31 janeiro, 2013

Braquiária decumbens - Brachiaria decumbens (Stapf)

Nome científico

Brachiaria decumbens (Stapf)

Nome comum

Capim-braquiária, braquiária, decumbens, braquiarinha

Origem

É uma espécie perene, que ocorre de forma nativa no leste tropical da África (do Equador aos paralelos 30ºL, N e S). No Brasil existem dois cultivares de B. decumbens, um de procedência do IPEAN (Instituto de Pesquisas Agropecuárias do Norte) introduzido em 1965 denominado cultivar IPEAN e outro em 1970 proveniente de sementes importadas da Austrália, porém de origem africana denominado cultivar Basilisk.

Características morfológicas

É uma planta perene, com altura variada, dependendo do manejo, geralmente entre 30 e 60 cm de altura, prostrada, geniculada, radicante, emitindo raízes adventícias e brotos nos nós inferiores. Os rizomas apresentam-se na forma de nódulos pequenos. As folhas são macias e densamente pilosas. Inflorescência racemosa contendo racemos com fila dupla de sementes. Os rizomas apresentam-se em forma de nódulos pequenos emitem grandes quantidades de estolões, os quais se enraizam com facilidade. As folhas são rígidas e esparsamente pilosas.

Características edafoclimáticas

Tem sido a espécie mais plantada desse gênero na região dos cerrados. Foi a primeira a ser plantada em larga escala no Brasil, embora se desenvolva melhor em regiões tropicais úmidas (1100 a 1400mm de chuva/ano), onde as estações secas não duram mais que 4 a 5 meses. A B. decumbens apresenta altas concentrações de raízes em camadas mais profundas do solo, apresentando, portanto, alta resistência ao estresse hídrico.

Apresenta larga adaptação climática até 1.750m acima do nível do mar. A temperatura ótima para o crescimento é de 30-35ºC. Cresce bem no verão, porém a produção é afetada por baixas temperaturas, sofrendo com a ocorrência de geadas.

Adaptada a muitos tipos de solos, requer boa drenagem e condições de boa fertilidade, embora tolere condições de acidez. A produção de forragem varia com a fertilidade do solo e umidade disponível. Trabalhos realizados no IPEAN indicaram que produz quantidades satisfatórias de forragem em solos com teores baixos de fósforo e potássio. No entanto, tem demonstrado respostas acentuadas a níveis mais altos de P e K no solo e N em cobertura. O seu nível de produção eleva-se conforme aumenta a fertilidade do solo. Apresenta boa tolerância ao sombreamento, e produz bem sob plantações de coco, seringueira e eucalipto. Após o estabelecimento, tem habilidade para suprimir a competição de plantas invasoras, mas dificulta, por outro lado, a consorciação com leguminosas. Apresenta boa tolerância ao fogo, recuperando-se satisfatoriamente, brotando em 15-20 dias, em plena estação seca.

Entretanto, tem sido constatados efeitos de fotossensibilidade em animais com idade de 8 a 16 meses. O agente causador da fotossensibilização hepatógena é o fungo Phitomyces chartarum presente.

A Brachiaria decumbens é indicada para os sistemas de criação de bovinos e bubalinos, no entanto não é muito bem aceita por equinos, ovinos e caprinos.

Com relação à declividade é indicada para solos fortemente ondulados a montanhosos. Requer solos de profundidade efetiva moderadamente rasos. Apresenta boa tolerância a solos de textura média a arenosos. Possui a característica de alta proteção contra a erosão do solo na pastagem.

Estabelecimento

O processo mais apropriado para o plantio do capim Brachiaria decumbens e por sementes, embora se propague por mudas. Para boa formação de pastagens utilizam-se 2,0 Kg/ha de sementes puras viáveis, o que corresponde a 8,5 Kg/ha de sementes com 24% de valor cultural. Boa compactação do terreno após a semeadura, garante melhores condições para a germinação.

O plantio pode ser feito a lanço, manual (em locais montanhosos, onde a declividade não permite mecanização ou em áreas pequenas), mecanizado por tratores e distribuidores de calcário e ainda a lanço por aviões (em áreas muito extensas, de relevo ondulado e áreas desmatadas onde ficaram tocos, paus e resíduos pós queimada, tornando mais fácil e econômico o plantio aéreo). Nestes casos são necessárias maiores quantidades de sementes/ha sendo que na maioria dos casos adota-se de 40 a 50% a mais de sementes.

Também pode ser realizado por plantadeiras devendo-se atentar para profundidade, que deverá ficar entre 2 a 5 cm com espaçamento entre linhas de 15 a 20 cm de largura.

Usando como exemplo um valor cultural (VC) de 24% a quantidade de semente a ser usada é de 8,5 kg/ha. Dessa forma fica dificultada a operação de plantio sendo necessária a adição de produtos para que se dilua a quantidade de semente. Pode ser usado como veículo o adubo, terra, sepilho de madeira, casca de arroz e outros. Na maioria dos casos é necessária a aplicação de fertilizantes para plantio, podendo a semente ser adicionada com o adubo de plantio. Deve-se tentar para que a semente não fique em contato com o adubo por mais de 24 horas devido a desidratação da mesma, diminuindo sua eficiência de germinação.

Uso, composição e produção

As Braquiárias têm se mostrado como plantas de elevado potencial de produção de MS. A quantidade de forragem produzida pode variar muito, pois depende das condições de solo, clima e manejo da espécie utilizada. Assim, foram encontradas produções variando de 1 a 36 ton de MS/ha/ano (LEITE & EUCLIDES, 1994).

O valor nutritivo da forragem é influenciado pela fertilidade do solo, condições climáticas, idade fisiológica e manejo a que está submetida. VALLE (1994), durante 2 anos encontrou média de 13% de PB para B. decumbens com corte de 6 semanas de idade, no mês de fevereiro.

As maiores mudanças que ocorrem na composição química das forrageiras são aquelas que acompanham sua maturação.

Ataque de pragas

Susceptível ao ataque de cigarrinhas das pastagens das espécies: Aeneolamia sp., Deois flavopicta. Os ataques mais intensos têm sido observados em áreas de elevada precipitação, durante o período chuvoso. Na região Amazônica deixou de ser cultivada devido aos intensos ataques de cigarrinha.

