas resistentes.

Fonte: Sistemas de Produção EMBRAPA

Feijão - Colheita e pós-colheita

A mecanização do feijoeiro, independente do sistema de cultivo empregado, não apresenta maiores problemas nas operações agrícolas realizadas antes da colheita e no beneficiamento dos grãos. São utilizados equipamentos convencionais a outras culturas, como a do arroz, do milho e da soja, para preparo do solo, semeadura, tratos culturais e limpeza e classificação dos grãos. Entretanto, para mecanizar a colheita do feijoeiro diversos fatores relacionados ao sistema de cultivo, à área de plantio e à planta (ocorrência de planta acamada, maturação desuniforme, baixa altura de inserção e fácil deiscência de vagens) têm dificultado o emprego de colhedoras convencionais.

Diversos métodos são usados na colheita do feijoeiro, os quais variam em função do sistema de cultivo, do tipo de planta e do tamanho da lavoura.

O arranquio mecanizado das plantas de feijão é pouco utilizado no Brasil, devido ao elevado percentual de perda de grãos provocado por essa operação. Os equipamentos, até então disponibilizados no mercado nacional, eram providos de facão ou de barra giratória que arrancavam as plantas ao trabalharem abaixo da superfície do solo. Recentemente, foi disponibilizado no mercado um equipamento mais eficiente para ceifar as plantas sobre o solo, acionado pelo trator ou pela colhedora convencional.

Com o surgimento de grandes lavouras em monocultivo, a colheita tem sido feita por processos semi-mecanizados (arranquio manual das plantas e trilhamento com recolhedora trilhadora); mecanizado indireto em duas operações (ceifamento das plantas com ceifadora e trilhamento com recolhedora trilhadora) e mecanizado direto em uma operação com colhedora automotriz apropriada.

As colhedoras automotrizes convencionais apresentam desempenho insatisfatório no feijoeiro em relação à perda e à danificação de grãos. Porém, uma melhoria no desempenho dessas máquinas tem sido obtida ao equipá-las com plataformas de corte flexíveis e com mecanismos para diminuir a danificação e a mistura de terra nos grãos.

Para que a ceifadora de plantas ou a recolhedora trilhadora ou a colhedora automotriz tenha desempenho satisfatório, proporcionando baixo percentual de perdas de grãos e boa capacidade de trabalho, é necessária a adoção de diversos procedimentos nas fases de instalação, condução e colheita do feijoeiro. O terreno para a instalação da lavoura deve estar adequadamente preparado para receber as sementes e os adubos. Após o preparo, o solo deve ficar sem valetas, buracos, raízes e plantas daninhas para facilitar o trabalho da colhedora. A semeadura deve ser feita para se obter espaçamentos uniformes entre plantas. Velocidade de operação da semeadora inferior a 6 km/h e o uso de mecanismos apropriados e bem regulados para dosar sementes e adubos e para movimentar o solo contribuem para a melhoria da qualidade do plantio. A lavoura deve ser conduzida para controlar plantas daninhas, doenças ou pragas e ser adubada na época recomendada, de forma a favorecer a colheita. A colheita feita fora de época afeta a produção da lavoura por aumentar a percentagem de perda de grãos. Quando o feijoeiro é deixado por um longo período no campo após a maturação, ocorrem perdas de grãos pela deiscência das vagens, seja natural ou provocada pela operação de arranquio das plantas, principalmente em regiões de clima quente e seco. Retardamento na colheita também deprecia os grãos, que ficam expostas por mais tempo ao ataque de pragas. A uniformidade de maturação das plantas e das vagens é um fator de extrema importância para que a colheita seja processada em ótimas condições. Fatores relacionados ao solo, à topografia do terreno, ao ambiente, às práticas culturais, às doenças, à disponibilidade de água para as plantas e ao hábito de crescimento das cultivares causam desuniformidade na maturação do feijoeiro.

Conforme a colheita, o beneficiamento do feijão também constitui-se numa operação de grande importância, pois os métodos de colheita não proporcionam um produto final limpo e padronizado em condições de ser comercializado. É necessário que o produto colhido passe por um processo de limpeza para melhorar a pureza, germinação e vigor. O beneficiamento é feito, geralmente, por dois equipamentos principais: a máquina de ar e peneira e a máquina densimétrica que possui mais recursos para separar impurezas de tamanho e densidade próximos da semente. Após o beneficiamento, o feijão armazenado, destinado ao plantio ou ao consumo, deve receber tratamentos especiais para evitar sua depreciação.

Fonte: Sistemas de Produção EMBRAPA

Feijão - Pragas

Ao cultivo do feijoeiro pode estar associada uma série de espécies de artrópodes e moluscos, que podem causar reduções no rendimento do feijoeiro que varia de 11 a 100%, dependendo da espécie da praga, da cultivar plantada e da época de plantio.

Dentre as principais pragas com ocorrência generalizada nas regiões produtoras incluem a mosca-branca, as vaquinhas, a cigarrinha-verde e os carunchos.

Pragas principais com ocorrência regional incluem o ácaro-branco, a larva-minadora, a lagarta das folhas, os tripes, a lagarta-elasmo, a lagarta rosca, as lesmas, as lagartas-das-vagens e os percevejos.

Como pragas ocasionais e de ocorrência localizada tem-se o ácaro rajado, a bicheira-do-feijoeiro, a broca-das-axilas, a broca-da-vagem, o gorgulho-do-solo e o tamanduá-da-soja.

Tecnologias de manejo integrado de pragas do feijoeiro (MIP-Feijão), se bem implementadas, podem reduzir, em média, 50% a aplicação de químicos, sem aumentar o risco de perdas de produção devido ao ataque de pragas. O MIP-Feijão leva em consideração o reconhecimento das pragas que realmente causam danos à cultura, a capacidade de recuperação das plantas aos danos causados pelas pragas, o número máximo de indivíduos dessas pragas que podem ser tolerados antes que ocorra dano econômico (nível de controle), e o uso de inseticidas seletivos de forma criteriosa. Desta forma, espera-se produzir feijão mais eficientemente, minimizando os custos, diminuindo o impacto ambiental dos produtos químicos e garantindo a sobrevivência dos inimigos naturais das pragas (insetos benéficos).

Fonte: Sistemas de Produção EMBRAPA

Feijão - Doenças

O feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris L.) é cultivado durante todo o ano, numa grande diversidade de ecossistemas, o que faz com que inúmeros fatores tornem-se limitantes para a sua produção. Entre estes fatores, um dos principais são as doenças as quais, além de diminuírem a produtividade da cultura, depreciam a qualidade do produto.

O feijoeiro é hospedeiro de inúmeras doenças de origem fúngica, bacteriana e virótica. As doenças fúngicas estão divididas em dois grupos com base na sua origem. Assim, temos as doenças denominadas da parte aérea e cujos agentes causais não sobrevivem no solo e, as doenças de solo, cujos agentes causais encontram-se adaptados para sobreviverem neste ambiente. Entre as principais doenças fúngicas, da parte aérea do feijoeiro comum encontram-se a antracnose, a mancha-angular, a ferrugem, o oídio e a mancha-de-alternária além de duas outras recentemente identificadas nesta cultura e denominadas de sarna e carvão. Entre as principais doenças cujos agentes causais apresentam capacidade de sobreviver no solo encontram-se o mofo-branco, a mela, a podridão-radicular-de-Rhizoctonia, podridão-radicular-seca, a murcha-de-fusário e a podridão-cinzenta-do-caule. As doenças de origem bacteriana mais importantes são o crestamento-bacteriano-comum e a murcha-de-Curtobacterium. Os vírus do mosaico-comum e do mosaico-dourado são as doenças viróticas de maior importância que podem ocorrer na cultura do feijoeiro comum.

