25 setembro, 2012

Comercialização de soja reduz ritmo no Brasil; preços em queda

A comercialização de soja no Brasil ficou praticamente estagnada na última semana, apesar de ainda num estágio bastante avançado em relação ao mesmo período do ano passado.

"O acompanhamento semanal de comercialização mostra que não houve variações percentuais na comercialização brasileira, nem para a safra velha nem para a nova", disse a consultoria em seu relatório semanal.

A safra 2011/12, já colhida, continuou com 98 por cento de seu volume negociado, oito pontos percentuais acima do observado na mesma época em 2011.

Já a safra 2012/13, que começa agora a ser plantada, tinha 46 por cento de seu volume previsto vendido antecipadamente, 22 pontos percentuais acima do mesmo período do ano passado.

A Céleres destacou que a última semana foi marcada por fortes quedas no preço dos contratos futuros na bolsa de Chicago, "o que tem sido atribuído, principalmente, às recentes realizações de lucros".

O contrato novembro da soja em Chicago acumula perdas de mais de oito por cento desde o início de setembro até esta segunda-feira, sessão na qual ela registra perdas e é cotada próximo de 16,09 dólares por bushel.

Apesar de acumular perdas no mês, a soja está em patamares elevados historicamente. Em Chicago, a commodity atingiu o recorde de 17,9475 dólares por bushel em 4 de setembro, uma vez que a pior seca em mais de meio século afetou as lavouras do Meio-Oeste dos EUA, depois de o clima seco já ter afetado safras do Brasil e Argentina neste ano.

Segundo a consultoria, os preços domésticos da soja seguiram em consonância com as cotações internacionais, "porém há quedas menos acentuadas, devido, principalmente, à pressão dos baixos estoques, que representaram relativa sustentação ao mercado".

Considerando as praças cotadas pela Céleres, a queda média na semana correspondeu a 1 por cento.

Fonte: Reuters Brasil (http://br.reuters.com)

22 setembro, 2012

Plantio de soja começa no Brasil: chuvas favorecem

O plantio de soja começou adiantado em Mato Grosso na temporada 2012/13, após a chegada das primeiras chuvas no Estado, o principal produtor brasileiro da oleaginosa, indicando um bom início para a safra do Brasil, que poderá ser recorde se o tempo colaborar, considerando o aumento expressivo na semeadura em meio a preços recordes.

Os trabalhos nos campos começaram dez dias antes do registrado na temporada anterior e o plantio já ocupa 0,6 por cento da área estimada para ser recorde em 7,9 milhões de hectares em Mato Grosso, com crescimento de 11,6 por cento ante a temporada passada, segundo o Imea, instituto de análises dos produtores do Estado, que tradicionalmente lidera o plantio.

“As safras 2011/12 e 2010/11 começaram em 30 de setembro. Conseguimos antecipar em dez dias o plantio (este ano). A chuva não chegou em grandes volumes, mas um pouco que chegou já ajudou no plantio”, declarou Cléber Noronha, analista do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária).

Segundo Noronha, a maioria das regiões de Mato Grosso está plantando soja, após chuvas nas regiões de Rondonópolis, Primavera do Leste (sudeste), Nova Mutum, Lucas do Rio Verde (Médio-Norte) e Itaúba (Norte). Já em Sinop, perto de Itaúba, não choveu.

O Imea estima uma produção recorde de 24,1 milhões de toneladas para o Mato Grosso, que responderia por mais de um quarto da produção brasileira, estimada pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) em 81 milhões de toneladas –o governo do Brasil ainda não divulgou sua previsão para a nova safra.

Caso essa produção seja confirmada, o Brasil passaria a liderar a produção e exportação global de soja em 2012/13, segundo o USDA, considerando que os Estados Unidos sofreram grandes perdas após a pior seca em mais de meio século.

Uma grande produção brasileira seria importante para abastecer os mercados globais, cujos preços atingiram máximas históricas recentemente, estimulando o plantio.

O plantio de soja será lançado oficialmente na segunda-feira, em Sorriso, com a presença esperada do ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro.

Fonte: Jornal Agora MS (http://www.agorams.com.br)

Adapar emitiu 130 autos de infração durante o vazio sanitário da soja

A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) emitiu 130 autos de infração durante o período do vazio sanitário da soja, que foi encerrado no último dia 15 de setembro e durante o qual ficou proibida no Estado a manutenção de plantas vivas de soja. Os autos são relativos a uma área de 3.820 hectares espalhados pelo Estado – extensão considerada pequena diante dos 4,4 milhões de hectares plantados com soja na safra 2011/12. O balanço foi divulgado nesta sexta-feira (21), data do início oficial do plantio de soja no Paraná.

O vazio sanitário da soja compreende um período de três meses, iniciado em 15 de junho. A medida é adotada anualmente para evitar a incidência de focos da ferrugem asiática, doença provocada por fungos que atacam as lavouras de soja.

Neste ano, além dos 130 autos de infração emitidos durante o vazio, técnicos da Adapar haviam emitido 103 notificações que alertavam o produtor rural sobre a existência de plantas vivas de soja que poderiam vir a ser hospedeiras do fungo que provoca a ferrugem asiática, doença que causa grandes prejuízos econômicos aos produtores.

Para a engenheira agrônoma Maria Celeste Marcondes, responsável pelo acompanhamento do vazio sanitário na Adapar, os resultados de 2012 podem ser considerados elevados quando comparados com o ano anterior. Ela lembra, porém, que este ano foi atípico, sem a ocorrência de geadas ou outros fatores climáticos que poderiam eliminar as plantas vivas de soja nas propriedades, carreadores ou estradas.

No ano passado, quando ocorreram alguns períodos de geadas intensas e de baixas temperaturas, foram lavrados 47 autos de infração. Até 15 de junho, antes do período do vazio sanitário, foram emitidos 124 notificações que alertavam os produtores para a necessidade de eliminar as plantas vivas durante o período.

Apesar disso, o resultado desse ano foi inferior ao de 2010, quando também foram emitidos 134 autos de infração, relativo a uma área de 4.236 hectares, área esta maior do que a deste ano, onde foram encontradas plantas vivas de soja. É muito difícil eliminar totalmente todas as plantas remanescentes de soja, pelo fato da emergência espontânea durante todo o período, que pode ocorrer em locais nem sempre de fácil acesso ou de difícil localização, assim as baixas temperaturas registradas contribuem para esta eliminação, explica Celeste.

A engenheira agrônoma lembra aos produtores que eles são os maiores beneficiados com a eliminação das plantas vivas no período estabelecido como vazio sanitário. Isso porque onde há plantas remanescentes, que não são eliminadas durante o período do vazio sanitário, elas se tornam hospedeiras do fungo da ferrugem asiática, que podem contaminar as plantas novas quando inicia-se o plantio da safra regular, disseminando a doença, e consequentemente aumentando o custo de produção pelo controle químico, culminando com danos ao meio ambiente.

Fonte: Expresso MT (http://www.expressomt.com.br)

Agricultura é o único setor da economia com queda na geração de empregos em agosto

A Agricultura foi o único setor da economia a registrar queda na geração de empregos em agosto. Segundo dados divulgados nesta quinta, dia 20, pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a perda no mês foi de 16.615 postos devido a fatores sazonais. Quando levados em conta os demais setores, no entanto, o resultado de agosto foi positivo, com a criação de 100.938 vagas, alta de 0,26% em relação ao estoque do mês anterior.