Fonte: Guia de Caracterização de Gramíneas

29 janeiro, 2013

Sistema de Captura do Rhynchophorus palmarum com Armadilha Tipo Pet

A broca-do-olho-do-coqueiro, Rhynchophorus palmarum é considerada uma das principais pragas do coqueiro e do dendezeiro. Além de sua larva danificar a região de crescimento (meristema) do coqueiro, o adulto é o principal vetor do nematóide Bursaphelenchus cocophilus, agente causador da doença letal do coqueiro conhecida como anel-vermelho. Uma medida de controle recomendada para evitar a disseminação da doença no campo é reduzir a população do inseto vetor por meio do uso de armadilhas com iscas atrativas. O feromônio de agregação “rhyncophorol”, colocado no interior das armadilhas e em combinação com material atrativo, contribuiu para aumentar a eficiência de captura da praga, além de facilitar o monitoramento da presença da praga em determinada região.
Vários modelos de armadilhas podem ser utilizados na captura de adultos de R. palmarum em plantações de coqueiro e dendezeiro. Dentre os modelos usados destaca-se a armadilha tipo Balde (Figura 1), que possui as desvantagens do elevado custo do recipiente, perdas por roubo e vandalismo, possibilidade de quebra e de ressecamento e um maior gasto com o atrativo alimentar.
Uma nova armadilha foi desenvolvida na Embrapa Tabuleiros Costeiros para disponibilizar no mercado um modelo que fosse, ao mesmo tempo, de baixo custo, eficiente, prático e sem atrativo para roubo. Essa armadilha, feita com material reciclável, foi denominada de armadilha tipo Pet por utilizar na sua fabricação três garrafas plásticas de refrigerante (2 litros cada).

COMO CONFECCIONAR A ARMADILHA TIPO PET


A armadilha tipo Pet é feita basicamente com três garrafas plásticas de refrigerante (Figura 2), compondo-se das seguintes partes:
Parte A - garrafa com o gargalo voltado para baixo, formando um funil que permite a entrada da praga.
Parte B - garrafa cortada a meio centímetro do final da parte afunilada e que serve como câmara de captura dos adultos.
Parte C - garrafa, da qual são retirados o fundo e a parte afunilada do gargalo e que serve para a fixação das partes A e B.
A parte C da armadilha é fixada na parte A com pedaços de arame e na parte B pela pressão das duas garrafas entre si, para facilitar a troca do atrativo (pedaços de cana-de-açúcar ou outro atrativo) e a coleta dos adultos.
Na armadilha devem ser feitos pequenos furos, tanto no fundo, para evitar acúmulo de água (parte B), como nas laterais (partes B e C), para facilitar a aeração no interior da câmara de captura e a difusão do odor dos atrativos para o exterior da armadilha.

COMO TORNAR A ARMADILHA PET ATRATIVA AO RHYNCHOPHORUS PALMARUM


No interior da câmara de captura (parte B) são colocados toletes de cana-de-açúcar com cerca de 10 cm de comprimento, e pendurada no gargalo da garrafa (parte A) uma cápsula do feromônio de agregação de R. palmarum, tendo-se o cuidado de fazer, com uma agulha, um pequeno furo na tampa, para promover a liberação do produto. A cana-de-açúcar tem sido considerada a principal fonte alimentar para ser utilizada nas armadilhas em combinação com o feromônio de agregação do R. palmarum.
Outros materiais atrativos com poder de fermentação também poderão ser utilizados, a exemplo de mamão, inhame, mandioca, casca de coco verde, abacaxi.

DISTRIBUIÇÃO, INSPEÇÃO E MANUTENÇÃO DAS ARMADILHAS NO CAMPO


As armadilhas Pet devem ser distribuídas nas bordaduras do plantio a uma distância média de 200 m entre si, a uma altura aproximada de 0,8 m do chão, de preferência sob arbustos.
A inspeção das armadilhas é feita, de preferência, a cada 8 dias. Entretanto, nos períodos de baixa densidade populacional, as inspeções podem ser realizadas quinzenalmente.
A fonte de feromônio é trocada somente, quando for constatada redução do volume no interior da cápsula, ou quando ocorrerem alterações de coloração ou de consistência do produto. Não há necessidade de substituição da cápsula antes de três meses de exposição.

COLETA E ELIMINAÇÃO DOS ADULTOS CAPTURADOS


A freqüência recomendada para a coleta dos adultos capturados na armadilha Pet é de ou oito dias ou de 15 dias, a depender da densidade populacional da praga na área.
Durante a vistoria das armadilhas os adultos capturados devem ser manualmente eliminados.
Fonte: Joana Maria Santos Ferreira - Pesquisadora da Embrapa Tabuleiros Costeiros, 2007

28 dezembro, 2012

Chove em todas as regiões do país nesta sexta-feira

Alerta para trovoadas isoladas no Centro-Oeste e no Sul.

A previsão é de pancadas de chuva e trovoadas isoladas em Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. O alerta do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é válido para esta sexta-feira, 29 de dezembro.

Na região Nordeste, pancadas de chuva isoladas no Piauí; oeste do Maranhão; litoral, mata e oeste de Pernambuco; e sul e oeste da Bahia. A previsão é a mesma para Amazonas, Pará, Amapá, Acre, Rondônia e Tocantins.

Céu parcialmente nublado a nublado com pancadas de chuva no Rio de Janeiro, São Paulo e oeste, sul e sudeste de Minas Gerais. Na região Sul, pancadas de chuva – por vezes forte – e trovoadas isoladas no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Fonte: MAPA

Produtores de soja têm orientações para evitar ferrugem asiática em GO

São feitos testes de graça para verificar a incidência do problema. Área plantada de soja é de 290 mil hectares em Rio Verde.

Um projeto do Sindicato Rural de Rio Verde, em Goiás, ajuda os agricultores a combater a ferrugem asiática, uma das principais doenças da soja. São feitos testes de graça para verificar a incidência do problema.

A área plantada de soja é de 290 mil hectares em Rio Verde, no sudoeste do estado. Segundo o IBGE, a estimativa é colher mais de 900 mil toneladas nesta safra de verão. Os agricultores que tiveram problemas com a falta de chuva durante o plantio têm a preocupação com a ferrugem asiática. A doença aparece nesta época. O fungo ataca durante o florescimento e enchimento dos grãos.

Segundo os técnicos, o momento é de alerta. O risco da doença é maior por causa do clima, que está quente e úmido. Por isso, a recomendação é fazer o monitoramento da lavoura. As amostras levadas ao laboratório são analisadas praticamente na hora e o resultado é imediato.