Com exceção da ferrugem, do oídio e do mosaico dourado todas as doenças, com maior ou menor intensidade, são transmitidas pelas sementes. De um modo geral, as doenças de origem fúngica e bacteriana podem ser disseminadas, à longa distância através das sementes infectadas e as doenças fúngicas, também através das correntes aéreas. Á curta distância, estas doenças são disseminadas pelas sementes infectadas, vento, chuvas, insetos, animais, partículas de solo aderidas aos implementos agrícolas, água de irrigação e pelo movimento do homem. O vírus do mosaico-comum é transmitido pelas sementes e por afídeos enquanto que o vírus do mosaico-dourado é transmitido pela mosca-branca.

As condições de ambiente que favorecem as principais enfermidades variam desde temperaturas moderadas (antracnose, oídio, mofo-branco, podridão-radicular-de-Rhizoctonia) a altas (ferrugem, mancha-angular, mela, podridão-cinzenta-do-caule, podridão-radicular-seca, crestamento-bacteriano-comum e murcha-de-Curtobacterium), alta umidade relativa ou água livre (maioria das doenças) ou baixa umidade tanto do ar como do solo para o oídio e a podridão- cinzenta-do-caule.

Para o controle da maioria destas doenças deve-se utilizar, sempre que possível, uma combinação adequada de métodos. Entre os mais empregados, encontram-se as práticas culturais, o controle químico e a resistência da cultivar a um ou mais patógenos desde que disponível. Como sugestão, pode-se citar uma série de práticas que os produtores devem empregar com a finalidade de diminuir as perdas ocasionadas pelas doenças: isolamento da cultura, eliminação do hospedeiro do patógeno ou do vetor, evitar introdução na área de resíduos de cultura ou de solo infectado, utilização de semente de qualidade, tratamento químico da semente, época de semeadura, rotação de culturas, preparo do solo, aração profunda, aumento do espaçamento, cobertura morta do solo, controle da água de irrigação, uso de herbicidas, cultivares resistentes, pulverizações foliares com fungicidas/inseticidas, destruição dos resíduos de culturas infectadas, entre outras.

Fonte: Sistemas de Produção EMBRAPA

Feijão - Plantio

Para se obter sucesso em uma lavoura é importante reunir todas as condições que favoreçam a planta a expressar todo o seu potencial produtivo.

A escolha da área, a qualidade das sementes e a operação de semeadura, especialmente no que se refere à época, à profundidade em que as sementes são colocadas, o espaçamento entre fileiras e o número de sementes por metro, são fatores bastante importantes e devem ser levados em consideração.

O feijoeiro é uma planta com sistema radicular delicado, com sua maior parte concentrada na camada de até 20 cm de profundidade do solo, por isso, deve-se ter um cuidado especial na escolha da área. Solos pesados, compactados, sujeitos a formar crosta na superfície ou ao encharcamento não são adequados para a cultura do feijoeiro, recomendam-se solos friáveis, com boa aeração, de textura areno-argilosa, relativamente profundos e ricos em matéria orgânica e elementos nutritivos.

A semente de boa qualidade permite a formação de lavoura uniforme, maximiza o aproveitamento dos demais insumos utilizados, evita a propagação e diminui as fontes de contaminação de doenças na lavoura, reduz a disseminação de plantas nocivas e a agressividade daquelas já presentes no solo. O seu custo corresponde normalmente de 10 a 20% do custo total da lavoura.

Quanto à semeadura, as épocas recomendadas concentram-se, basicamente, em três períodos, o chamado das "águas", nos meses de setembro a novembro, o da "seca" ou safrinha, de janeiro a março, e o de outono-inverno ou terceira época, nos meses de maio a julho. No plantio de outono-inverno ou terceira época, que só pode ser conduzido em regiões onde o inverno é ameno, sem ocorrência de geadas, como em algumas áreas de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Espírito Santo, o agricultor, via de regra, necessita irrigar a lavoura. Na época da "seca" nem sempre as chuvas são suficientes durante todo o ciclo da cultura, sendo conveniente, neste caso, complementar com irrigação.

A profundidade de semeadura pode variar conforme o tipo de solo. Em geral recomendam-se de 3-4 cm para solos argilosos ou úmidos e de 5-6 cm para solos arenosos.

A densidade, ou o número de plantas por unidade de área, é resultado da combinação de espaçamento entre fileiras de plantas e número de plantas por metro de fileira. Espaçamentos de 0,40 a 0,60 m entre fileiras e com 10 a 15 plantas por metro, em geral proporcionam os melhores rendimentos.

O gasto de sementes varia em função de diferentes fatores: a) espaçamento entre fileiras, b) número de plantas por metro de fileira, c) massa das sementes, e d) poder germinativo. Portanto, considerando esses fatores, verifica-se que ele normalmente varia numa faixa de 45 a 120 kg por hectare.

Fonte: Sistemas de Produção EMBRAPA

Feijão - Calagem e Adubação

A correção da acidez do solo e a adubação das culturas, são tidas como práticas comprovadamente indispensáveis ao manejo dos solos. Entre as tecnologias indicadas na produção de feijão, a calagem e a adubação nitrogenada são as que têm gerado maior número de questionamentos. Quanto à calagem, as dúvidas mais freqüentes são em relação à eficiência de sua aplicação em superfície.

Em relação ao nitrogênio, as dúvidas vão desde reações e mecanismos controladores da disponibilidade do N no solo, características e reações no solo das diferentes fontes de nitrogênio, até à prática da adubação, quanto a fontes, doses, métodos de aplicação, época mais adequada de aplicação durante o ciclo da cultura e a necessidade de seu parcelamento e, sobretudo, quanto aos seus aspectos econômicos. Estas técnicas de manejo de adubação, ainda são a melhor estratégia utilizada para maximizar a eficiência de uso do nitrogênio e permitir aos produtores obterem máximo retorno econômico do uso de fertilizantes.

Da mesma forma que existem muitas dúvidas sobre adubação das culturas e da correção da acidez do solo, existem, também, muitos problemas práticos relacionados com transformação no solo dos resíduos orgânicos vegetais e com a aplicação de micronutrientes.

A prática da adubação depende, de vários fatores, os quais devem ser previamente analisados no sentido de aconselhar aos agricultores a praticarem uma adubação mais adequada, quanto aos aspectos agronômico (que obtenha maior eficiência dos fertilizantes) e econômico (que resulte em maior renda líquida ao produtor).

Uma recomendação de adubação que atenda a estes princípios deve ser fundamentada nos seguintes aspectos:

a) em resultados de análises de solo complementada pela análise de planta;
b) numa análise do histórico da área;
c) no conhecimento agronômico da cultura;
d) no comportamento ou tipo da cultivar;
e) no comportamento dos fertilizantes no solo;
f) na disponibilidade de capital do agricultor para aquisição de fertilizantes;
g) na expectativa de produtividade.

Portanto, a recomendação de adubação para o feijoeiro, bem como para qualquer outra cultura, depende da análise cuidadosa de todos esses fatores, ressaltando que não existe uma regra geral a seguir nas recomendações de adubação.