No acumulado do ano, os dados demonstram que houve uma expansão de 3,64% no nível de emprego, equivalente ao acréscimo de 1.378.803 postos de trabalho. Nos últimos 12 meses, o aumento foi de 1.457.412 postos de trabalho, correspondendo à elevação de 3,85%.

O resultado positivo do mês foi impulsionado principalmente pelo setor de Serviços, que contribuiu com 54.323 novas contratações, alta de 0,34%. Já o Comércio gerou 31.347 vagas, crescimento de 0,37%; a Indústria da Transformação criou 16.438 postos, expansão de 0,20%; e Construção Civil, 11.278 postos e expansão de 0,37%. Em termos relativos, destaque para os Serviços Industriais de Utilidade Pública (SIUP), com alta de 0,57% e 2.205 postos de trabalho.

Fonte: O Correio News (http://www.ocorreionews.com.br)

Abramilho critica decisão de investigar milho modificado

O presidente-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli, criticou a decisão do primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, anunciada esta semana, de iniciar os estudos locais sobre a segurança alimentar de milho geneticamente modificado. Ayrault declarou que se houver algum problema em relação ao consumo humano do milho irá pedir a interdição de variedades do grão transgênico na União Europeia.

"Estão fazendo tempestade em copo d'água", disse Paolinelli. "É um produto com 15 anos de mercado, com segurança alimentar comprovada e aceitação recorde entre produtores e indústria", afirmou o ex-ministro da Agricultura, durante o Fórum Nacional de Agronegócios, em Campinas (SP).

Na avaliação do presidente-executivo da Abramilho, é improvável que a União Europeia suspenda a importação de milho transgênico. Além disso, o cenário favorável à produção do grão, após a seca nos Estados Unidos, tranquiliza o produtor brasileiro. "O milho geneticamente modificado é provavelmente o maior exemplo de aceitação de biotecnologia na agricultura brasileira e mundial; em menos de cinco anos no mercado brasileiro, 80% das lavouras de milho já são transgênicas".

Na avaliação da Abramilho, no curto prazo a área de cultivo no Brasil de milho transgênico deve triplicar e atingir de 9 milhões a 10 milhões de hectares plantados.

Fonte: Portal A Tarde (http://atarde.uol.com.br)

Criada Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) criou, nesta sexta-feira, 21 de setembro, a Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão (CBAP), por meio da Portaria nº 852 publicada no Diário Oficial da União (DOU). A agricultura de precisão (AP) é uma técnica que promove o desenvolvimento sustentável e a competitividade do agronegócio em benefício da sociedade brasileira.

A CBAP será responsável pela difusão e fomento de conceitos e técnicas de agricultura de precisão. Dentre suas atribuições estão desenvolver programas de treinamento de mão de obra em AP, levantar demandas de pesquisa e encaminhá-las aos órgãos competentes, bem como gerar e adaptar conhecimentos e tecnologias com custo e benefícios equilibrados. Além disso, a Comissão também buscará mecanismos para incluir disciplinas na área de agricultura de precisão em cursos técnicos, de graduação e pós-graduação; elaborar material de divulgação da AP; buscar a inserção da técnica nas políticas brasileiras; e criar um banco de dados público das atividades relacionadas à prática.

A agricultura de precisão utiliza equipamentos e máquinas que fazem análise de solo e distribuem os insumos em taxas variadas. Sensores de rendimento mostram as áreas com melhor rendimento do solo e orientam para a melhor maneira de plantar. Aparelhos de GPS mapeiam e ajudam a monitorar a propriedade para adubação e uso de agroquímicos em quantidade certa para cada local. Isso evita o desperdício de fertilizantes, otimiza a colheita e proporciona sustentabilidade e competitividade ao pequeno, médio e grande agronegócio brasileiro.

A comissão será composta por membros de 13 instituições: ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa); do Desenvolvimento Agrário (MDA), da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI); Associação Brasileira de Engenheiro Agrícola (Abeag); Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos (Anfavea); Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer); Associação Brasileira de Engenharia Agrícola (SBEA); Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA); Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar); Fórum de Pró-Reitores de Pós Graduação (Foprop); Universidade de Santa Maria e Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).

Fonte: Jornal Dia Dia (http://www.jornaldiadia.com.br)

17 setembro, 2012

Deputados tentam aprovar MP do Código Florestal antes das eleições

A votação da Medida Provisória 571 do Código Florestal volta a ser o principal assunto da Câmara dos Deputados nesta semana, quando os deputados fazem o último esforço concentrado de votações antes do primeiro turno das eleições. Há duas semanas, a Casa tentou votar a matéria, mas não houve acordo entre deputados da chamada bancada ruralistas e governo. A nova tentativa de votação ocorrerá nos dias 18 e 19.

O chamado esforço concentrado, que antecede o período eleitoral, é quando deputados e senadores entram em recesso branco, que são dias de votação em que parlamentares, mesmo sem desconto das faltas, podem deixar de comparecer ao Congresso para participar das campanhas eleitorais. Neste ano, os esforços concentrados da Câmara e do Senado estão sendo realizados em semanas alternadas, por isso, os senadores não terão votações nesta semana.

A dificuldade de votação ocorre porque o governo tem afirmado que não participou do acordo que viabilizou a aprovação da MP na comissão especial criada para discutir a proposta. No entanto, ruralistas argumentam que só desistiram de pontos que consideram importantes para facilitar a aprovação do relatório apresentado pelo senador Luiz Henrique (PMDB-SC).

O impasse ocorre porque parlamentares ligados à Frente Parlamentar da Agropecuária alegam que deputados e senadores da base aliada não só concordaram com o acordo, como também votaram a favor do texto. Para que não perca a validade, a MP precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado antes do dia 8 de outubro.

Para viabilizar a votação antes desse prazo, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), se comprometeu a convocar os senadores para novo esforço concentrado no dia 28 de setembro, caso a Câmara aprove a matéria nesta semana.

Durante a votação do relatório da MP na comissão especial, ruralistas conseguiram modificar a proposta enviada pelo Executivo para reduzir de 20 para 15 metros de regularização de área de preservação permanente (APP) em margens de rios de até 10 metros, em propriedades de 4 a 15 módulos fiscais (médios produtores).

Também foi aprovado, que, em propriedades acima de 15 módulos fiscais, independentemente da largura do curso de água, a recomposição ficará entre 20 a 100 metros de APP. O tamanho dessa área de proteção natural às margens do rio será definido em cada estado pelo Programa de Regulamentação Ambiental (PRA).

A proposta do governo previa a chamada “escadinha” que definia o tamanho da área a ser recomposta de acordo com o tamanho da propriedade rural, sendo que os pequenos seriam obrigados a recompor menos e os grandes proprietários mais.

Além da discussão da Medida Provisória do Código Florestal, as comissões da Câmara terão uma intensa pauta. Na terça (18), será realizada audiência pública para debater os impactos econômicos do traçado da Ferrovia Norte-Sul em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. Foram convidados os ministros dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, e da Agricultura, Mendes Ribeiro.