Na safra de verão passada, o laboratório foi responsável pela pesquisa de mais de 1,2 mil análises e foram encontrados 37 focos de ferrugem asiática. Este ano, nenhum caso foi registrado, mas não há boa previsão.

“Esse ano, nós começamos a plantar. Depois, paramos. E recomeçamos. O produtor tem que fazer o controle preventivo na primeira para não passar para a segunda. O produtor não pode deixar multiplicar o fungo, que é devastador”, diz Antônio Carlos Bernardes, diretor do laboratório.

Esse trabalho de análise é realizado pelo Sindicato Rural há cinco anos.

Fonte: G1

Financiamentos de máquinas e equipamentos agrícolas batem recorde

Com aumento de 44% em apenas um mês nos financiamentos adquiridos para aquisição de máquinas agrícolas, equipamentos de irrigação e estruturas de armazenagem, o Programa de Sustentação do Investimento (PSI-BK) registrou recorde entre julho e novembro deste ano de R$ 3,6 bilhões. Em outubro, esse valor foi de R$ 2,5 bilhões. Comparando com os mesmos cinco meses de 2011, quando alcançou R$ 2,6 bilhões, o acréscimo foi de 36,2%. A redução da taxa de juros do PSI-BK de 5,5% para 2,5% ao ano é o principal motivo, segundo o Governo Federal, para o aumento das contratações. O valor especial vigorará até o dia 31 de dezembro deste ano. De acordo com o Departamento de Economia Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), ao todo, os produtores contrataram no período 60,3% dos R$ 6 bilhões previstos para a atual safra, que termina em junho de 2013. A avaliação atualizada mensalmente das contratações do crédito agrícola é realizada pelo Grupo de Acompanhamento do Crédito Rural, coordenado pela Secretaria de Política Agrícola do Mapa.

Recuperação da produtividade da cana-de-açúcar é meta para 2013

Medida pretende renovar canaviais com mais de seis cortes. Promover a expansão da oferta de matérias-primas para a produção do etanol a fim de atender a capacidade industrial alcooleira instalada. Esta é uma das medidas prevista para as ações a serem implementadas em 2013 no setor sucroalcooleiro. Para atingir esta meta, o governo federal pretende recuperar a produtividade de parte do canavial com média abaixo da ideal, o que corresponde às canas de 6º corte ou mais, com um adicional de 15% da cana de 5º corte. Outra medida é atender a ociosidade média estimada das usinas de aproximadamente 16%. Para a Secretaria de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SPAE/Mapa), também fazem parte do elenco das prioridades para o próximo ano, a organização e a capacitação da cadeia produtiva canavieira, investimento em pesquisas de matérias-primas para a produção de etanol, com resultados previstos para 2020. E ainda desenvolvimento de sistemas de cultivo de sorgo sacarino para a produção complementar de etanol, tendo como meta 100 mil hectares plantados no ano que vem. O setor canavieiro do Brasil tem o desafio de atender a crescente demanda doméstica por etanol. De acordo com estudos da Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE), para responder a essa demanda, o Brasil precisará atingir uma produção, em 2020, de 1,2 bilhões de toneladas de cana-de-açúcar e 72,5 bilhões de litros de etanol. Para fins de referência, na safra 2012/13, a produção esperada de cana-de-açúcar deverá alcançar 595,13 milhões de toneladas, que produzirão 23,6 bilhões de litros de etanol e 37,66 milhões de toneladas de açúcar. Espera-se que a representatividade do consumo do etanol no total da frota de veículos leves retome o patamar observado antes das recentes crises de safra canavieira. Para atingir os compromissos assumidos pelo País com relação à Convenção sobre Mudança do Clima, será essencial abastecer boa parte da frota de veículos do Ciclo Otto, com etanol, consolidando este biocombustível como principal fonte usada em substituição a parcela de gasolina. Já para o setor do biodiesel, o desafio é a produção de matérias-primas em quantidade suficiente para responder às demandas estipuladas no Plano Decenal de Expansão de Energia para 2013, sem que haja competição com a produção de alimentos. São estratégicos os investimentos em pesquisas de matérias-primas para a produção de biodiesel. De acordo com a SPAE, é necessário pesquisas em oleaginosas que possam substituir a soja como principal produto na produção do biodiesel, entre elas, culturas como a canola, pinhão manso e mamona.

Governo destina mais R$ 55 milhões para seguro rural

Medida provisória garante total de R$ 329 milhões em subvenção no ano de 2012. Foram empenhados R$ 55 milhões para subvenção ao prêmio do seguro rural nesta sexta-feira, 28 de dezembro, por meio de medida provisória destinada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Com esse crédito extraordinário, chega a R$ 329 milhões o total destinado para subsídio em 2012 – alta de 30% em relação ao ano passado. Inicialmente, estavam previstos para este ano R$ 274 milhões, dos quais R$ 100 milhões foram autorizados na semana passada por meio da Lei 12.752/2012. A verba será disponibilizada para as seguradoras habilitadas no Programa de Subvenção Federal. Para 2013, o Plano Trienal do Seguro Rural (PTSR) do Mapa prevê R$ 400 milhões em recursos, com valores maiores nos anos seguintes (R$ 459 milhões em 2014 e R$ 505 milhões em 2015). O seguro rural é, atualmente, um dos mais importantes instrumentos de política agrícola que ajudam a promover o desenvolvimento do setor. Essa modalidade de garantia – que protege as atividades agropecuárias contra os fenômenos climáticos adversos – é indispensável à estabilidade da renda, à geração de emprego, ao desenvolvimento e a maior tranqüilidade ao produtor rural. De 2005 a 2011, o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) disponibilizou R$ 963,1 milhões. No ano passado, foram adquiridas por meio dessa modalidade 57.885 apólices, por 40,1 mil produtores, garantindo capitais na ordem de 7,3 bilhões e cobertura securitária para 5,6 milhões de hectares.

Ibama doa mais de 300 m³ de madeira para o Sistema Penitenciário do PA

Carga é destinada à produção de móveis para penitenciárias do Pará. Madeira doada é resultado de apreensões durante operação em 2010.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama/PA), doou mais de 300 metros cúbicos de madeira beneficiada à Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe) na tarde da última quarta-feira (19). O material equivale a oito caminhões carregados de madeira.