Quanto à cultura do feijoeiro, a quantidade de fertilizantes varia de acordo com a época de plantio, quantidade e tipo de resíduo deixado na superfície do solo pela cultura anterior, e com a expectativa de rendimento. Geralmente, varia de 60 a 150 kg ha-1 de nitrogênio, sendo recomendado a aplicação em duas vezes; de 60 a 120 kg ha-1 de P2O5 , dependendo, evidentemente, do teor disponível de fósforo no solo, das condições de risco e da expectativa de rendimento de grãos e de 30 a 90 kg ha-1 de K2O, e a fonte de potássio, na maioria da vezes, é o cloreto de potássio (60% de K2O).

Pesquisas realizadas com feijão irrigado na Embrapa Arroz e Feijão, quanto à calagem e à adubação de plantio, evidenciaram aumentos de até 54% na produtividade do feijoeiro (cultivar Aporé), decorrentes da calagem e de uma dose econômica de adubação N-P2O5-K2O, no plantio, de aproximadamente 400 kg ha-1 do formulado 4-30-16.

A adubação fosfatada corretiva é indicada para solos argilosos com teores de fósforo abaixo de 1,0 a 2,0 mg dm-3 e arenosos com teores abaixo de 6 a 10 mg dm-3. Esta recomendação serve tanto para áreas de cultivo convencional (com revolvimento do solo), como para as áreas onde se pretende iniciar com o sistema plantio direto, devendo ressaltar que o fertilizante deverá ser incorporado ao solo. A necessidade para aplicação a lanço, varia de 120 a 240 kg ha-1 de P2O5, com base no teor total, no primeiro ano de cultivo, dependendo do teor inicial de fósforo e da textura do solo. Neste caso, as fontes de fósforo mais indicadas são, entre outras, o termofosfato yoorin (cerca de 17 a 18% de P2O5 total), os hiperfosfatos Arad (33% de P2O5 total) e Gafsa (29% de P2O5 total) e alguns fosfatos parcialmente solubilizados.

Fonte: Sistemas de Produção EMBRAPA

Feijão - Solos

O solo é um mineral não consolidado na superfície da terra, influenciado por fatores genéticos e ambientais, como material de origem, topografia, clima (temperatura e umidade) e microrganismos, que se encarregaram de formar o solo, no decorrer de um certo tempo, e é sempre diferente, nas suas propriedades e características físicas, químicas, biológicas e morfológicas do material de origem. O manejo apropriado está relacionado com sua classificação, que destaca suas características gerais ou específicas. Os grupos amplos são feitos com base em características gerais e as subdivisões com base em diferenças em propriedades específicas. As propriedades morfológicas, físicas, químicas e mineralógicas são critérios distintivos.

A maioria dos solos de cerrado onde o feijoeiro é cultivado são Oxissolos e possuem baixa fertilidade. Os valores médios das propriedades químicas dos solos de cerrado em estado natural são: pH 5,2; P 2 mg kg-1, K < 50 mg kg-1; Ca < 1,5 cmolc kg-1; Mg < 1 cmolc kg-1, Zn e Cu em torno de 1 mg kg-1, matéria orgânica na faixa de 15 a 25 g kg-1 e saturação por bases < 25%.

Baseado nestes dados, pode-se concluir que os solos de cerrado são ácidos e de baixa fertilidade. Portanto, o manejo da fertilidade é um dos aspectos mais importante na produção das culturas neste solos.

Fonte: Sistemas de Produção EMBRAPA

24 agosto, 2012

Feijão - Clima

Dentre os elementos climáticos que mais influenciam na produção de feijão salientam-se a temperatura, a precipitação pluvial e a radiação solar. Em relação ao fotoperíodo, a planta de feijão pode ser considerada fotoneutra.

A temperatura é o elemento climático que mais exerce influência sobre a porcentagem de vingamento de vagens e, de maneira geral, faz referência sobre o efeito prejudicial das altas temperaturas sobre o florescimento e a frutificação do feijoeiro. Temperaturas baixas reduzem os rendimentos de feijão, por provocar abortamento de flores, que por sua vez pode, também, resultar em falhas nos órgãos reprodutores masculino e feminino. Alta temperatura acompanhada de baixa umidade relativa do ar e ventos fortes têm maior influência no pegamento e retenção de vagens.

A diversidade climática, presente em todo território brasileiro, faz com que ocorram temperaturas abaixo de 0°C no Sul durante o inverno, contrastando com altas temperaturas e umidade relativa do ar elevada (>80%) nos estados localizados na região Norte. Estas condições inviabilizam o cultivo de feijão na Região Sul na época de inverno, da mesma forma que o limitam também no Norte, devido ao maior risco de ocorrência de doenças.

O feijão é mais suscetível à deficiência hídrica durante a floração e o estádio inicial de formação das vagens. O período crítico se situa 15 dias antes da floração. Ocorrendo déficit hídrico, haverá queda no rendimento devido à redução do número de vagens por planta e, em menor escala, à diminuição do número de sementes por vagem.

Devido à irregularidade na distribuição pluvial, o risco climático, que é caracterizado pela quantidade de água no solo disponível para as culturas, é acentuado em função da diminuição freqüente na quantidade de água para as culturas. Muitas vezes, esta irregularidade pluvial é traduzida por períodos sem chuva que duram de 5 a 35 dias, principalmente no cerrados brasileiro, podendo provocar redução na produção de grãos. Entretanto, acredita-se que o efeito negativo causado pela diminuição de água pode ser minimizado conhecendo-se as características pluviais de cada região e o comportamento das culturas em suas distintas fases fenológicas, ou seja, semeando naqueles períodos em que a probabilidade de diminuição da precipitação pluvial é menor durante, principalmente, a fase de florescimento-enchimento de grãos.

As simulações do balanço hídrico associadas a técnicas de geoprocessamento, permitiram identificar no tempo e no espaço, as melhores datas de semeadura do feijoeiro nas diferentes regiões do Brasil. Com chance de perda de dois anos em dez, ou seja, 80% de chances de sucesso, evitando-se o veranico na fase de enchimento de grãos. As variáveis a serem consideradas por ordem de importância são: retenção de água no solo e duração do ciclo. Quanto maior a capacidade de armazenamento de água no solo, associado ao ciclo mais curto, menores serão as perdas. O risco de perda se acentua quanto mais tarde for à semeadura, independente do solo e do ciclo da cultura. De forma geral, é possível concluir que, para semeaduras realizadas após 15 de fevereiro, o risco climático é bastante acentuado para a cultura do feijoeiro, exceto em algumas localidades do Estado de Mato Grosso, o qual apresenta uma distribuição pluvial bastante regular.

Fonte: Sistemas de Produção EMBRAPA

Feijão - Importância econômica

Os grãos de feijão representam uma importante fonte protéica na dieta humana dos países em desenvolvimento das regiões tropicais e subtropicais, particularmente nas Américas (47% da produção mundial) e no leste e sul da África (10% da produção mundial). Seu consumo per capita no Brasil situou-se, em 2001, em 14,9 kg/hab/ano, e, na década de 70, chegou a alcançar patamares de 23-24 kg/hab/ano, sendo esta redução atribuída, ao longo do tempo, a vários fatores. Há grandes variações regionais quanto ao gosto e preferência por tipos de grãos consumidos.

O feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris L.) é a espécie mais cultivada entre as demais do gênero Phaseolus. Considerando todos os gêneros e espécies englobados como feijão nas estatísticas da FAO, este envolve cerca de 107 países produtores em todo o mundo. Considerando somente o gênero Phaseolus, o Brasil é o maior produtor, seguido do México. Entretanto, a produção brasileira de feijão tem sido insuficiente para abastecer o mercado interno, devido à redução na área plantada, da ordem de 35%, nos últimos 17 anos. Mesmo o aumento de 48% na produtividade, verificado neste período, ainda resultou numa diminuição de 4% na produção, portanto, não sendo suficiente para atender a demanda.

