A cultura do arroz de terras altas, é afetada por doenças durante todo seu ciclo, que reduzem a produtividade e a qualidade dos grãos. A incidência e a severidade das doenças dependem da ocorrência do patógeno virulento, do ambiente favorável e da suscetibilidade da cultivar. As doenças que causam prejuízos significativos na produção e qualidade dos grãos em ordem decrescente de importância são: brusone (Pyricularia grisea), mancha de grãos (Phoma sorghina e Bipolaris oryzae) e escaldadura (Monographella albescens). Os prejuízos direto e indiretos ocasionados pela brusone, nas folhas e nas panículas, são maiores em arroz de terras altas, na região Centro-Oeste, onde, pelas condições favoráveis à doença, as perdas podem chegar em até 100%. Em plantio direto, a incidência e a severidade da brusone nas folhas e nas panículas foram significativamente menores do que no plantio convencional, contudo, este sistema de plantio apresentou maior produtividade. A queima das glumelas é um dos principais componentes das mancha de grãos e pode ocasionar perdas de 12 a 30% no peso, e de 18 a 22%, no número de grãos cheios por panícula, dependendo do grau de suscetibilidade da cultivar, assim como reduzindo a qualidade após o beneficiamento, os grãos totalmente manchados apresentam gessamento e coloração escura. A escaldadura é uma enfermidade comum, principalmente em locais com temperaturas elevadas acompanhadas por períodos prolongados de orvalho ou chuvas contínuas. As perdas resultam da redução da fotossíntese e da paralisação do crescimento da plantas ocasionadas geralmente em plantios de arroz de primeiro ano em solos de cerrado e na Amazônia e região pré-amazônica, a doença é endêmica. Dentre os métodos de controle dessas doenças, a resistência genética é o principal componente do manejo integrado. A utilização de cultivares resistentes além de ser a prática mais econômica, permite racionalizar o seu uso e de outros insumos como adubação e tratamento com fungicidas. Medidas de controle integrado das doenças do arroz de terras altas, aumentam a produtividade levando em consideração os custos de produção e redução dos impactos ambientais das medidas adotadas.
Fonte: Sistemas de Produção EMBRAPA