A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) emitiu 130 autos de infração durante o período do vazio sanitário da soja, que foi encerrado no último dia 15 de setembro e durante o qual ficou proibida no Estado a manutenção de plantas vivas de soja. Os autos são relativos a uma área de 3.820 hectares espalhados pelo Estado – extensão considerada pequena diante dos 4,4 milhões de hectares plantados com soja na safra 2011/12. O balanço foi divulgado nesta sexta-feira (21), data do início oficial do plantio de soja no Paraná.
O vazio sanitário da soja compreende um período de três meses, iniciado em 15 de junho. A medida é adotada anualmente para evitar a incidência de focos da ferrugem asiática, doença provocada por fungos que atacam as lavouras de soja.
Neste ano, além dos 130 autos de infração emitidos durante o vazio, técnicos da Adapar haviam emitido 103 notificações que alertavam o produtor rural sobre a existência de plantas vivas de soja que poderiam vir a ser hospedeiras do fungo que provoca a ferrugem asiática, doença que causa grandes prejuízos econômicos aos produtores.
Para a engenheira agrônoma Maria Celeste Marcondes, responsável pelo acompanhamento do vazio sanitário na Adapar, os resultados de 2012 podem ser considerados elevados quando comparados com o ano anterior. Ela lembra, porém, que este ano foi atípico, sem a ocorrência de geadas ou outros fatores climáticos que poderiam eliminar as plantas vivas de soja nas propriedades, carreadores ou estradas.
No ano passado, quando ocorreram alguns períodos de geadas intensas e de baixas temperaturas, foram lavrados 47 autos de infração. Até 15 de junho, antes do período do vazio sanitário, foram emitidos 124 notificações que alertavam os produtores para a necessidade de eliminar as plantas vivas durante o período.
Apesar disso, o resultado desse ano foi inferior ao de 2010, quando também foram emitidos 134 autos de infração, relativo a uma área de 4.236 hectares, área esta maior do que a deste ano, onde foram encontradas plantas vivas de soja. É muito difícil eliminar totalmente todas as plantas remanescentes de soja, pelo fato da emergência espontânea durante todo o período, que pode ocorrer em locais nem sempre de fácil acesso ou de difícil localização, assim as baixas temperaturas registradas contribuem para esta eliminação, explica Celeste.
A engenheira agrônoma lembra aos produtores que eles são os maiores beneficiados com a eliminação das plantas vivas no período estabelecido como vazio sanitário. Isso porque onde há plantas remanescentes, que não são eliminadas durante o período do vazio sanitário, elas se tornam hospedeiras do fungo da ferrugem asiática, que podem contaminar as plantas novas quando inicia-se o plantio da safra regular, disseminando a doença, e consequentemente aumentando o custo de produção pelo controle químico, culminando com danos ao meio ambiente.
Fonte: Expresso MT (http://www.expressomt.com.br)