Tecnologia de 2ª geração poderá dobrar a produção de litros de etanol por hectare de cana.
O etanol celulósico, também conhecido como de segunda geração, deve estar disponível em escala comercial em 2015. A estimativa é de José Gustavo Teixeira Leite, presidente do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), instituto de pesquisa, localizado em Piracicaba (SP), responsável pelo desenvolvimento de novas tecnologias para o setor da cana-de-açúcar.
Diferentemente do etanol hoje disponível nos postos de combustíveis, feito a partir do processamento e do tratamento do caldo da cana, o celulósico é obtido a partir da biomassa, ou seja, da quebra da celulose do bagaço ou da palha da planta. “A tecnologia nós já dominamos, o desafio é tornar o etanol de segunda geração viável comercialmente, remunerando o produtor e sendo barato para o consumidor”, diz Leite.
Segundo ele, existem duas famílias de etanol que são objeto de pesquisa do CTC. O C6, que vai transformar as moléculas de seis átomos de carbono da celulose em etanol. E o C5, que produzirá o biocombustível, com outra parte da celulose, no caso, as moléculas de cinco carbonos . De acordo com o presidente do CTC, o C6 é o que deve chegar primeiro ao mercado – em 2015 -, trazendo ganhos de aproximadamente 30% em relação à produção atual de litros de etanol por hectare de cana.
“Atualmente, um hectare de cana gera em torno de 85 litros de etanol. Com o celulósico, teremos um aumento entre 25 a 30 litros por hectare.” Mais adiante, com o advento do C5, o avanço, diz Leite, será de 50% em cima do incremento já obtido com o C6. “Por volta de 2020, com o pacote completo, o crescimento chegará entre 80% a 90% do volume atual.”
Desafios
Na avaliação do executivo, a viabilização comercial do etanol celulósico passa necessariamente por “pegar carona” nas atuais instalações do parque agroindustrial das usinas, com o objetivo de racionalizar custos. “A produção terá que ser adaptável à infraestrutura que já existe. Não dá para começar uma fábrica do zero.”
Além disso, o pré-tratamento da biomassa, que facilite o trabalho das enzimas – responsáveis por transformar o bagaço e a palha da cana em açúcares fermentáveis para fabricação de etanol – será outra etapa fundamental para viabilizar comercialmente o biocombustível de segunda geração.
Fonte: AGROLINK (http://www.agrolink.com.br)