O cultivo dessa leguminosa é bastante difundido em todo o território nacional, no sistema solteiro ou consorciado com outras culturas. É reconhecida como cultura de subsistência em pequenas propriedades, muito embora tenha havido, nos últimos 20 anos, crescente interesse de produtores de outras classes, adotando tecnologias avançadas, incluindo a irrigação e a colheita mecanizada. O sistema de comercialização é o mais variado possível, com predomínio de um pequeno grupo de atacadistas que concentra a distribuição da produção, gerando, muitas vezes, especulações quando ocorrem problemas na produção. Com a informatização, os produtores terão maior facilidade de acesso às informações de mercado, criando melhores possibilidades de comercialização do produto, e, conseqüentemente, gerando maior renda. A falta de informação para a comercialização do produto é um dos pontos de estrangulamento da cadeia produtiva desta cultura.

Dependendo da região, o plantio de feijão no Brasil é feito ao longo do ano, em três épocas, de tal forma que, em qualquer mês, sempre haverá produção de feijão em algum ponto do país, o que contribui para o abastecimento interno.

Em todas as safras de feijão cultivadas no Brasil, a condição predominante de posse da terra dos produtores é de proprietários (1a Safra = 69,9%; 2a Safra = 81,3%; e 3a Safra = 75,4%), vindo a seguir a condição de ocupante.

Considerando todos os gêneros e espécies de feijão englobados nas estatísticas da FAO (2001), a produção mundial de feijão, situou-se em torno de 16,8 milhões de toneladas, ocupando uma área de 23,2 milhões de hectares. Cerca de 65,1% da produção foram oriundos de apenas sete países, sendo a Índia responsável por 15,3% e o Brasil 14,6%. Apesar do pequeno volume de produção mundial de feijão, cerca de 14% são produzidos para exportação. Em 2000, cinco países foram responsáveis por 80,2% dessa exportação: Myanmar, 26,9%; China, 18,5%; Estados Unidos, 14,5%; Argentina, 11,0%; e Canadá, 9,3%, movimentando-se cerca de 1 bilhão de dólares com a transação deste produto.

Fonte: Sistemas de Produção EMBRAPA

Feijão - Características da Cultura

Cultivado por pequenos e grandes produtores, em diversificados sistemas de produção e em todas as regiões brasileiras, o feijoeiro comum reveste-se de grande importância econômica e social. Dependendo da cultivar e da temperatura ambiente, pode apresentar ciclos variando de 65 a 100 dias, o que o torna uma cultura apropriada para compor, desde sistemas agrícolas intensivos irrigados, altamente tecnificados, até aqueles com baixo uso tecnológico, principalmente de subsistência. As variações observadas na preferência dos consumidores, orientam a pesquisa tecnológica e direcionam a produção e comercialização do produto, pois as regiões brasileiras são bem definidas quanto à preferência do grão de feijoeiro comum consumido. Algumas características como a cor, o tamanho e o brilho do grão, podem determinar o seu consumo, enquanto a cor do halo pode também influenciar na comercialização. Os grãos menores e opacos são mais aceitos que os maiores e que apresentam brilho. A preferência do consumidor norteia a seleção e obtenção de novas cultivares, exigindo destas não apenas boas características agronômicas, mas também valor comercial no varejo.

O feijão preto é mais popular no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, sul e leste do Paraná, Rio de Janeiro, sudeste de Minas Gerais e sul do Espírito Santo. No restante do país este tipo de grão tem pouco ou quase nenhum valor comercial ou aceitação. O feijões de grão tipo carioca são aceitos em praticamente todo o Brasil, daí que 53% da área cultivada é semeada com este tipo grão. O feijão mulatinho é mais aceito na Região Nordeste e os tipos roxo e rosinha são mais populares nos Estados de Minas Gerais e Goiás. Centenas de cultivares de feijoeiro comum são cultivados no Brasil e normalmente possuem sementes pequenas, embora possam também ser encontradas, em algumas regiões, tipos de tamanho médio e grande, como os feijões enxofre e jalo e mulatinho com estrias vermelhas (Chita Fina e Bagajó), e branco importado encontrado nos supermercados.

Graças às suas comprovadas propriedades nutritivas e terapêuticas, o feijão é altamente desejável como componentes em dietas de combate à fome e à desnutrição. Ademais, ocorre uma interessante complementação protéica quando o feijão é combinado com cereais, especialmente o arroz, proporcionando, em conjunto, os oito aminoácidos essenciais ao nosso organismo. Além do seu conteúdo protéico, o elevado teor de fibra alimentar, com seus reconhecidos efeitos hipocolesterolêmico e hipoglicêmico, aliado às vitaminas (especialmente do complexo B) e aos carboidratos, tornam o seu consumo altamente vantajoso como alimento funcional, representando importante fonte de nutrientes, de energia e atuando na prevenção de distúrbios cardiovasculares e vários tipos de câncer.

Fonte: Sistemas de Produção EMBRAPA

17 agosto, 2012

Queimadas agrícolas provocam prejuízos ao solo e à produção

Utilizada para limpar e preparar o solo para o plantio, a queimada ainda é uma prática comum entre agricultores, principalmente com menos recursos financeiros. No entanto usar o fogo com esses objetivos não traz nenhum benefício ao produtor. Pelo contrário. Essa prática primitiva causa danos ao solo e aos demais recursos naturais. É o que explica o coordenador substituto de Manejo Sustentável dos Sistemas Produtivos da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Luiz Novais de Almeida.

Agosto tem o maior índice de registro de incidências de queimadas no país. “Sob o ponto de vista agronômico, o Ministério da Agricultura não recomenda. A queimada elimina nutrientes essenciais às plantas, como nitrogênio, potássio e o fósforo. A flora e a fauna são prejudicadas. Além disso, a prática reduz a umidade do solo e acarreta a sua compactação, o que resulta no desencadeamento do processo erosivo e outras formas de degradação da área”, alerta Novais.

O coordenador explica que, na medida em que provoca alterações nas características físicas, químicas e biológicas do solo, a queimada contribui, significativamente, para a degradação e redução da capacidade produtiva da terra. “E como o solo é a base de todo o sistema agrícola, gera prejuízos na produtividade das culturas e aumenta os custos de produção. Os impactos são sociais, econômicos e ambientais. Isso traduz a importância da conscientização dos produtores, no sentido de não utilizarem esta prática”, afirma.

Além de afetar os solos, o fogo deteriora a qualidade do ar, levando até ao fechamento de aeroportos por falta de visibilidade, reduz a biodiversidade e prejudica a saúde humana. Ao escapar do controle, atinge o patrimônio público e privado (florestas, cercas, linhas de transmissão e de telefonia, construções, etc.). As queimadas alteram a composição química da atmosfera e influem, negativamente, nas mudanças globais, tanto no efeito estufa quanto na redução da camada do ozônio.

Do ponto de vista técnico, só seria admissível a utilização de queimada no campo em situação de emergência fitossanitária, como a ocorrência de pragas e doenças na lavoura. “Mas isso seria em casos muito pontuais e extremos, com a aprovação de um especialista”, ressalta.