Já na quarta-feira (19), a presidenta da Petrobras, Graça Foster, apresenta o Plano de Negócios da companhia aos deputados das comissões de Minas e Energia e Fiscalização. No mesmo dia, será realizada audiência pública para discutir as paralisações nas obras da Hidrelétrica de Belo Monte. Para o encontro foi convidado o presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, e diretores da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.

Fonte: AGROLINK (http://www.agrolink.com.br)

14 setembro, 2012

Frutas mais baratas e legumes mais caros em agosto

Entre as frutas, houve crescimento de 2,1% na oferta e queda de 3,6% no preço. Previsão é de baratear ainda mais nos próximos dias.

As baixas temperaturas no início do mês de agosto, a grande procura por outros estados e as chuvas no início do mês de julho foram responsáveis pela queda da produção e da oferta de hortigranjeiros na CeasaMinas. No total, a oferta em agosto foi 3,2% menor em relação a julho. Na comparação com agosto de 2011, a diferença foi ainda maior: menos 6,2%. Essa situação se refletiu no aumento de 5,9% no preço dos produtos em agosto, em comparação com o mês anterior.

O grupo das olerícolas foi o que mais apresentou variação em agosto. Com oferta 7,3% menor, o preço ficou 17,4% maior – maior alta do ano até agora. No acumulado de 2012, o aumento no preço foi de 40,6%. Entre os produtos que encareceram estão berinjela, milho verde, cenoura, tomate e quiabo. O quiabo ficou 93,2% mais caro em agosto, na comparação com julho.

“Essa situação ainda não tem muito a ver com a estiagem”, esclarece Ricardo Martins, chefe da Seção de Informação de Mercado da CeasaMinas. “No caso do tomate, que está 9,5% mais caro, o que pesou foi a grande procura por outros estados. Já com a batata, o que acontece é que ela estava com um preço muito baixo. O aumento fez com que o preço agora esteja regular”, explica. O aumento da batata em agosto foi de 29,5%.

Entre as frutas, houve crescimento de 2,1% na oferta e queda de 3,6% no preço. Banana prata, mamão formosa, manga, melancia e melão ficaram mais baratos. O mamão havaí está 21,2% mais barato. “Ele deve baratear ainda mais nos próximos dias”, prevê Ricardo. Fora do grupo das frutas, alface, couve flor, abobrinha italiana, beterraba e inhame também ficaram mais baratos em agosto.

Industrializados e Cereais

No grupo dos produtos industrializados, houve redução de 4,4% na oferta. Entre os não alimentícios, a queda foi ainda maior: 10,2%. Com relação ao preço, o grupo está 3,4% mais barato. Considerando apenas os não alimentícios, o aumento foi de 0,4% no preço. Para os cereais, foi observado crescimento de 30,1% na oferta e redução de 3,3% no preço.

Fonte: Ministério da Agricultura

Arroz

Características da Cultura
Importância Econômica
Clima
Solos
Adubação
Sementes
Plantio
Manejo de Plantas Daninhas
Pragas e Métodos de Controle
Doenças e Métodos de Controle
Colheita e Pós-colheita
Mercado e Comercialização

11 setembro, 2012

Propagação dos nematoides de lesões compromete a produtividade do grão em MT

Há cerca de dez anos, a disseminação dos nematóides de lesões (Pratylenchus brachyurus) sob o solo mato-grossense vem preocupando pesquisadores e impondo perdas diretas de até 30% às lavouras, especialmente às de soja, cujo valor econômico do grão é o maior propulsor da economia local. A expansão da doença coincide com a intensificação da dobradinha anual: soja sucedida do milho em uma mesma temporada.

Os nematóides, mesmo observados nas culturas do milho e do algodão – que junto à soja respondem por mais de 90% do Valor Bruto da Produção (VBP), receita da porteira para dentro – foram detectados em 96% de áreas amostradas em todas as regiões do Estado. O parasita de lesão, invisível ao olho nu e com sintomas que mascaram outras pragas e doenças, seguem sem um controle químico de combate específico e sem materiais resistentes (sementes) que junto a um conjunto de práticas possa minimizar os prejuízos anuais. “Há poucos anos este verme de lesão era secundário, nos preocupávamos mais com os nematoides de galha e de cisto”, adverte a pesquisadora da Embrapa Agrossilvipastoril, de Sinop (503 quilômetros ao norte de Cuiabá), Valéria de Oliveira Faleiro.

Como conta, neste intervalo de tempo, surgiram materiais fruto do melhoramento genético que ajudam no manejo de lavouras com parasitas identificados como de galha e de cisto. O de galha ocorre em todas as grandes culturas produzidas em Mato Grosso e assim como o de lesão. O de cisto é específico da sojicultura, aliás, o de cisto não é um parasita nativo, foi introduzido ao longo dos anos. “E mesmo assim, é possível conviver com ele no solo”, frisa. O manejo dos fitonematóides dominou as discussões do I Workshop de Nematologia, promovido pela Embrapa Agrossilvipastoril, no início do mês.

A falta de rotação de culturas e de conhecimento do produtor sobre a área que planta é fator que leva aos danos e à ampliação da população de parasitas. “Temos no Estado uma sucessão de culturas. Sai a soja e vem o milho. Rotação é trocar de espécies, neste caso, a recomendação seria a crotalária que entre outros benefícios como o controle dos vermes, reestrutura o solo e aumenta a nitrogenação. Mas sabemos que sem valor de mercado, como o da soja, por exemplo, fica difícil de o produtor cultivá-la”. Como explica Valéria, o primeiro passo para se conviver com esses organismo vivos - que fazem parte do solo - é ter uma análise do solo, rotacionar culturas e manter um adequado manejo com matérias orgânicas que favoreçam a nutrição das plantas e que promova os naturais inimigos dos nematoides como fungos e bactérias. “Tem de haver um conjunto de ações. Evitar que o verme chegue a outras áreas lavando pneus de tratores e lâminas, o uso de sementes sem certificação e que o solo tenha alto índice de acidez, enquanto a pesquisa busca alternativas de controle”.

Fonte: Diário de Cuiabá

10 setembro, 2012

Arroz - Produção de sementes

A semente se constitui em insumo básico imprescindível a uma agricultura produtiva e da qual, em função de suas características genéticas, físicas, fisiológicas e sanitárias, bem como da maneira como é utilizada, dependem os resultados da nova safra.

Existem cinco classes de sementes: a semente genética, a básica, a registrada, a certificada e a fiscalizada.

A primeira, é aquela produzida exclusivamente sob a responsabilidade do melhorista ou entidade melhoradora e, por ser portadora da carga genética varietal, deve ser multiplicada sob condições de rigoroso controle de qualidade no sentido de assegurar a obtenção de sementes com grau de pureza inquestionável; a básica, resulta da multiplicação da semente genética ou da própria básica.

É usualmente produzida sob a responsabilidade da entidade de pesquisa que lançou a cultivar ou por pessoa física, ou jurídica, por ela credenciada; a semente registrada, a primeira classe de semente comercial, é obtida da multiplicação da semente básica ou da própria registrada por, no máximo, três gerações. É produzida por produtores credenciados pela Entidade Certificadora.