A madeira doada é proveniente de apreensões realizadas em 2010. A ação, conhecida como operação Delta, foi um trabalho conjunto do Ibama, Polícia Federal, Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) e Força Nacional.

A carga é formada por tipos nobres como maçaranduba, muiracatiara e jatobá e foi destinada à produção de móveis e mobília para o sistema penitenciário do Pará.

De acordo com o Superintendente da Susipe, André Cunha, a aquisição resulta em economia de matéria-prima e aumento de produção nas unidades.

“A matéria-prima é o item mais caro para a confecção desses móveis e essa doação representa uma economia substancial. Além de ter uma madeira de qualidade para a produção destes itens, podemos contribuir para aumentar a nossa capacidade de produção e gerar mais postos de trabalho para a população carcerária”, explica.

Para a produção dos móveis, a Susipe distribuirá a matéria-prima entre as seguintes unidades prisionais: Presídio Estadual Metropolitano I (PEM I), Centro de Recuperação Penitenciário do Pará II (CRPP II), Centro de Recuperação do Coqueiro (CRC) e Centro de Recuperação Regional de Paragominas (CRRPA), já que ambas possuem marcenaria.

Fonte: G1

24 dezembro, 2012

Batata

Cultivo
Botânica
Escolha da semente
Época de plantio
Escolha da área de plantio
Plantio
Manejo de plantas daninhas e soqueira
Dessecação das ramas

Batata - Época de plantio

A principal safra na cultura da batata nas principais áreas das regiões Sul e Sudeste do Brasil é a “das águas”, que é plantada em agosto-dezembro e colhida de novembro em diante.

O plantio “de inverno’, realizado de abril a julho e colhido em julho-outubro, é também praticado nessas mesmas regiões, em locais onde não ocorrem geadas, mas depende de irrigações durante o ciclo. Já o cultivo “da seca”, que começa em janeiro-março, deve ser realizado o mais cedo possível para evitar as geadas em regiões onde ocorre inverno rigoroso.

Regiões consideradas não tradicionais para o cultivo da batata, como o Planalto Central e áreas altas na Região Nordeste, comumente apresentam condições razoáveis de plantio durante o ano, quando não ocorrer excesso de chuva, que dificulta o controle de doenças e prejudica a aparência dos tubérculos. Maiores produtividade e melhor qualidade do produto são obtidos durante o inverno seco, sob irrigação.

Embora não haja muita diferença de ciclo nas cultivares plantadas no Brasil, a utilização de cultivares mais ou menos precoces pode ser associado à época de plantio, com vistas ao atendimento do mercado por período mais prolongado.

Fonte: Batata.net

Produtores de soja estão otimistas com plantio da safra 2012/13

Os agricultores estão animados com os bons prognósticos para o plantio da soja na safra 2012/13, que começa a ser semeada em setembro. Muito desse cenário se deve ao preço, que nunca esteve tão alto. Na semana passada, o preço do grão bateu US$ 17,57 por bushel (27,2155 kg) na bolsa de Chicago, uma valorização de 15% desde o início do mês, quando uma forte seca atingiu as lavouras nos Estados Unidos, a pior desde 1988.

No caso da soja, relatório do dia 10 de julho do Departamento de Agricultura americano aponta uma quebra de 7% na produção, ou seja, os Estados Unidos deixariam de colher 4,5 milhões de toneladas (t), de uma safra estimada em 87 milhões de toneladas. Entretanto, a situação das lavouras americanas vem piorando e a colheita seguramente será menor. Por isso, os preços explodiram. Na avaliação do assessor econômico da Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Sávio Pereira, esse cenário impactará no aumento da safra 2012/13 de soja. Segundo ele, o país caminha para plantar a maior safra de todos os tempos, que pode levar o Brasil a superar os Estados Unidos e se tornar o maior produtor de soja do mundo.

Dados do décimo levantamento divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no início deste mês, mostram que a área de soja plantada no Brasil foi de 25 milhões de hectares e a produção estimada de 66 milhões de toneladas. Se não tivesse havido a quebra da safra, por conta da estiagem nas regiões produtoras, a produção certamente chegaria a 78 milhões de toneladas, calcula Pereira. Para o próximo ano, poderá atingir 82 milhões de t, comparativamente a atual safra americana projetada em 83 milhões de toneladas, mas que poderá ficar abaixo de 82 milhões de t, o Brasil ultrapassaria os Estados Unidos na produção de soja.

Em meio ao otimismo, os agricultores brasileiros se preparam para o início do plantio da próxima safra. Condições para isso são disponibilizadas pelo Governo através do acesso ao crédito mais barato para custeio e investimento, por exemplo, e de maior recurso. O Plano Agrícola e Pecuário 2012/13, divulgado pelo Ministério da Agricultura no final de junho, prevê recursos de R$ 115 bilhões para a agricultura empresarial. Desse montante, R$ 86,9 bilhões são para financiar o custeio e a comercialização e R$ 28,2 bilhões para os programas de investimentos. Se comparado ao plano anterior, o aumento dos recursos foi de 7,5%, fundamental para a continuidade do progresso da agricultura brasileira, no entendimento do Governo.

Fonte: Ministério da Agricultura (http://www.agricultura.gov.br)

Batata - Dessecação das ramas

Um dos fatores importantes na produção de batata-semente é a manutenção da qualidade fisiológica e fitossanitãria das plantas até o final do ciclo da cultura. A cultura da batata está sujeita a ataques tardios de doenças, principalmente de viroses. Dessa forma, a destruição da parte aérea das plantas com alguma antecedência à senescência normal é indispensável para a manutenção da sanidade dos tubérculos-sementes.

A dessecação das ramas permite também regular o tamanho das batatas-sementes e uniformizar o secamento ou maturação das plantas, facilitando a colheita mecânica. A época de realizar a dessecação émuito importante, pois é necessário maximizar a produção de batata-semente sem, entretanto, reduzir o valor destas. Recomenda-se dessecar as ramas quando a cultura apresentar uma maior frequência de tubérculos do tipo 11(33 a 45 mm) e III (23 aSS mm).

A aplicação de dessecante depende de cada cultivar, sendo ainda influenciada pelo clima, solo, irrigação, tratos culturais e sanidade da cultura. A maneira menos onerosa de se fazer a dessecaçào é pela destruição mecãníca da folhagem. O corte pode ser manual (alfanje) ou mecãnico (máquinas que cortam as ramas ou roçadeiras). Tem a desvantagem de deixar hastes e plantas daninhas nos sulcos (entre os camalhôés) e, às vezes, danificar tubérculos.