Estudos

A principal fonte de informações sobre queimadas no Brasil é Embrapa Monitoramento por Satélite, centro temático da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) com foco em pesquisas e inovações geoespaciais para a agricultura. Usando suas informações, outras unidades da Empresa desenvolveram tecnologias que, se devidamente utilizadas, ajudam a evitar a prática das queimadas como instrumento de manejo, trazendo benefícios ao meio ambiente e à sociedade.

Fonte: Ministério da Agricultura

Pequenos varejistas da Bahia lançam feijão com marca própria

A ideia foi inspirada nos grandes mercados, que adotam a prática de marca própria como estratégia de fortalecimento.

Pela primeira vez na história da Rede de Fortalecimento do Comércio Familiar de Produtos Básicos (Refap), um grupo de varejistas investiu na aplicação da sua logomarca em um produto comercializado por eles. A inovação veio da Central Baiana de Supermercado (CBS), formada por 17 donos de mercadinhos. Eles acabam de lançar um feijão com marca própria.

A ideia foi inspirada nos grandes mercados, que já vêm adotando a prática de marca própria como estratégia de fortalecimento e divulgação da imagem. “Isso representa o resultado de todo um trabalho feito pela Conab, uma vez que os nossos técnicos auxiliaram esses comerciantes na criação dessa central desde o seu surgimento, em 2009”, explica o gerente do programa José Antônio da Costa.

A Refap é uma rede coordenada pela Conab que incentiva e auxilia grupos de varejistas a se organizarem em centrais de negócios e, assim, otimizarem a venda de seus produtos junto à comunidade. Técnicos da Companhia realizam uma série de visitas pelo estados, com o objetivo de explicar aos comerciantes das diferentes regiões as vantagens do associativismo. Nessas capacitações, os varejistas aprendem a desenvolver ações de marketing e publicidade para promover uma logomarca em comum, entre outras ações promocionais.

Além de consultoria técnica, a Conab também apóia os pequenos varejistas vendendo produtos da agricultura familiar a preços justos. Com esse suporte do governo federal, comerciantes adquirem melhores condições para concorrer com os grandes mercados da região, com produtos de qualidade a preços mais competitivos. A Refap surgiu como projeto piloto em 2004 e hoje conta com 400 varejistas cadastrados e filiados a uma das 19 Centrais de Negócios formadas ou em formação.

Fonte: Ministério da Agricultura

16 agosto, 2012

Aviação agrícola tenta reverter proibição do IBAMA

O presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), Nelson Antônio Paim, participa nesta sexta-feira (10), de uma reunião no Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA), em Brasília, tentando reverter a proibição, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (IBAMA), do uso aviões para a pulverização de quatro tipos de defensivos usados em lavouras como soja, milho, arroz, algodão, cítricos e outras.

A reunião vai ocorrer às 10 horas e terá a presença de representantes do IBAMA e de membros das indústrias de defensivos (Syngenta, Basf, Bayer, Rotam, Milenia) da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), do Sindag defensivos (Sindicato Nacional das Indústrias de Produtos para Defesa Agrícola) e das associações de produtores de soja, cana-de-açúcar, algodão e cítricos.

LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

Conforme Paim, o problema da medida é que, além de prejudicar culturas importantes, ataca diretamente a aviação, justamente a única forma de aplicação de produtos fitossanitários para a qual existe legislação específica e fiscalização constante, abrangendo desde o pessoal técnico e equipamentos envolvidos nas operações até as instalações para limpeza das aeronaves. “O problema é menos com o produto e mais com a aviação, o que é um contrassenso".

O presidente argumenta que a aviação é a forma de aplicação mais segura hoje existente, devido à maior precisão e velocidade em relação aos meios terrestres (o que também pode significar menos uso de agrotóxicos). Além da vantagem de evitar as perdas por amassamento. “Sem falar na redução de 77% na emissão de gases e 80% de economia de água nas aplicações, em algumas lavouras”, cita Paim.

A proibição foi publicada no dia 19 de julho, no Diário Oficial da União (veja o link no final do texto), com a intenção, segundo o órgão ambiental, de proteger colônias de abelhas nas áreas de produção agrícola. As entidades de produtores, aviação e indústria química se reuniram com o IBAMA e o MAPA na última terça, em Brasília. Foi desse encontro que surgiram sete grupos de trabalho para estudar a situação (desde avaliar os efeitos dos químicos sobre as abelhas até os impactos sobre cada uma das culturas e sobre a aviação) e propor soluções para flexibilizar a medida. A reunião desta sexta é para colocar os relatórios sobre a mesa e tentar um acordo.

PROPOSTAS

Entre as propostas apresentadas pela aviação, está o mapeamento das áreas de apicultura e a interação entre os produtores de mel e os produtores de grãos, frutas e fibras, para o manejo dos insetos e das lavouras possa ser feito de modo a evitar o contato das abelhas com os químicos. Além disso, conforme Paim, apesar da aviação ter o melhor controle sobre a deriva dos produtos (quando a nuvem de defensivos se desloca um pouco para fora da área aplicada), podem ser adotadas técnicas para minimizar ainda mais a deriva. Por exemplo, com aplicação de gotas maiores nas faixas perto dos limites das propriedades.

O Brasil tem a segunda maior frota de aviões agrícolas do mundo, com cerca de 1,6 mil aparelhos. Mesmo assim, as aeronaves são responsáveis por 23% das pulverizações realizadas em lavouras pelo País. Atualmente, a maior parte das aeronaves de pulverização está concentrada no Centro-Oeste, mas o Rio Grande do Sul tem cerca de um terço das empresas de aviação agrícola. Conforme o Sindag, existem hoje cerca de 260 empresas prestadoras de serviços e 200 aviões de propriedade de produtores.

Fonte: AGROLINK (http://www.agrolink.com.br)

Autorizada entrada de frutas da Argentina pelo porto de Itaguaí

Local foi incluído no Sistema Integrado de Mitigação de Riscos para a praga Cydia pomonella.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) incluiu o porto de Itaguaí, no Estado do Rio de Janeiro, entre os locais habilitados a receber as culturas de maçãs, pêra e marmelo exportadas pela Argentina. A decisão foi publicada nessa terça-feira, 14 de agosto, no Diário Oficial da União (DOU), por meio da Resolução Nº 4.

O porto fluminense foi incluído no Sistema Integrado de Mitigação de Riscos para a praga Cydia pomonella nas culturas de maçã, pêra e marmelo da Argentina. Essa instrução foi especificada por meio da Instrução Normativa nº12.

Já eram autorizados os portos do Rio Grande (RS), Santos (SP), Suape (PE), Itajaí (SC) e Rio de Janeiro (RJ). “A inclusão de Itaguaí, também no Rio de Janeiro, é para facilitar o trabalho dos fiscais, uma vez que é o local no Estado onde há mais desembarques dessas frutas provenientes da Argentina. Isso não quer dizer que haverá diminuição no rigor da fiscalização”, afirmou o diretor do Departamento de Sanidade Vegetal do Mapa, Cósam Coutinho.

Saiba mais

O procedimento de importação para essas frutas foi feito em junho de 2011 em razão do crescente número de interceptações de larvas vivas de Cydia pomonella. Faz parte do trabalho do Ministério da Agricultura para erradicar esta praga nos estados da região sul do Brasil, o qual é considerado o único no mundo com êxito.

Para a importação desses produtos, o interessado deve requerer autorização à área técnica de sanidade vegetal na Superintendência Federal de Agricultura específica do Estado de destino da mercadoria. No processo, entre outros documentos, o importador deverá comprovar que o exportador argentino está inscrito no registro de exportadores do Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa, sigla em espanhol) e que cumpre com todos os requisitos do Programa de Exportação sob Sistema Integrado de Mitigação de Risco de maçã, pera e marmelo para o Brasil.