A semente certificada, é a categoria resultante da multiplicação da semente básica, registrada ou da própria certificada, por, no máximo três gerações, geralmente destinada a plantios para produção de grãos. A fiscalizada, resulta da multiplicação de qualquer uma das classes anteriores ou da própria fiscalizada e não há exigência quanto ao número de gerações desde que a semente produzida esteja em conformidade com as normas e padrões estabelecidos pela Entidade Certificadora. Qualquer que seja a classe de semente, cuidados e recomendações são necessários à produção da mesma.

Fonte: Sistemas de Produção EMBRAPA

Arroz - Mercado e Comercialização

Iniciou-se em meados da década de 80 um processo mundial de abertura econômica ao comércio internacional, que desencadeou transformações no modo de produção, comercialização e consumo dos bens e serviços. Na orizicultura nacional as transformações foram mais acentuadas porque, além desses elementos, ocorreram mudanças relacionadas à consolidação da preferência do consumidor pelo arroz tipo "agulhinha", e o retorno, de forma competitiva, quanto a qualidade e preço do arroz conhecido como de terras altas, produzido na região central do país.

Para melhor entender os reflexos da nova conjuntura sobre a comercialização do arroz fez-se um breve retrospecto das mudanças tecnológicas e nos hábitos de consumo, e traçou-se um rápido perfil da cultura no país tratando, especificamente, dos atuais instrumentos de comercialização utilizados pelo governo e das estratégias adotadas pelos segmentos da cadeia produtiva.

A produção brasileira de arroz encontra-se dispersa em todo o território nacional. Existem dois tipos principais de sistemas básicos de produção, o arroz de "terras altas" e o irrigado, permitindo, ainda, a divisão em três pólos produtivos. O primeiro é na região Sul, produzindo arroz irrigado com alta tecnologia, destacando os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina; o segundo abrange as regiões Sudeste e Centro-Oeste, envolvendo São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.

Observa-se, ainda, uma concentração em pólos de produção, de beneficiamento e de empacotamento em torno de grandes agroindústrias, que estão instaladas nas regiões produtoras, em especial no Rio Grande do Sul, principal fornecedor de arroz para os grandes centros consumidores localizados nas Regiões Sudeste e Nordeste do país mas, diante do constante crescimento da produção e qualidade do arroz produzido no Mato Grosso, aliados aos incentivos fiscais nesse estado, percebe-se uma migração das indústrias do Sul para o Centro-Oeste.

As transações no mercado do arroz são basicamente do tipo "spot". No entanto, nota-se uma preocupação em buscar mecanismos de comercialização complementares que ofereçam maior segurança na negociação do produto. Esta constatação foi baseou-se no crescente número de produtores e indústrias que estão buscando processos alternativos de comercialização, cujos resultados são de pequenos vultos, mas demonstram que há interesse em solucionar os pontos de estrangulamento da cadeia produtiva.

Atualmente o Governo Federal procura adotar uma intervenção mínima que garanta o abastecimento de arroz em quantidade suficiente para o abastecimento interno e, ao mesmo tempo, preços compatíveis com a realidade do setor.

Além dos problemas referentes à tecnologia e condução das culturas, os produtores apontam como principais entraves à comercialização do arroz de terras altas: a) a enorme variação qualitativa dos grãos, tornando o armazenamento dispendioso por requerer o acondicionamento em sacos. Isso ocorre porque os lotes que entram no armazém possuem características e classificações diferentes; b) o baixo grau de confiabilidade nas relações comerciais entre produtores e atacadistas; c) a dificuldade de acesso e/ou indisponibilidade de estrutura própria para a secagem e armazenagem do grão imediatamente após a colheita.

O segmento atacadista reporta que a constante intervenção governamental se constitui numa dificuldade para a comercialização do arroz. No entanto, ficou claro que o mercado ainda não está preparado para funcionar sem ação governamental.

Os produtores ainda não dispõem de tecnologias e cultivares que sejam capazes de, a curto prazo, atender as exigências do mercado, verificadas por grãos longos finos, uniformes, inteiros, de pequena pegajosidade e rapidez no cozimento. Algumas metas e ajustes tornam-se fundamentais para que se estabeleça uma maior coordenação entre o produtor e a agroindústria, a exemplo do que ocorre com a soja e outros produtos, cujos sistemas de comercialização são mais desenvolvidos.

Como conclusões adicionais citam-se: a) o sistema de comercialização do arroz ainda é pouco desenvolvido, encontrando-se vários problemas, como o baixo entrosamento e relacionamento entre o setor atacadista/beneficiador e produtor; b) a produção das regiões produtoras mudam de destino, ou seja os mercados são volúveis; c) os fluxos são bastante variáveis; d) a maior parte do arroz de terras altas é comercializada logo após a colheita.

Fonte: Sistemas de Produção EMBRAPA

Arroz - Colheita e pós colheita

As operações de colheita e pós-colheita constituem etapas importantes do processo de produção e, quando malconduzidas, acarretam perdas elevadas de grãos, comprometendo os esforços e os investimentos dedicados à cultura. A colheita pode ser realizada por três métodos: o manual, o semi-mecanizado e o mecanizado. No primeiro, as operações de corte, enleiramento, recolhimento e trilhamento são feitas manualmente; no semi-mecanizado, o corte, o enleiramento e o recolhimento das plantas são, geralmente, manuais, e o trilhamento, mecanizado; no método mecanizado, todas as operações são feitas à máquina. Qualquer que seja o método utilizado, quando o arroz é colhido muito úmido ou tardiamente, com baixo teor de umidade, a produtividade e a qualidade dos grãos são prejudicadas. Para a maioria das cultivares, o ideal é colher o arroz entre 18 a 23% de umidade. No caso da colheita manual, para evitar perdas desnecessárias, recomenda-se, adicionalmente, que o arroz cortado não permaneça enleirado por tempo desnecessário no campo e que se evite o manuseio de feixes muito volumosos de cada vez, para facilitar a operação de trilhamento. Na colheita mecânica, além da regulagem adequada dos mecanismos externos e internos da colhedora, deve-se atentar para a velocidade do molinete, que deve ser suficiente apenas para puxar as plantas para dentro da máquina.

Nas operações de pós-colheita, a secagem pode ser feita por dois processos: o natural e o artificial. O natural, consiste em utilizar o calor e o vento para a secagem; o artificial, com a utilização de equipamentos (secadores) especialmente projetados para esse fim. Para evitar danos ao arroz, quando se destina ao plantio, a temperatura de secagem deve se situar entre 42º C e 45º C. Na secagem de grãos para consumo, a temperatura do ar não deve ultrapassar a 70ºC. No armazenamento, o arroz para ser melhor conservado deve estar limpo e com teor de umidade entre 13% e 14%. Nesta umidade, para a maioria das cultivares, a maturação pós-colheita, isto é, o arroz envelhecido, melhora sua qualidade culinária, ficando seus grãos mais secos e soltos após o cozimento.