Até o momento, os melhores resultados obtidos para a dessecação tem sido com o uso de produtos químicos, que atuam como herbicidas de contato, destruindo a parte aérea da planta sem causar danos mecânicos aos tubérculos-semente. O uso incorreto desta técnica apresenta inconvenientes quanto à economia e à qualidade do tubérculo produzido. Por isso, devem ser observados a dosagem, época, horário e a técnica mais adequada para a aplicação do produto.

Um dessecante deve ser considerado satisfatório quando promover a rápida e total dessecação de folhas e hastes sem causar nenhum tipo de dano aos tubérculos. Poucos produtos têm mantido registro no Ministério da Agricultura e do Abastecimento para uso na cultura de batata-semente.

Quando a destruição da planta de batata não é completa, ela continua vegetando, podendo aumentar o peso dos tubérculos e hospedar patógenos e pragas. Nas condições em que a biomassa das plantas (batata e plantas daninhas) for muito alta e, principalmente, em período de estiagem ou em plantações com cultivares muito vigorosas, recomenda-se associar os métodos mecânico e químico, com a vantagem de que a destruição mecãnica feita no dia anterior à aplicação do produto químico facilita e aumenta a ação do dessecante.

O herbicida diquat é largamente utilizado como dessecante para batata, não sendo recomendado seu uso em período de estiagem por ser translocado para os tubérculos e causar escurecimento na região vascular, com posterior apodrecimento.

O paraquat é um herbicida muito similar ao diquat em relação ao efeito dessecante. Atua por contato, sendo rapidamente absorvido pelas plantas, apresentando resultados visíveis algumas horas após sua aplicação.

Recomenda-se a aplicação do diquat ou paraquat no período da manhã, para que os produtos possam ser ativados pela luz imediatamente após a aplicação, diminuindo as possibilidades de pequena translocação dos mesmos, com consequente resíduo nos tubérculos.

Fonte: Batata.net

Batata - Manejo de plantas daninhas e soqueira

A cultura de batata não deve sofrer interferência direta ou indireta de plantas daninhas para garantia da sua qualidade e produtividade. Elas interferem diretamente no desenvolvimento da cultura competindo por água, nutrientes, luz e gás carbônico (CO2), podendo ainda liberar substâncias inibidoras de crescimento, denominadas aleloquimicos. Indiretamente elas servem como hospedeiras de muitas pragas e patógenos que atacam a batata.

Em geral, é na primeira metade do ciclo vegetativo que ocorre o efeito mais adverso das plantas daninhas à cultura, reduzindo marcadamente a produção. Assim, é necessário manter a cultura no limpo nos primeiros 30 a 50 dias, época em que, normalmente se faz a amontoa.

Em áreas altamente infestadas com plantas daninhas, ocorre interferência mesmo após a amontoa, justificando, nestes casos, adotar métodos eficientes de controle para garantir boa produção. Plantas daninhas no final do ciclo da cultura não interferem significativa-mente na produção. Entretanto, podem provocar danos indiretos, dificultando a colheita, aumentando a quantidade de sementes no solo e disseminando pragas e doenças na área.

No controle das plantas daninhas, destaca-se o método cultural que engloba as práticas que tornem a cultura mais competitiva do que as plantas daninhas. Este método cultural inclui a rotação de culturas, espaçamento e plantio adequados e manejo da área após a colheita, de modo a evitar que as plantas produzam novas sementes e se proliferem. O preparo antecipado do solo, em torno de 2 a 3 semanas do plantio constitui, também, uma alternativa cultural bastante eficiente, principalmente para os casos de áreas altamente, infestadas com plantas daninhas. A emergência antecipada das mesmas facilitará sua eliminação antes do plantio, através do uso de herbicidas ou meios mecânicos.

A completa eliminação das plantas daninhas através do método cultural é difícil, pois requer muita mão- de-obra. O cultivo com máquinas apresenta o inconveniente de não eliminar as plantas daninhas nos camalhões, além de muitas vezes danificar as plantas. Em regiões onde a cultura é explorada em pequenas áreas ou em áreas acidentadas, o controle é realizado através de capinas mecânicas (tração animal) completado com capinas manuais, principalmente nos camalhóes. Em regiões onde o cultivo é mais tecnificado, normalmente em grandes áreas, é comum o uso de herbicidas na época do plantio (pré-plantio ou pré-emergência), seguido de uma ou duas cultivações (tração motorizada), as quais, geralmente, coincidem com a(s) amontoa(s).

Os herbicidas devem ser escolhidos em função da sua eficiência, segurança e economicidade, levando-se em conta o programa de rotação de culturas e outras recomendações técnicas para o cultivo.

O conhecimento das espécies de plantas daninhas na área antes do preparo do solo é fundamental para a escolha correta de herbicidas pré-emergentes que sáo usados quando as áreas estão livres de vegetação. O solo para aplicação de herbicidas em pré-plantio ou pré-emergência não deve conter torrões e deve apresentar, preferencialmente, teor de umidade inicial próximo da capacidade de campo. As menores doses de herbicidas são normalmente usadas nos solos com altos teores de areia e/ou baixos teores de matéria orgânica, e as maiores para as condições inversas.

Em áreas com baixa agressividade de plantas daninhas, devem ser usados, preferencialmente, herbicidas de pós-emergência. A aplicação de herbicidas em horários de ventos fortes deve ser evitada, pois causa a deriva dos produtos. A aplicação eficiente e correta ainda depende da calibração do pulverizador e do cálculo da dosagem. Em geral, pode-se combinar um herbicida que age sobre gramíneas com outro que atua sobre folhas largas.

Na colheita, seja manual ou mecanizada, são deixados no campo muitos tubérculos (150 a 350 mil/ha), geralmente os danificados e os menores de 4 mm de diâmetro. Esses tubérculos brotarão, constituindo novas plantas denominadas soqueira’ ou “resteva” da batata. Quando a cultura é plantada sucessivamente no mesmo local, o resultado é sempre o aumento da população da soqueira. Essas plantas funcionam como plantas daninhas nas culturas subseqüentes, hospedando insetos e patógenos. A falta de controle da soqueira de batata aumenta o problema fitossanitário da área para novos plantios ou em áreas adjacentes, agravando também o problema de mistura varietal. No controle da soqueira é muito importante que a planta seja destruída antes do desenvolvimento de novos tubérculos.