Fonte: Ministério da Agricultura

Bahia participa com 61,6% do algodão exportado em julho

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações brasileiras de algodão foram de US$78,0 milhões, ou 39,8 mil toneladas, em julho. O faturamento é 13,2% maior do que no mês anterior e o volume 6,0% maior.

O Mato Grosso participou com 31,0% do total, pois o algodão ainda está sendo beneficiado. Já a Bahia, que está com a colheita avançada frente ao Mato Grosso, participou com 61,6% do total.

Os principais compradores do produto brasileiro foram a China (39,5%) e a Indonésia (15,3%).

Para o próximo mês a perspectiva é de aumento das exportações, devido ao avanço da colheita.

Fonte: AGROLINK (http://www.agrolink.com.br)

China revende até 500 mil t de açúcar brasileiro

CINGAPURA (Reuters) - A china revendeu até meio milhão de toneladas de açúcar brasileiro, programado para chegar na costa do país asiático no terceiro trimestre, para destinos como a Índia, a Indonésia e a Malásia, a fim de evitar um excesso de oferta, disseram cinco operadores nesta terça-feira.

As importações chinesas de açúcar aumentaram em 170 por cento na primeira metade do ano, após um esquema do governo para comprar a commodity para reservas terem elevado os preços domésticos, e encorajado traders a levar carregamentos para o segundo maior consumidor mundial.

Mas as revendas também sugerem que ainda há alguma demanda pelo adoçante, o que pode ajudar os contratos futuros do açúcar bruto na bolsa de Nova York (ICE) a resistirem à pressão causada pelos aumentos de estoques no Brasil, importante produtor. O contrato referência em Nova York caiu para seu nível mais baixo desde o final de junho.

"Tem havido um grande número de cargas que originalmente se destinavam à China, que acabaram indo para destinos alternativos", disse Tom McNeill, diretor da Green Pool, uma consultoria de commodities em Brisbane.

"Isso inclui cerca de 320 mil toneladas, que originalmente deveriam ser entregues na China entre os meses de julho/agosto/setembro de 2012, e foram revendidas para outros destinos, incluindo a Indonésia, a Malásia e Bangladesh", disse McNeil, acrescentando que o volume total poderia ser de até 400 mil toneladas.

Outros operadores estimaram tal quantidade entre 300 mil e 500 mil toneladas, dizendo que mais carregamentos também poderiam ser revendidos no quarto trimestre devido a uma alta dos estoques domésticos.

Os estoques Chineses no final do novo ano safra de 2012-2013 devem ser 22 por cento maiores que no ano anterior, a 2,3 milhões de toneladas -- mostraram dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos na China --aproximadamente a mesma quantidade de açúcar importada pelo país em uma temporada.

Os futuros do açúcar branco cotados na bolsa de Zhengzhou estavam quase caindo para seu valor mais baixo desde o final de 2010 por amplos estoques domésticos.

Fonte: AGROLINK (http://www.agrolink.com.br)

Cana-de-açucar

Composição Química

Cana-de-açúcar - Composição Química

A composição química da cana-de-açúcar é muito variável quantitativamente, porém qualitativamente ele é semelhante em todas as variedades.

Essa composição é influenciada pelo clima, solo, adubação, estágio de desenvolvimento da cultura, variedade e muitos outros.

A composição química, em porcentagem, da cana-de-açúcar madura normal e sadia, segundo Leme Júnior e Borges é apresentada na tabela abaixo:

Tabela: Composição Química da cana-de-açúcar madura normal e sadia, segundo Leme Júnior e Borges.
ElementoPorcent. (%)Variação (%)
Água74,5065,00 a 75,00
Acúcares14,0012,00 a 18,00
Fibras10,008,00 a 14,00
Cinzas0,500,30 a 0,80
Materiais Nitrogenados0,400,30 a 0,60
Gorduras e Ceras0,200,15 a 0,25
Substâncias Peptídicas, Gomas e Mucilagem0,200,15 a 0,25
Ácidos Combinados0,12%0,10 a 0,15
Ácidos Livres0,080,06 a 0,10
Materiais CorantesNão dosados-

A riqueza em sacarose no estado de São Paulo varie de 13 até 18% e o teor de fibre vai de 7 até 17%.

O teor de fibra é muito importante para a manutenção energética das indústrias que processam a cana-de-açúcar. Um teor de fibra muito baixo vai obrigar a indústria a consumir outro tipo de combustível, geralmente lenha. Um teor de fibra muito alto, trará problemas de extração da sacarose. Portanto o canavial deverá ser planejado levando-se em conta como um dos principais fatores o teor de fibras, sempre procurando manter um teor médio de fibra no início, meio e fim de safra em torno de 12,50%.

Fonte: Manual da Cana-de-açúcar - FERNANDES, Alfredo José, Piracicaba, Edt. Livroceres, 1 ed. 1984 p9.

15 agosto, 2012

Etanol: na mira dos preços da gasolina

Falta de reajuste nos preços da gasolina, pela estatal brasileira de petróleo, afeta diretamente o setor sucroalcooleiro.

O setor sucroenergético ainda sofre com os parcos investimentos nas últimas safras. E a questão do etanol se manteve a mesma, colocado contra o muro, quando o assunto é livre mercado, já que o produto ainda não se tornou uma commodity e o açúcar continua sendo a moeda forte nos resultados das usinas.

Isso ganhou ainda mais peso depois da divulgação do balanço do segundo trimestre de 2012 da estatal brasileira de petróleo. "Com prejuízo de amargar, são quase US$ 700 milhões, muitos acreditam que mudanças profundas possam ocorrer na empresa. A presidente da estatal, executiva reconhecidamente competente, mostrou credibilidade ao comentar os problemas. Porém, com certa sutileza, falou que 'as perdas foram provocadas por uma série de razões, algumas que dependem da empresa e outras não' e completou dizendo que 'é preciso se concentrar nas causas que a companhia pode controlar'. Ou seja, até as pedras rolantes sabem que os desmandos políticos estão fora do controle da executiva, lamentavelmente", opina Arnaldo Corrêa, gestor de riscos e diretor da Archer Consulting.

De acordo com Arnaldo, se o preço atual do petróleo fosse convertido em reais, perceberíamos que hoje está bem acima da média de 12 meses (190 reais o barril contra a média anual de 170) e perto do pico do ano que foi de 205 reais. "O governo deveria estar preocupado, porque a conta não bate. Quando o ministro da fazenda dizia que não haveria aumento no final de junho, era exatamente em um momento em que o preço do petróleo, em reais, estava mais baixo (abaixo de 160). Agora a situação é bem diferente", completa o gestor de riscos.

E nessa onda de tentativas e erros, o setor sucroalcooleiro mais uma vez deverá ser considerado o vilão na história. De acordo com a Archer Consulting (empresa focada em gestão de riscos em Mercado de Futuros, Opções e Derivativos Agrícolas), para que o país volte a consumir até 60% de etanol nos veículos flex daqui a três anos, isto é, na safra 2015/2016, e para elevar a mistura de anidro na gasolina dos atuais 20% para os habituais 25%, teríamos que moer 830 milhões de toneladas no Brasil. "Para chegar nesse cenário, seriam necessários investimentos de R$ 95 bilhões nos próximos anos. Sem transparência na formação de preço do etanol, ou seja, sem regras claras de qual remuneração esse novo investimento teria, ninguém se habilitaria a essa aventura. Seria insustentável", acredita Arnaldo.