Fonte: Sistemas de Produção EMBRAPA

Arroz - Doenças e métodos de controle

A cultura do arroz de terras altas, é afetada por doenças durante todo seu ciclo, que reduzem a produtividade e a qualidade dos grãos. A incidência e a severidade das doenças dependem da ocorrência do patógeno virulento, do ambiente favorável e da suscetibilidade da cultivar. As doenças que causam prejuízos significativos na produção e qualidade dos grãos em ordem decrescente de importância são: brusone (Pyricularia grisea), mancha de grãos (Phoma sorghina e Bipolaris oryzae) e escaldadura (Monographella albescens). Os prejuízos direto e indiretos ocasionados pela brusone, nas folhas e nas panículas, são maiores em arroz de terras altas, na região Centro-Oeste, onde, pelas condições favoráveis à doença, as perdas podem chegar em até 100%. Em plantio direto, a incidência e a severidade da brusone nas folhas e nas panículas foram significativamente menores do que no plantio convencional, contudo, este sistema de plantio apresentou maior produtividade. A queima das glumelas é um dos principais componentes das mancha de grãos e pode ocasionar perdas de 12 a 30% no peso, e de 18 a 22%, no número de grãos cheios por panícula, dependendo do grau de suscetibilidade da cultivar, assim como reduzindo a qualidade após o beneficiamento, os grãos totalmente manchados apresentam gessamento e coloração escura. A escaldadura é uma enfermidade comum, principalmente em locais com temperaturas elevadas acompanhadas por períodos prolongados de orvalho ou chuvas contínuas. As perdas resultam da redução da fotossíntese e da paralisação do crescimento da plantas ocasionadas geralmente em plantios de arroz de primeiro ano em solos de cerrado e na Amazônia e região pré-amazônica, a doença é endêmica. Dentre os métodos de controle dessas doenças, a resistência genética é o principal componente do manejo integrado. A utilização de cultivares resistentes além de ser a prática mais econômica, permite racionalizar o seu uso e de outros insumos como adubação e tratamento com fungicidas. Medidas de controle integrado das doenças do arroz de terras altas, aumentam a produtividade levando em consideração os custos de produção e redução dos impactos ambientais das medidas adotadas.

Fonte: Sistemas de Produção EMBRAPA

Arroz - Pragas e métodos de controle

No Brasil, a perda anual de produção de arroz devido ao ataque de insetos em nível de lavoura é estimada em 10%. O agroecossistema arroz de terras altas no Brasil, abriga, por períodos variáveis, grande número de pequenos animais, principalmente artrópodes, que comportam-se como fitófagos ou zoófagos.

Dentre os artrópodes fitófagos encontrados em arroz de terras altas destacam-se aqueles de grande poder daninho ocorrendo com maior freqüência e abundância nas regiões de produção e que são responsabilizados pela maior parte da perda anual, causada por esse ramo à produção de arroz. Existem vários outros fitófagos do arroz que, de forma localizada no país, podem prejudicar a produção das culturas, como por exemplo Rhammatocerus schistocercoides, Neobaridia amplitarsis no estado de Mato Grosso e Oediopalpa spp.no estado do Maranhão.

As espécies comumente envolvidas em arroz de terras altas são as seguintes: cupim-rizófagos, Procornitermes spp; percevejo-castanho, Scaptocoris castanea (Perty, 1830); percevejo-do-colmo, Tibraca limbativentris Stal; percevejo-das-panículas, Oebalus poecilus (Dalas); cigarrinha-das-pastagens, Deois flavopicta Stal; pulgão-da-raiz, Rhopalosiphum rufiabdominale Sasaki; lagarta-dos-arrozais, Spodoptera frugiperda (J.E. Smith); lagarta-dos-capinzais, Mocis latipes (Guenée); lagarta-dos-cereais, Pseudaletia adultera (Schaus, 1894) e P. sequax Franclemont; 1951 broca-do-colo, Elasmopalpus lignosellus (Zeller); broca-do-colmo, Diatraea saccharalis (Fabricius); pulga-da-folha, Chaetocnema sp.; cascudo-preto (bicho-bolo), Euetheola humilis, Burmeister; formigas cortadeiras,Acromyrmex spp. e Atta spp.

Dentre as medidas de controle para o manejo adequado dessas espécies na cultura incluem práticas culturais, preservação de inimigos naturais e produtos químicos.

Fonte: Sistemas de Produção EMBRAPA

Arroz - Manejo de plantas daninhas

As estratégias para o manejo de plantas daninhas no arroz de terras altas, já permitem, ao orizicultor, a implantação e a condução da cultura de forma segura e eficiente. A população das plantas daninhas pode ser dividida em três componentes: as sementes ativas; as sementes inativas ou latentes; e as plantas daninhas propriamente ditas. As sementes ativas, prontas para germinar, e as inativas, ou latentes, podem vir de fontes comuns: produção das plantas e de sistemas externos. As ativas, por sua vez, podem originar sementes inativas. O manejo de plantas daninhas pode ser direto ou indireto. No direto, as atividades são direcionadas à eliminação direta das plantas daninhas por métodos químicos, mecânicos, manuais e biológicos. No manejo indireto, as atividades são direcionadas ao sistema solo/cultura e se trabalha com a relação sementes ativas/inativas. Neste caso, aumenta-se a emergência das plantas daninhas para depois controlá-las, com o uso de técnicas, como por exemplo, a aplicação antecipada de dessecantes.

A capacidade competitiva do arroz em relação às plantas daninhas dependem de fatores como emergência mais rápida da cultura em relação às invasoras e a maior taxa de crescimento inicial. Tais fatores de competição estão ligados ao manejo de solo (cultivo mínimo e plantio direto) e manejo cultural (uso de sementes, de variedades adaptadas, plantio sem falhas, espaçamento e densidades adequados, fertilidade e condições físicas do solo propícias ao arroz). Outra estratégia seria a eliminação e/ou redução do crescimento das plantas daninhas por métodos químicos, mecânicos e manuais. A aplicação de herbicidas exige o conhecimento da seletividade do produto para cada variedade de arroz e a eficiência no controle sobre as populações infestantes predominantes.

Fonte: Sistemas de Produção EMBRAPA

Arroz - Plantio

A capacidade do solo em manter a produtividade das culturas no sistema de rotação é maior do que em monoculturas, principalmente quando se trata de sistemas de produção de arroz de terras altas. Ao conduzir sistemas de produção em rotação e adotar manejos adequados de preparo do solo, promove-se a sustentabilidade desses solos. No caso específico do arroz de terras altas tem sido observado que a produtividade em solos de cerrado mantém-se ou decresce ligeiramente no segundo ano de monocultura e cai a níveis muito baixos em anos subseqüentes, entretanto quando rotacionado, pelo menos, a cada dois anos com soja, obtém-se aumentos significativos de sua produtividade.

Em Rondonópolis-MT e Primavera do Leste-MT conseguiram-se, em nível experimental, altas produtividades de arroz em áreas de monocultura de soja, com as cultivares Caiapó e Primavera. Nestes trabalhos, por serem conduzidos em solos recuperados, a adubação formulada não surtiu efeito. Por outro lado, o bom preparo do solo com arado de aiveca ou escarificador, aplicados a, aproximadamente, 35-40 cm de profundidade, em solos mais argilosos, determinou produtividades significativamente maiores que as observadas em solo preparado com grade aradora. Quando conduzida em solos sem impedimento ao crescimento radicular e recuperados quimicamente, a cultura do arroz não respondeu à aplicação de fertilizantes e ao preparo profundo. O preparo excessivo do solo favorece a erosão e, conseqüentemente, a perda de matéria orgânica e de outros componentes. Deve-se considerar que o preparo do solo bem conduzido melhora a estrutura física, a porosidade e a rugosidade superficial do solo. Todas estas características facilitam a penetração da água no solo e reduzem a possibilidade de ocorrer erosão.

