No processo de modernização e racionalização da agricultura brasileira, o uso de adubação adequada constitui um fator importante para o aumento da produtividade. O custo crescente dos insumos agrícolas exige, cada vez mais, a adoção de métodos e técnicas de cultivo adequados na produção das culturas anuais, como arroz. Estudos realizados pela Embrapa Arroz e Feijão mostram que, em condições de boa umidade, controle de doenças e pragas em nível adequado, a adubação é responsável por aproximadamente 40% do aumento na produtividade das culturas de arroz, feijão, milho, soja e trigo em solo de cerrado. A elevação dos custos dos fertilizantes nos últimos anos é provavelmente irreversível, já que esta elevação é reflexo de preços mais elevados de energia, matéria-prima e transporte. Os fertilizantes passam, assim, a exigir um maior dispêndio nos investimentos das atividades agrícolas, merecendo, portanto, atenção especial com referência ao seu uso com vistas a um melhor aproveitamento pelas culturas.
A baixa fertilidade dos solos de cerrado é bastante conhecida. Esses solos possuem teores extremamente baixos de nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e zinco. Além de pouco férteis, os solos de cerrado são extremamente ácidos, o que diminui a disponibilidade de nutrientes para as culturas. Entre os nutrientes essenciais, o nitrogênio, o fósforo e o potássio são os que a planta necessita em maior quantidade. Para a incorporação dos solos de cerrado ao processo produtivo é indispensável o uso adequado de adubação e calagem. O uso adequado de adubação não somente aumenta a produtividade, mas também reduz o custo da produção e propicia maior retorno econômico para os produtores. Ainda, a aplicação de adubação e calagem de acordo com a necessidade da cultura, reduz o risco de degradação do meio ambiente. A quantidade de N recomendada está em torno de 90 kg ha-1 aplicado em duas vezes, metade no plantio e o restante na época do perfilhamento ativo. Se o arroz é plantado após soja, uma redução de 30 kg N ha-1 é recomendada. A aplicação de P depende da análise do solo, quando o teor de P é menor que 5 mg kg-1, a aplicação de 100 a 120 kg P2O5/ha é recomendada. A aplicação de K também é feita com base na análise do solo. Quando o K está na faixa de 25 a 50 mg kg-1, uma aplicação de 80 kg K2O/ha é recomendada. Quando o teor de K é maior de 50 mg kg-1, a aplicação de adubação de manutenção em torno de 50 kg K2O/ha é recomendada. Com relação os micronutrientes, a deficiência de Zn é comumente observada em arroz de terras altas. A deficiência de Zn pode ser corrigida com a aplicação de 5 kg Zn/ha. O pH adequado para o arroz de terras alta está em torno de 5,5.
Fonte: Sistemas de Produção EMBRAPA