A questão, segundo o gestor de riscos, é que sem o etanol a situação da empresa estatal fica mais complicada. "O petróleo mais caro, a desvalorização do real em relação ao dólar, a explosão dos preços do milho no mercado internacional e a falta de investimentos no setor sucroalcooleiro desde 2008 parecem se acumular numa só fatura, cujo preço a pagar é muito alto e cujo vencimento já está se aproximando", arremata.

Fonte: AGROLINK (http://www.agrolink.com.br)

Custo com frete representa 15% do valor pago pela soja

Peso do frete sobre o valor da saca de soja recuou nos últimos 3 anos, conforme análise do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Atualmente representa 15,68% da saca (60 kg), cotada em R$ 61,95, enquanto que, em 2010, 24,7% do preço da saca (R$ 44,69) era destinado aos custos com transporte. Valor pago por saca se manteve estável nos últimos 2 anos. No porto de Paranaguá (PR), por exemplo, o valor do frete sobre o preço médio da saca caiu 8,88%, baixando de R$ 8,86 em 2010 para R$ 8,48 este ano.

Quebra da safra no Sul e no Nordeste do país afetou diretamente a baixa. Daniel Latorraca, analista do Imea, explica que a diminuição da produção nessas regiões elevou a oferta de transporte para Mato Grosso. Segundo ele, deve-se considerar nesse panorama, além do frete quase constante, que o valor da saca também teve forte alta a cada ano. De 2011 para 2012, a valorização foi de 28,9%, o que evidentemente ajuda a a reduzir o impacto do frete sobre a produção.

Para o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Carlos Henrique Fávaro, o setor está cada vez mais “encurralado”, aumentando a produção e não tendo como escoar por causa da falta de logística. “Estrangulamento vai piorar ano a ano, safra a safra, até chegar um momento que vamos parar de crescer por falta de infraestrutura”.

Para piorar a situação, novas variáveis estão mudando o cenário neste 2º semestre, conforme Latorrac. O preço do frete vai alterar com o início da colheita no Paraná, o aumento no óleo diesel e os reflexos da regulamentação da profissão de motorista. Uma opção para o escoamento poderá ser a Ferrovia Senador Vicente Vuolo (Ferronorte). De acordo com o superintende comercial da concessionária América Latina Logística (ALL), Leonardo Recondo Azevedo, a ferrovia será responsável pelo escoamento de grande parte da safra 2012/2013, já que a previsão é que os terminais estejam em operação até o fim deste ano.

Embarque - Até a última sexta-feira (10), 62,1% da soja mato-grossense saiu do país pelo porto de Santos, em São Paulo, somando 6,094 milhões de toneladas (t), de um total 9,807 milhões (t) já exportados. Principal destino do grão foi a China (6,6 milhões/t), seguido pela Espanha (846 mil/t) e Holanda (403,7 mil/t).

Fonte: AGROLINK (http://www.agrolink.com.br)

Grandes compradores de trigo vão ao mercado temendo novas altas

LONDRES (Reuters) - Egito e Argélia, países líderes na importação de trigo, aproveitaram uma modesta correção nos preços do grão nesta semana para retomar as compras, num movimento que reflete temores do mercado de que os preços altos chegaram para ficar devido à seca nos EUA e uma esperada paralisação de exportações da Rússia.

Preocupações de que a crise de alimentos de 2008 se repita colocaram a segurança alimentar no topo da pauta dos governos, e importantes compradores tiraram vantagem de uma queda na cotação do trigo na bolsa de Chicago de cerca de 8 por cento na comparação com as máximas da sexta-feira.

"Acredito que o Egito e a Argélia estão indicando que veem esta como uma janela de oportunidade e não o pico", disse um trader europeu.

A maior compradora de trigo do mundo, a agência estatal do Egito que cuida de fornecimento de commodities (GASC, na sigla em inglês), adquiriu trigo russo e ucraniano nesta terça-feira, a segunda compra desde que os preços começaram a recuar na sexta-feira.

Outro grande importador, a Argélia, comprou trigo durum e abriu licitação para trigo para farinha com encerramento neste sessão.

"Isso mostra um pouco de nervosismo da parte deles", disse um trader a respeito das licitações da Argélia. "Eles querem garantir mais volume."

A ameaça de que a Rússia, importante produtor, possa restringir exportações devido à seca também está causando vendas agressivas por parte de traders que querem descarregar trigo antes que qualquer limitação às vendas seja imposta.

A Rússia baniu as exportações de trigo dois anos atrás, por quase 12 meses, após uma forte estiagem.

"Traders querem se livrar do máximo de trigo que puderem porque acreditam que uma proibição de exportações pela Rússia pode ser imposta a partir do fim de setembro, sinalizando o fim da safra da Rússia", disse James Dunsterville, analista chefe da consultoria Agrinews, de Genebra, na Suíça.

Fonte: AGROLINK (http://www.agrolink.com.br)

Seca nos EUA impacta produção brasileira de carne suína, frango e óleo

A seca nos Estados Unidos, que levou à quebra da safra norte-americana, trouxe nessa terça-feira (14) à capital federal representantes do setor de frangos, suínos e óleos. Eles pediram ao secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, ajuda para enfrentar os problemas do setor no Brasil. Entre as reivindicações do setor, estão a liberação de créditos do PIS/Cofins devidos pelo governo às empresas.

Segundo os produtores, o dinheiro ajudaria a reduzir os custos de produção, que aumentaram “absurdamente” após a elevação do preço da soja no mercado internacional. “Ajudaria a comprar farelo mais barato", disse o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína, Pedro de Camargo Neto. Ele explicou que o setor de carnes está extremamente pressionado com o aumento do custo de produção e, por isso, veio pedir o ressarcimento de créditos do PIS/Cofins, "que existem e são devidos, mas costuma demorar muito”.

Camargo Neto não soube informar o valor exato dos créditos devidos ao setor, mas ressaltou que os recursos ajudariam a reduzir os custos na aquisição do farelo de soja, insumo usado para melhorar a produção no setor. Ele destacou que, com o agravamento da situação agrícola dos Estados Unidos, o preço da soja disparou no mercado internacional, pressionou inclusive a cotação no Brasil, já que a commodity é negociada na Bolsa de Chicago, a maior do gênero no mundo.

“É a maior seca nos Estados Unidos em 50 anos e a primeira vez na história que tem impactos no Brasil. O Brasil não era globalizado como é hoje, e qualquer coisa que aconteça nos Estados Unidos reflete também aqui. Vão ser dois anos de dificuldades”, afirmou.

Embora existam problemas com os preços, o abastecimento, pelo menos, parece estar garantido. Segundo o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais, Carlo Lovatelli, o fornecimento do farelo de soja necessário para a produção não será reduzido. Ele lembrou, porém, que as pequenas indústrias de processamento têm sofrido com a elevação do preço da matéria-prima. “A área de exportação está indo bem, mas não queremos aproveitar essa situação. Queremos realmente equilíbrio no processo como um todo.”

O diretor de Mercado da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango, Ricardo Santin, pediu medidas emergenciais, como a liberação de crédito para compensar perdas com a crise. Santin disse que o governo pode adotar outras medidas, além de liberar os créditos do PIS/Cofins. De acordo com ele, o setor é responsável por 3,5 milhões de empregos diretos e, se nada for feito, poderá haver demissões. “Se o setor não tiver uma solução imediata, teremos desemprego.”