O Sistema Plantio Direto(SPD), entre os sistemas de preparo do solo, tem tornado uma alternativa interessante, por proporcionar as vantagens descritas anteriormente e por facilitar a condução dos sistemas de produção. Por outro lado o sistema, no entanto, tem demonstrado ser de maior risco quando conduzido em solos que apresentam limitações ao crescimento radicular, o que agrava o efeito dos veranicos sobre as plantas. Em área em que o plantio direto foi iniciado recentemente, ou rico em palhada com alta relação C/N, têm sido recomendadas aplicações de doses mais elevadas de nitrogênio na semeadura para compensar a menor disponibilidade inicial deste nutriente no solo. Tem-se observado que o efeito do N aplicado no SPD de arroz cultivado após soja é baixo, se comparado a outros sistemas de produção. Além do mais, não tem sido observado efeito do manejo da adubação nitrogenada (N aplicado totalmente na semeadura ou parcelado na semeadura e em cobertura), sobre a produtividade.

O arroz apresenta um sistema radicular muito sensível à compactação do solo, ocasionada pelo tráfego excessivo de máquinas em sua superfície, como pode ocorrer no SPD. Nestas condições, o sistema radicular é menos desenvolvido. Entretanto, quando as condições físicas do solo são favoráveis, o sistema radicular atinge maiores profundidades. Sistema radicular pouco desenvolvido não acarreta grandes problemas à planta quando há boa disponibilidade hídrica no solo, porém, pode agravar o efeito dos veranicos, pela menor capacidade da planta para absorver água. Semeadoras de SPD, equipadas com dispositivos para romper o solo a maiores profundidades, têm apresentado resultados positivos na indução do aprofundamento do sistema radicular do arroz de terras altas, comparativamente ao sistema radicular proporcionado pelo plantio direto com semeadoras convencionais.

Sistemas de produção de arroz também podem ser conduzidos em áreas de pastagens, como o proposto pelo Sistema Barreirão. Este Sistema tem-se mostrado muito eficiente e são inúmeros os resultados que comprovam o fato, entretanto para algumas situações, tem surgido a necessidade de procedimentos alternativos para tornar a técnica de uso mais abrangente. Neste sentido desenvolveram-se sistemas com semeadura do capim após a emergência do arroz ou imediatamente após sua colheita, ou mesmo sistemas alternativos de preparo do solo. A semeadura retardada do capim diminui a competitividade entre as culturas consorciadas e permite que as cultivares de arroz expressem seu potencial produtivo.

Além do mais, diminui o risco do sistema produtivo do arroz e torna-o de uso mais abrangente, pois adota a maquinaria agrícola geralmente disponível na propriedade rural. Nas condições de solo que existem camadas com limitação ao crescimento radicular, como na camada superficial das áreas de pastagens, o preparo do solo com arado é indispensável, principalmente nas regiões onde ocorre distribuição irregular das chuvas. O arado quebra estas compactações e melhora o ambiente para o crescimento radicular e, conseqüentemente, a capacidade da planta em absorver água das camadas mais profundas do solo e conviver com os períodos de veranicos.

Fonte: Sistemas de Produção EMBRAPA

Arroz - Solos

O solo é um mineral não consolidado influenciado por uma gama de fatores, tais como, o material de origem, a topografia, o clima (temperatura e umidade) e os microorganismos, que, no decorrer do tempo, atuaram na sua formação. Cada solo se diferencia por suas propriedades e características físicas, químicas, biológicas e morfológicas do material de origem. O manejo apropriado decorre de sua classificação, que destaca suas características gerais e específicas e os agrupa de forma ampla, com base nas características gerais, e em subdivisões, de acordo com suas propriedades específicas. As propriedades morfológicas, físicas, químicas e mineralógicas são critérios distintivos.

A maioria dos solos de cerrado onde o arroz de terras altas é cultivado são Oxissolos e possuem baixa fertilidade. Os valores médios das propriedades químicas dos solos de cerrado em estado natural são: pH 5,2; P 2 mg kg-1 , K < 50 mg mg k-1; Ca <1,5 cmolc kg -1; Mg <1 cmolc kg-1, Zn e Cu em torno de 1 mg kg-1, matéria orgânica na faixa de 15 a 25 g kg-1 e saturação por bases < 25%. Com base nestes dados, pode-se concluir que os solos de cerrado são ácidos e de baixa fertilidade, o que evidencia o manejo da fertilidade como um dos aspectos mais importantes para a produção das culturas na região.

Fonte: Sistemas de Produção EMBRAPA

Arroz - Adubação

No processo de modernização e racionalização da agricultura brasileira, o uso de adubação adequada constitui um fator importante para o aumento da produtividade. O custo crescente dos insumos agrícolas exige, cada vez mais, a adoção de métodos e técnicas de cultivo adequados na produção das culturas anuais, como arroz. Estudos realizados pela Embrapa Arroz e Feijão mostram que, em condições de boa umidade, controle de doenças e pragas em nível adequado, a adubação é responsável por aproximadamente 40% do aumento na produtividade das culturas de arroz, feijão, milho, soja e trigo em solo de cerrado. A elevação dos custos dos fertilizantes nos últimos anos é provavelmente irreversível, já que esta elevação é reflexo de preços mais elevados de energia, matéria-prima e transporte. Os fertilizantes passam, assim, a exigir um maior dispêndio nos investimentos das atividades agrícolas, merecendo, portanto, atenção especial com referência ao seu uso com vistas a um melhor aproveitamento pelas culturas.

A baixa fertilidade dos solos de cerrado é bastante conhecida. Esses solos possuem teores extremamente baixos de nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e zinco. Além de pouco férteis, os solos de cerrado são extremamente ácidos, o que diminui a disponibilidade de nutrientes para as culturas. Entre os nutrientes essenciais, o nitrogênio, o fósforo e o potássio são os que a planta necessita em maior quantidade. Para a incorporação dos solos de cerrado ao processo produtivo é indispensável o uso adequado de adubação e calagem. O uso adequado de adubação não somente aumenta a produtividade, mas também reduz o custo da produção e propicia maior retorno econômico para os produtores. Ainda, a aplicação de adubação e calagem de acordo com a necessidade da cultura, reduz o risco de degradação do meio ambiente. A quantidade de N recomendada está em torno de 90 kg ha-1 aplicado em duas vezes, metade no plantio e o restante na época do perfilhamento ativo. Se o arroz é plantado após soja, uma redução de 30 kg N ha-1 é recomendada. A aplicação de P depende da análise do solo, quando o teor de P é menor que 5 mg kg-1, a aplicação de 100 a 120 kg P2O5/ha é recomendada. A aplicação de K também é feita com base na análise do solo. Quando o K está na faixa de 25 a 50 mg kg-1, uma aplicação de 80 kg K2O/ha é recomendada. Quando o teor de K é maior de 50 mg kg-1, a aplicação de adubação de manutenção em torno de 50 kg K2O/ha é recomendada. Com relação os micronutrientes, a deficiência de Zn é comumente observada em arroz de terras altas. A deficiência de Zn pode ser corrigida com a aplicação de 5 kg Zn/ha. O pH adequado para o arroz de terras alta está em torno de 5,5.