O uso de herbicida tem mostrado ser um método eficiente para controlar a soqueira da batata. Diversos herbicidas atuam nos tubérculos e plantas; entretanto, poucos são aqueles que têm baixa ou nenhuma ação residual no solo. Os produtos 2-4-D, dicamba, diquat e paraquat aplicados em pós-emergência diminuem a formação de novos tubérculos, mas somente os dois primeiros reduzem a capacidade de brotação dos tubérculos. Glyphosate e aminotriazole podem controlarcompletamente o crescimento da batata, porém, isso depende da completa emergência dos tubérculos. Aminotriazole mata os tubérculos filhos já presentes durante a aplicação, enquanto que glyphosate afeta a vabilidade destes, assim como a habilidade para produzir novas plantas. O glyphosate bloqueia a produção de novos tubérculos, principalmente, quando aplicado no início da tuberização. Em geral, a ação do glyphosate, diquat e paraquat pode ser melhorada com a adição de sulfato de amônio ou uréia à 0,2 - 0,3% na calda.

Tubérculos ou brotos não emergidos na época da aplicação de herbicidas normalmente não são afetados, podendo formar plantas sadias posteriormente. Nos casos de escapes ou rebrotas, as reaplicações dos tratamentos tornam-se necessárias para completar o controle das soqueiras.

Fonte: Batata.net

Batata - Plantio

Após a adubação, plantam-se os tubérculos no sulco, distanciados de 20-50 cm na linha, dependendo do tamanho da batata-semente. No caso de plantio com adubadora-plantadora, a operação é simultânea, com o mesmo espaçamento entre plantas. Quando o plantio é manual, um arado de aiveca pode ser usado para cobrir os tubérculos. A profundidade de plantio é de aproximadamente 15cm; plantio muito profundo retarda a emergência e favorece o ataque de pragas e doenças do solo. Já plantio raso resulta em produção de tubérculos superficiais, sujeitos ao esverdeamento, a não ser que seja feita uma boa amontoa.

A mesma profundidade do plantio é importante para uniformizar a emergência, facilitando os tratos culturais. Em época mais fria, quando a emergência é mais lenta, o plantio deve ser mais superficial.

De preferência, o solo deve estar úmido por ocasião do plantio, nunca seco ou encharcado. Para isso, recomenda-se molhar o solo um ou dois dias antes do plantio. Os tubérculos-semente, portanto, devem estar bem cobertos com uma camada de solo ligeiramente úmida, não necessitando irrigação nos próximos 5 dias, a não ser que a umidade do ar esteja muito baixa. Neste caso, deve-se fazer uma irrigação leve após o plantio. Excesso de água antes da emergência favorece sobremaneira a podridão-mole provocada por Erwinia, resultando em falhas no estande.

A quantidade de batata-semente necessária para o plantio de um hectare depende do seu tamanho. Quando se utilizar batata-semente do tipo 1 (diâmetro do tubérculo medindo de 50 a 60 mm) são necessárias 114 caixas de 30 Kg. Se a batata-semente for do tipo II (diâmetro do tubérculo de 40 a 50 mm) são necessárias 74 caixas. Quando a batata-semente é do tipo III gastam-se cerca de 52 caixas. Para os tipos 1,11 e III recomenda-se um espaçamento de 50 cm, 40 cm e 20-30 cm entre tubérculos, respectivamente.

Quando as hastes das plantas estiverem com 25 a 30 cm de altura, aproximadamente aos 25-30 dias de plantio, faz-se a amontoa, ou “chegamento’ de terra, em ambos os lados da fila de plantas, formando um camalhão com cerca de 20cm de altura. Esta operação visa a proteger os tubérculos mais superficiais contra a exposição direta dos raios solares, que causam escaldadura e esverdeamento dos mesmos.

Dependendo da intensidade das chuvas e do estado vegetativo da cultura, pode ser feita uma segunda amontoa aos 60 dias de plantio para evitar que os tubérculos sejam expostos à luz e fiquem esverdeados, tornando-os inadequados ao consumo. A amontoa manual ou mecânica (Eig. 6) funciona também como controle de plantas danínhas.

A amontoa, quando não é feita adequadamente, pode provocar ferimentos nas raízes e na parte aérea das plantas, proporcionando portas de entrada para uma série de patógenos, como os que causam a rizoctoniose, murcha-bacteriana, podridão-seca e podridão-mole. Para proteger a parte do caule que será coberta durante esta operação, recomenda-se a pulverização do campo imediatamente antes da amontoa com fungicidas cúpricos, que são eficientes contra fungos e bactérias. Esta recomendação só é válida para operações mecanizadas, já que a amontoa manual irá expor o operário ao contato com o fungicida.

Fonte: Batata.net

Batata - Escolha da área de plantio

A batata deve ser plantada de preferência em áreas bem ventiladas, com solos profundos, bem estruturados e férteis, química e organicamente, e que tenham sofrido rotações de culturas preferencialmente com gramineas. Devem ser evitados os solos muitos úmidos, pois prejudicam o arejamento das raízes e favorecem o apodrecimento dos tubérculos. Também não são recomendáveis os solos muito compactados, os erodidos (pobres, fracos) e os muito argilosos que, além da dificuldade no seu preparo, provocam deformação nos tubérculos, depreciando-os para a comercialização.

É importante evitar áreas contaminadas com doenças de solo que possam ser imitantes ao bom desempenho da cultura, especialmente se a produção vier a ser utilizada como batata-semente. A associação da bataticultura com pastagens é altamente recomendável, pois permite a rotação de batata (1 ano) com gramíneas (mínimo de 3 anos), tendo-se o cuidado de não deixar que soqueira da batata se desenvolva no meio da gramínea usada na rotação. A rotação de culturas com gramíneas, além de resultar em maior produtividade e melhor qualidade de batata, evita a abertura de novas áreas, preservando assim a vegetação natural e, consequentemente, o meio ambiente.

Fonte: Batata.net

Batata - Escolha da semente

A batata-semente é um fator fundamental para garantir a qualidade e a produtividade em uma cultura de batata. O plantio de batata-semente de má qualidade pode comprometer uma safra, mesmo que todas as outras condições sejam altamente favoráveis ao cultivo. Portanto, recomenda-se a utilização de uma batata-semente com boa sanidade, estado fisiológico e brotação adequada.