Santin disse a tonelada da soja, no início do ano, custava R$ 650 e agora custa R$ 1,3 mil. A saca do milho, que deveria estar na faixa de R$ 23 a R$ 26, chega R$ 35 em algumas regiões. Segundo o produtor, o acréscimo no custo de produção após a seca nos Estados Unidos pode chegar a até 30%.

Fonte: AGROLINK (http://www.agrolink.com.br)

Exportações do milho crescem 431,4% em julho

Balança comercial do setor registrou saldo positivo recorde de US$ 80 bilhões nos últimos 12 meses.

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, anunciou nesta terça-feira, 14 de agosto, o aumento de 13,2% das exportações brasileiras do agronegócio nos últimos doze meses. Nesse período, o Brasil exportou US$ 97 bilhões e importou cerca de US$ 17 bilhões, cifras que resultaram em um saldo positivo recorde de US$ 80 bilhões. Destaque para as vendas do milho no mês de julho, com ampliaram 431,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

“A escassez externa provocou a elevação das exportações do milho, principalmente devido à queda de produção dos Estados Unidos. No entanto, o Ministério da Agricultura [Mapa] está atento no sentido de garantir o abastecimento deste importante insumo para a produção de aves e suínos, no Brasil”, afirmou Mendes Ribeiro.

As exportações do agronegócio brasileiro em julho deste ano atingiram US$ 8,98 bilhões. Somada à queda de 14% nas importações, o saldo comercial do setor no período foi de US$ 7,76 bilhões.

O complexo soja foi responsável por 35% do total das exportações do agronegócio brasileiro no mês de julho de 2012, sendo tal participação de 30,1% no mesmo mês de 2011. A soja em grão teve uma elevação de 10,5% em quantidade, passando de 3,74 milhões de toneladas para 4,13 milhões de toneladas, e 10,6% no preço médio (de US$ 492 por tonelada para US$ 545 por tonelada). As vendas de farelo de soja aumentaram 52,2%.

O segundo setor em vendas foi o sucroalcooleiro. No entanto, houve queda nas exportações do setor (-17,7%), que passaram de US$ 1,96 bilhão para US$ 1,61 bilhão. O principal recuo ocorreu nas vendas externas de açúcar, que passaram de US$ 1,79 bilhão para US$ 1,31 bilhão (-26,9%). O álcool, por sua vez, registrou substancial elevação nas vendas, passando de US$ 171 milhões para US$ 305 milhões (+78,6%). A quantidade embarcada de álcool teve aumento de 66,9% e o preço, de 7%.

A terceira posição do mês de julho nas vendas externas do agronegócio ficou com as carnes. A carne de frango continua na primeira posição, com ligeira elevação de embarque de 0,2%. Já a bovina aumentou 18,4%, enquanto a suína foi a que apresentou maior aumento na quantidade exportada (21,5%).

As vendas externas de produtos florestais também aumentaram, de US$ 763 milhões para US$ 768 milhões, assim como os cereais, que ficaram em US$ 493 milhões, que representa uma expansão de 207,1% em relação ao mês de julho de 2011. Este percentual foi obtido graças às vendas do milho no mercado internacional, que passaram de US$ 79 milhões para US$ 419 milhões no período.

Mercado

As fortes vendas do complexo soja possibilitaram a expansão da Ásia nas vendas externas brasileiras, com aumento da participação de 35,6% para 37,8% (+2,2 pontos percentuais). A União Européia manteve a participação de 23,2%. Os países do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA), por sua vez, aumentaram as aquisições em 44,3%.

Entre os principais países importadores dos produtos do agronegócio brasileiro no mês de julho de 2012, destaque para Córeia do Sul (+201,7%); Taiwan (+84,5%); Tailândia (+83,5%); Egito (+73,1%); Estados Unidos (+52,5%); e Espanha (+36,9%).

A China elevou as aquisições em 14,2%, mantendo sua expansão na participação das exportações brasileiras, que atingiram 23,9%. Os Estados Unidos aumentaram a participação de 5,9% para 8,5%.

Fonte: Ministério da Agricultura

12 agosto, 2012

Presidente da Embrapa participa de evento global contra a desnutrição

O presidente da Embrapa, Pedro Antônio Arraes, participa no domingo(12) do Global Hunger Event, em Londres. O evento, promovido pelos governos britânico e brasileiro, irá coincidir com o encerramento dos Jogos Olímpicos de Londres e tem o objetivo de aumentar o compromisso político global e as ações para atacar a desnutrição.

A ideia é “chamar a atenção do mundo para que sejam adotadas as medidas necessárias a fim de transformar as oportunidades de vida de milhões de crianças antes dos próximos Jogos Olímpicos de 2016”, afirma o site do evento (http://www.dfid.gov.uk/News/Latest-news/2012/Global-Hunger-Event/). Ainda de acordo com o site, os Jogos de Londres deixaram um importante legado para a Grã-Bretanha, revigorando uma das partes mais pobres do país e inspirando uma geração inteira de jovens. “Desejamos que esse evento também tenha um legado duradouro para milhões de crianças em todo o mundo, melhorando a sua nutrição e dando-lhes a oportunidade de realizar o seu potencial também”.

O Brasil será representado no Global Hunger Event pelo vice-presidente da República, Michel Temer. Participam do evento cerca de 20 chefes de estado, além do primeiro-ministro britânico, David Cameron, e representantes do setor privado. De acordo com o presidente da Embrapa, as discussões do Global Hunger Event seguirão três eixos básicos: como entender os números e as ferramentas para se debater a desnutrição; como o setor privado pode ter uma participação maior no combate à subnutrição; e como as inovações agrícolas podem ter mais impacto em nutrição.

Dentro desse último eixo, Arraes irá comentar durante o evento sobre os resultados já alcançados pela pesquisa brasileira, a exemplo do projeto BioFort, que visa ao desenvolvimento de alimentos biofortificados no Brasil. “Somos o único país do mundo que conduz, ao mesmo tempo, trabalhos de biofortificação com cultivares de oito espécies diferentes: abóbora, arroz, batata-doce, feijão, feijão-caupi, mandioca, milho e trigo”, destaca o presidente da Embrapa.

Segundo ele, em oito anos de atuação o projeto apresenta resultados importantes em 10 estados brasileiros e no Distrito Federal, apesar de a prioridade ser para os estados índices mais baixos de Desenvolvimento Humano (IDH), como Maranhão e Sergipe. “Em essência, o objetivo do projeto é enriquecer os alimentos que já fazem parte da dieta da população, para que as pessoas tenham acesso a produtos mais nutritivos sem a necessidade de modificar os seus hábitos de consumo”, explica Arraes.

O presidente da Embrapa também irá abordar os novos mecanismos de cooperação Sul-Sul, como a Plataforma África Brasil (Africa Brasil Agricultural Innovation Marketplace) e a Plataforma America Latina e Caribe-Brasil de Inovação Agropecuária (Lac-Brasil Agricultural Innovation Marketplace), mecanismos criados com a finalidade de financiar projetos voltados para o desenvolvimento e a inovação da agricultura, além de fortalecer as relações entre as organizações dos países envolvidos.

“Também é importante ressaltar a necessidade de fortalecer os mecanismos e ações já existentes, reforçar a necessidade de parcerias e a importância de programas governamentais no combate à desnutrição, completando a ação de parcerias público-privadas e a própria atividade do setor privado no Brasil”, destaca Arraes.

Fonte: EMBRAPA (http://www.embrapa.br)