Fonte: Sistemas de Produção EMBRAPA

03 setembro, 2012

Arroz - Clima

No Brasil, o arroz de terras altas é uma das culturas mais influenciadas pelas condições climáticas. Em geral, quando as exigências da cultura são satisfeitas, obtêm-se bons níveis de produtividade. Entretanto, quando isso não ocorre, pode-se esperar frustrações de safras, que serão proporcionais à duração e à intensidade das condições meteorológicas adversas. Essa cultura é submetida a condições climáticas bastante distintas, pelo fato de ser semeada em praticamente todos os estados, em latitudes que variam de 5° Norte até 33° Sul.

A duração do dia, definida como o intervalo entre o nascer e o pôr do sol, é conhecida como fotoperíodo. A resposta da planta ao fotoperíodo é denominada fotoperiodismo. Sendo o arroz de terras altas uma planta de dias curtos, (dez horas) tem seu ciclo diminuído, antecipando a floração. O fotoperíodo ótimo é considerado o comprimento do dia no qual a duração da emergência até a floração é mínima.

A temperatura do ar é um dos elementos climáticos de maior importância para o crescimento, o desenvolvimento e a produtividade da cultura do arroz. Cada fase fenológica tem a sua temperatura crítica ótima, mínima e máxima. Em geral, a cultura exige temperaturas relativamente elevadas da germinação à maturação, uniformemente crescente até à floração (antese) e decrescentes, porém, sem abaixamento bruscos, após a floração.

As características do regime pluvial expressas pela quantidade e a distribuição das chuvas durante o ciclo da planta, são os fatores mais limitantes à produção de grãos.

Do ponto de vista agroclimático existem, basicamente, duas alternativas para se diminuir a influência da deficiência hídrica no arroz de terras altas: a) identificação das épocas de semeadura com menores riscos de ocorrência de deficiência hídrica durante o ciclo e, principalmente, durante a fase reprodutiva da cultura; b) identificação, através do zoneamento agroclimático, das regiões com menores riscos de ocorrência de deficiência hídrica.

Na cultura do arroz de terras altas, a diminuição de água concorre para uma diminuição no rendimento de grãos. Para diminuir os efeitos negativos decorrentes da redução hídrica, torna-se necessário semear em períodos nos quais a fase de florescimento-enchimento de grãos coincide com uma maior demanda pluvial. Para isto, acredita-se que um estudo sobre o balanço hídrico do solo possibilitará caracterizar os períodos de maior e menor quantidade de chuva oferecendo, desta forma, subsídios para a concretização de um zoneamento de risco climático.

As simulações do balanço hídrico associadas a técnicas de geoprocessamento, permitiram identificar no tempo e no espaço, as melhores datas de semeadura do arroz de terras altas nas diferentes regiões do Brasil. Com chance de perda de dois anos em dez, ou seja, 80% de chances de sucesso, evitando-se o veranico na fase de enchimento de grãos, as variáveis a serem consideradas por ordem de importância são: retenção de água no solo e duração do ciclo. Quanto maior a capacidade de armazenamento de água no solo, associado ao ciclo mais curto, menores serão as perdas. O risco de perda se acentua quanto mais tarde for a semeadura, independente do solo e do ciclo da cultura, uma vez que as chances de ocorrerem veranicos nos períodos compreendidos entre janeiro e fevereiro são acentuadas nos seguintes estados: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Tocantins. De forma geral, é possível concluir que, para plantios realizados após 20 de dezembro, o risco climático é bastante acentuado para a cultura do arroz de terras altas, exceto em algumas localidades do Estado de Mato Grosso, onde se apresenta uma distribuição pluvial bastante regular. Assim, é possível realizar semeadura do arroz até meados de janeiro em regiões localizadas, principalmente, no Noroeste do Estado de Mato Grosso.

Fonte: Sistemas de Produção EMBRAPA

Arroz - Importância Econômica

Até a década de 70 a produção do arroz de terras altas e do arroz irrigado eram complementares no abastecimento nacional e a concorrência entre eles era baixa, pois os produtos se dirigiam à diferentes mercados consumidores. A partir de meados dos anos 70 o arroz irrigado passou a dominar a preferência nacional e obter maiores cotações no mercado. Neste aspecto, ressalta-se que a mudança de preferência do consumidor provocou um aumento da área cultivada do arroz irrigado. A partir do início da década de 80, a produtividade média nacional apresenta uma tendência de crescimento.

Com essas mudanças, a área de cultivo com arroz de terras altas reduziu, mas a produção cresceu e a qualidade melhorou, com isso, recuperou parte do prestígio que havia perdido. A perspectiva é que a produção dos diferentes ecossistemas continue desempenhando um papel de complementariedade, mas com uma certa concorrência. Mas, essa concorrência não deve ser acirrada, pois a curto prazo, nenhum sistema sozinho é capaz de atender a demanda interna. No entanto, na competitividade do arroz não está circunscrita a disputa entre o arroz de terras altas e arroz irrigado, mas sim a organização da produção.

Com o propósito de oferecer subsídios que permitam um melhor entendimento do assunto apresenta-se um breve retrospecto das história recente da cultura, considerando os avanços, mudanças tecnológicas e de preferência de consumo, aliados à conjuntura macroecnômica.

Apesar da pulverização da produção, pode-se dividir a produção de arroz no Brasil, em três pólos: o primeiro é a Região Sul, com destaque para o Estado do Rio Grande do Sul, o segundo é a região Central, abrangendo os Estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso. O terceiro pólo, o estado do Maranhão que, além da importância histórica na produção, na década de 90 foi o terceiro maior estado produtor deste cereal.

No período de 1970 a 1975 ocorreram variações nos preço, mas o arroz de terras altas continuou com o preço mais alto. Em 1975, houve uma inversão, mas o domínio do arroz irrigado passou a vigorar a partir de 1980. Ressalta-se que nesse processo, ocorreu uma ligeira mudança do perfil do produtor de arroz de terras altas, principalmente no estado do Mato Grosso e que o nível de exigência do consumidor foi fundamental na determinação dos rumos do processo produtivo. Outro componente importante foi a mudança do papel do governo, que era o maior comprador e vendedor de arroz. Um aspecto relevante também a ser mencionado é que o governo não primava pela qualidade, ou seja, não havia estímulo para que se produzisse com qualidade, mas sim quantidade.

No período de 1994 a 2001, observou-se que a participação média do agronegócio no produto interno bruto - PIB foi cerca de 30,5%, enquanto o PIB da agricultura foi 21,5% e da pecuária foi de 9%, caracterizando o agronegócio e respondendo por cerca de um terço da economia nacional. Neste contexto, a rizicultura ocupa uma posição de destaque no agronegócio brasileiro pois, no período de 1990 a 2002, respondeu por 6,88% da renda agrícola total, sendo o sexto produto em renda, ficando atrás da soja (18,47%), cana-de-açúcar (13,94%), milho (13,68%), laranja (7,67%)m e café (7,38%).