A boa sanidade da batata-semente é proporcionada pelas inspeções no campo, na colheita e no armazém, garantindo níveis toleráveis de doenças. Tubérculos com estas características são encontrados em batata-semente das classes básica, registrada ou certificada, produzidas por produtores especializados e cadastrados nas Secretarias de Agricultura dos Estados.

E necessário também que a batata-semente se apresente em um bom estado fisiológico e bem conservada, isto é, colhida na época adequada, túrgida e firme. Deve-se evitar a utilização de tubérculos esgotados e murchos, indicativos de uma idade fisiológica muito avançada. O plantio desses tubérculos mal conservados resulta em plantas pouco vigorosas e ciclo vegetativo mais curto, comprometendo seriamente a produção.

Uma outra característica essencial é a brotação adequada da batata-semente. A brotação é considerada apropriada quando os brotos apresentam-se com comprimento próximo de 1 cm. Deve-se evitar o plantio de tubérculos com um único broto ou com brotos pouco desenvolvidos, que dão origem a poucas hastes por cova, que além de insuficientes para garantir a produtividade, pode provocar falhas se hastes forem quebradas ou atacadas por doenças ou pragas. Por outro lado, o plantio de tubérculos com brotos pouco desenvolvidos pode retardar a emergência, causando um crescimento desuniforme das plantas, dificultando os tratos culturais. Em adição, o atraso da emergência expõe os brotos por mais tempo ao ataque de doenças e pragas de solo.

A conservação da batata-semente depende da maneira como ela é tratada desde a colheita até a época de plantio. O armazenamento por um período prolongado, normalmente por até 8 meses, é feito em câmaras frias a temperaturas que oscilam entre 2 e 400 e umidades relativas acima de 85%. Nestas câmaras, as caixas de batata-semente são empilhadas de maneira a se ter um espaço entre elas para facilitar o arejamento dos tubérculos. O armazenamento por um período mais curto, em torno de três meses, pode ser feito em galpões sombreados bem ventilados, sendo as caixas empilhadas à semelhança da câmara fria. Deve-se evitar o armazenamento em locais sujeitos a intempéries, como chuvas e geadas, que prejudicam os tubérculos para seu uso como semente.

É importante observar constantemente a batata-semente quanto ao ataque de pulgões a partir do momento em que se inicia a brotação. Os pulgões podem ser introduzidos para dentro nas câmaras Irias ou galpões associados com as batatas-sementes ou levados de plantas hospedeiras existentes ao redor das câmaras ou galpões. Os pulgões podem transmitir vírus ao lote de batata-semente armazenado. Uma outra praga que pode comprometer a qualidade da batata-semente durante o armazenamento é a traça-da-batata, cujas larvas penetram nos tubérculos na região das gemas, comprometendo a brotação quando os danos são muito severos. Ao notar a presença de pulgões ou traças, o produtor deve fazer o controle imediato (ver capítulo sobre controle) sob o risco de ter todo o lote de batata-semente danificado e impróprio para o plantio.

Podridões de tubérculos, provocadas por fungos e bactérias, devem ser constantemente monitoradas no armazém. Tubérculos total ou parcialmente podres devem ser eliminados para evitar transmissão das doenças.

Grande polêmica existe sobre o tratamento químico da batata-semente. Em primeiro lugar, nenhum tratamento, por melhor que seja, substitui uma semente de boa qualidade produzida sobre rigoroso controle e manuseada adequadamente. Deve-se reconhecer, entretanto, que populações de patógenos, principalmente de solo, permanecem associados aos tubérculos após a colheita. Alguns deles provocam apodrecimento durante o armazenamento, enquanto outros somente se multiplicam, interna ou externamente, vindo a comprometer o plantio comercial seguinte como fonte inicial de inóculo. O tratamento a seco ou com pulverização bastante fina com o fungicida thiabendazol, após a qual o tubérculo é deixado secar bem antes de ser armazenado, é eficiente para o controle da podridão-seca causada por várias espécies de Fusarium. Mergulhar preventivamente os tubérculos em solução de antibióticos ou fungicidas é desaconselháveis, já que a sujeira da solução pelo solo aderido à batata faz com que a maioria dos princípios ativos dos desinfestantes perca a eficiência, aumentando ainda o risco de infestação de todo o lote, caso hajam tubérculos infectados neste lote.

A utilização de batata-semente cortada é muito comum em países de clima temperado. Tem a vantagem de reduzir o custo de produção, principalmente quando se dispõe de tubérculos grandes como “semente’. Embora possa ser usada no Brasil em algumas regiões e em épocas do ano não sujeitas à condição de solos quentes e úmidos após o plantio, sua recomendação em países de clima tropical e subtropical deve ser vista com restrições. Tem resultado em significativas falhas de estande por facilitar o apodrecimento da batata-semente antes da emergência.

Fonte: Batata.net

Batata - Botânica

O gênero Solanum, da família Solanacea, contém mais de 2.000 espécies, embora somente cerca de 150 produzam tubérculos. A batata cultivada no Brasil pertence à espécie tetraplóide Solanum tuberosum. Esta espécie é dividida em duas subespécies, S. tuberosum subsp. tuberosum e S. tuberosum subsp. andigena, sendo esta última cultivada somente nas regiões andinas. Por outro lado, as cultivares mais modernas de batata possuem em seu genoma várias características de outras espécies, como S. demissun, S. chacoense e S. phureja, adquiridas através de cruzamentos artificiais visando principalmente à incorporação de resistência a doenças.

Uma planta normal de batata é composta de tantas hastes quanto forem os brotos que emergirem da batata-semente, folhas compostas, flores, raízes, estolões e tubérculos.

O caule aéreo da batata é normalmente oco na sua parte superior. Tem secção circular, quadrangular ou triangular, podendo apresentar asas, que são lisas ou onduladas. Quando o caule cresce diretamente do tubérculo-mãe ou próximo dele, é chamado de "rama", que pode ou não se ramificar.

As folhas são compostas, sendo formadas por um pecíolo com folíolo terminal, por folíolos laterais e, às vezes, por folíolos secundários e terciários. Dependendo da cultivar, as folhas têm tamanho, pilosidade e tonalidade de verde diferentes.