Apesar das importantes inovações tecnológicas conseguidas nas décadas de 80 e 90, a rizicultura de terras altas tem dois grandes desafios; o primeiro, a consolidação da cultura de forma sustentável nos diferentes sistemas de produção de grãos, especialmente sob plantio direto e o segundo é a mudança do perfil do rizilcultor, ainda falta muito para se alcançar um estágio que possa classificá-los como profissionais na cultura.

No âmbito mundial, o arroz é cultivado nos cinco continentes, tanto em regiões tropicais como temperadas. A Ásia é a principal produtora, nela concentra-se mais de 90% da produção mundial. Os países que se destacam são: China, Índia e Indonésia que respondem, respectivamente, por 30%, 23% e 8% da produção mundial. Nos últimos dez anos, na América do Sul e na África, a produção de arroz cresceu, respectivamente, a uma taxa média de 3,2% e 3,6% a.a. A expectativa para o próximo decênio é que a taxa de crescimento não ultrapasse a 2,5% a.a. Essa projeção se apoia, principalmente, na premissa que não vão ocorrer novos ganhos de rendimentos. Nos grandes países asiáticos a produção de arroz é suficiente para atender o consumo doméstico. Países como China e Indonésia, exercem grande influência no comportamento do mercado mundial, haja vista que são grandes produtores e possuem alto nível populacional.

O consumo de arroz teve um forte progresso nos últimos trinta anos. Os padrões de consumo podem ser classificados em três grandes modelos. O modelo asiático que corresponde a um consumo médio per capita superior a 100 kg a.a. Neste grupo há países que o consumo alcança até 200 kg. a.a. Um exemplo desse grupo é a China, que apresenta um consumo anual médio de 110 kg per capita. O modelo subtropical apresenta um consumo per capita médio que varia de 35 a 65 kg a.a. O Brasil é um país representativo desse grupo, o consumo médio gira em torno de 45 kg. a.a. de arroz beneficiado. No modelo ocidental o consumo per capita médio é baixo, cerca de 10 kg. a.a. Como exemplo desse grupo pode-se citar a França com um consumo per capita de 5 kg a.a.

Existem dois grandes mercados de arroz no mundo. O mercado de alto padrão e o mercado de baixo padrão. As diferenças de padrões são definidas basicamente, pelo percentual de quebrado. Nas cotações de preços internacionais somente se distinguem as seguintes características: país de origem, percentual de arroz quebrado, aromático ou não aromático, parbolizado ou branco.

Para se fazer uma prospecção da rizilcultura brasileira com um certo grau de confiabilidade é uma tarefa difícil, porque alguns pontos considerados estratégicos não estão claros, por exemplo, a) indefinição quanto o grau der interesse por parte dos planejadores de política públicas pelo produto; b) desdobramentos do aumento do processo de verticalização e concentração nas empresas privadas no mercado de alimentos; c) a postura nos itens anteriores e vão determinar se o país vai se inserir no mercado internacional como importador ou aumentar a dependência de importação para abastecer o mercado interno, cujo o eventuais fornecedores seja os países ricos, que continuam aperfeiçoando suas produções com o objetivo de conquistar novos mercados.

Fonte: Sistemas de Produção EMBRAPA

Arroz - Características da Cultura

A cultura do arroz de sequeiro, pouco exigente em insumos e tolerante à solos ácidos, teve um destacado papel como cultura pioneira durante o processo de ocupação agrícola dos cerrados, iniciado na década de 60. Este processo de abertura de área teve seu pico no período 75-85, em que a cultura chegou a ocupar área superior a 4,5 milhões de ha. O sistema de exploração caracterizava-se pelo baixo custo de produção, devido à baixa adoção das práticas recomendadas, incluindo plantios tardios. A significativa ocorrência de veranicos fazia com que a cultura apresentasse uma produtividade média muito baixa, ao redor de 1 t/ha, sendo considerada como de alto risco e gerando centenas de casos de Proagro (Seguro agrícola).

Apesar desse panorama pouco promissor, a pesquisa nesse período, já oferecia um leque de alternativas para minimização da adversidade climática, incluindo cultivares tolerantes à seca, classificação do grau de risco dos municípios produtores, adequação da época de semeadura e do ciclo da cultivar, preparo de solo e manejo de fertilizantes visando aprofundamento radicular e aumento da reserva útil de água do solo, além de técnicas do manejo integrado de pragas, doenças e plantas daninhas.

Com a progressiva redução das áreas de abertura, em meados da década de 80, a área cultivada com arroz sob o sistema de cultivo de sequeiro, foi sendo gradativamente reduzida, ao mesmo tempo em que a fronteira agrícola se moveu no sentido sudeste-noroeste. A conseqüência desse movimento foi a redução do risco climático, o que tornou mais propícia a aplicação das tecnologias recomendadas pela pesquisa. Para estas novas e promissoras áreas, a criação de cultivares de tipo de planta moderno (estatura e perfilhamento intermediários, folhas eretas), de maior potencial produtivo e grão do tipo "agulhinha", além do crescimento do nível de insumos aplicados, motivado pela melhor relação custo/benefício, trouxe também um substancial aumento da aceitação do produto pela indústria e consumidores.

Apesar da expressiva redução da área cultivada (-50%), que hoje perfaz apenas 2,2 milhões de ha, a produção se manteve nos mesmos níveis da década de 70, devido ao grande aumento da produtividade, que cresceu para 2 t/ha (50%). Este aumento da produtividade média é bastante animador; contudo, ainda está muito aquém do que é possível obter com a nova cultura, ora denominada de "arroz de terras altas". Em lavouras bem conduzidas, em áreas favorecidas quanto à distribuição de chuvas, como no Centro-Norte do MT, pode-se alcançar mais de 4 t/ha, enquanto em nível experimental, tem-se obtido até 6 t/ha. A inserção do arroz como componente de sistemas agrícolas de sequeiro vem ocorrendo de forma gradual, especialmente na região Sudoeste e Centro-Norte do Mato Grosso. Além do bom rendimento nessas condições, o arroz promove o desempenho de outras culturas, como a soja, quando utilizado em rotação e/ou sucessão.

Atualmente, a pesquisa com a cultura do arroz de terras altas, prioriza ações, que visam consolidar a presença da cultura em sistemas de produção de grãos nas regiões favorecidas dos cerrados e, especialmente, adaptá-la ao sistema de plantio direto, que oferece vários desafios. Também fazem parte da agenda, o consórcio de arroz com pastagem, no Sistema Barreirão (renovação de pastagem degrada) e no Sistema Santa Fé (integração lavoura-pecuária), assim como o sistema sob irrigação suplementar e o de abertura de novas áreas. Neste documento, coloca-se ao alcance dos usuários, os conhecimentos e tecnologias resultantes da pesquisa de Embrapa e suas parceiras, obtidas ao longo de quase 30 anos de experiência com a cultura, envolvendo socioeconomia, mercado, melhoramento, manejo da planta, solo e fertilidade, manejo integrado de pragas, doenças e plantas daninhas, entre outras linhas relevantes. Espera-se que venham a estimular e que possam promover a exploração da cultura do arroz, no ambiente dos cerrados, de forma sustentável e competitiva.

Fonte: Sistemas de Produção EMBRAPA