As flores da batateira apresentam o corola gamopétala com cinco pétalas, em cor que varia de branca a azulada. São distribuídas em inflorescência do tipo cimeira. O androceu e o ginicoceu amadurecem ao mesmo tempo, facilitando a autofecundação, que ocorre na maioria cultivares. Em algumas cultivares como a 'Achat', os botões florais caem antes da polinização; em outras , há florescimento, porém o seu pólen estéril não permite fecundação. Os frutos são biloculares do tipo baga, de cor verde, normalmente medindo de 2 a 3 cm de diâmetro, contendo de 40 a 240 sementes por fruto.

O sistema radicular da planta é relativamente superficial, com a quase totalidade das raízes permanecendo a uma profundidade não superior a 40 - 50 cm. Entretanto, em solos argilosos férteis e sem camadas de obstrução, podem alcançar até 1,0 m de profundidade. Quando o plantio é feito com batata-semente, as plantas desenvolvem raízes adventícias nos nós do caule subterrâneo, facilmente visíveis nas brotações dos tubérculos. Quando a semente verdadeira (semente-botânica) é plantada, forma-se uma raiz pivotante com raízes laterais.

Os tubérculos são caules adaptados para reserva de alimentos e também para reprodução. Formam-se como resultado do engrossamento da extremidade dos estolões, que são caules modificados, subterrâneos, semelhantes a raízes. Entretanto, tubérculos aéreos podem se formar nas axilas das folhas quando o transporte de substâncias de reserva, sintetizadas nas folhas, é bloqueado por ação mecânica ou pelo ataque de doenças e pragas, principalmente a rizoctoniose, que provoca o anelamento da base do caule.

Na superfície dos tubérculos as estruturas mais evidentes são os olhos, cada um contendo mais de uma gema, e as lenticelas. Vários fatores, como cultivar, tamanho do tubérculo e condições de cultivo afetaram o número de olhos por tubérculos. Por exemplo, um tubérculo de 'Bintje' de 45mm de diâmetro tem de 12 a 15 olhos distribuídos em forma de espiral. Cada olho possui uma gema principal também produz brotações laterais ou estalões.

Quando o tubérculo é cortado longitudinalmente, pode-se observar a periderme (pele),o cortéx, o anel vascular, a medula externa e a medula interna, esta mais clara, que se comunica com os olhos. A pele ou película da batata, formada de 5 a 15 camadas de células, é praticamente impermeável a líquidos e gases, protegendo o tecido contra o ataque de pragas e doenças. Quando a colheita é precoce e o tubérculo ainda não está maduro, a pele se solta com facilidade, favorecendo a deterioração do tubérculo pela entrada de patógeno e perda de umidade.

As lenticelas, que são pequenos sistemas de comunicação entre a parte interna do tubérculo e o exterior, são estruturas importantes para a respiração. Tubérculos produzidos em solos muito úmidos apresentam a lenticelose, que consiste em lenticelas abertas e de tamanho aumentado, provocada por uma reação dos tecidos para compensar a baixa disponibilidade de oxigênio. A lenticelose favorece a entrada de microrganismos fitopatogênicos nos tubérculos.

Quando a superfície do tubérculo é ferida, logo inicia-se um processo de formação de uma camada corticosa (suberização), que protege o tecido contra a perda de água. Este processo é chamado de "cura". A suberização é mais rápida em temperatura alta (acima de 25ºC), alta umidade relativa (cerca de 90%) e alto suprimento de oxigênio. Entretanto, estas condições favorecem também os fitopatógenos, fazendo com que a cura no armazenamento da batata (principalmente da batata-semente) deva ser feita em temperatura abaixo de 15ºC e umidade abaixo de 90%.

O tubérculo passa por um período de dormência compreendido entre a colheita e o início de brotação. Não existe correlação entre período de dormência e ciclo da planta ou teor de sólidos solúveis no tubérculo. Além da cultivar, outros fatores que afetam o período de dormência são:

1 - maturidade do tubérculo na colheita: quanto mais maduro o tubérculo, menor será o período de dormência;
2 - condições ambientais durante o cultivo: o período de dormência dos tubérculos tende a ser menor quando a batata é cultivada em dias curtos e em temperaturas altas;
3 - condições de armazenamento: em temperaturas baixas, o período de dormência é maior.

Fonte: Batata.net

Batata - Cultivo

A batata (Solanum tuberosum L.), também conhecida como batatinha ou batata-inglesa, é nativa da América do Sul, da Cordilheira dos Andes, onde foi consumida por populações nativas em tempos que remontam a mais de 8.000 anos. Foi introduzida na Europa por volta de 1570 provavelmente através de colonizares espanhóis, tornando-se importante alimento principalmente na Inglaterra, daí o nome batata-inglesa. Por volta de 1620, foi levada Europa para a América do Norte, onde tornou-se alimento popular. Atualmente, a batata ocupa o 4º lugar entre os alimentos mais consumidos do mundo, sendo superada apenas pelo trigo, arroz e milho.

No Brasil, o cultivo mais intenso da batata, juntamente com outras hortaliças, iniciou-se na década de 1920, no cinturão verde de São Paulo. Hoje, a batata é considerada a principal hortaliça no país, tanto em área cultivada como em preferência alimentar. A área plantada anualmente está em torno de 170.000 ha, com produção superior a 2.500.000 t/ha. As Regiões Sul e Sudeste (PR, SC, RS, MG e SP) são as principais produtoras, contribuindo com aproximadamente 98% da área plantada com batata no Brasil. Estado como Paraíba, Bahia, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Sergipe e o Distrito Federal produzem batata em microclimas específicos ou durante épocas do ano com temperaturas e/ ou pluviosidade baixas.

A - Planta completa; B - Inflorescência; C - Tubérculo; D - Tubérculo cortado longitudinalmente.

Graças a um melhor domínio das técnicas de cultivo, especialmente com uso de batata - semente de melhor qualidade e com irrigação, a produtividade nacional aumentou quase 40% do início da década de 1970 até o final da década de 80, o que levou a um aumento da produção total da ordem de 15%, mesmo com uma redução da área plantada.

Veja na Tabela 1 o valor alimentício estimado da batata a partir de 100g de tubérculos com casca, preparados de diferentes maneiras.

Apesar da crença popular de que a batata só contém carboidratos, seus tubérculos contêm proteínas de alta qualidade, além de considerável quantidade de vitaminas e sais minerais. O teor de proteínas é duas vezes superior ao da mandioca; 100g de batata cozida conseguem suprir até 13% da quantidade diária de proteína recomendada para crianças e até 7% para adultos. Além disso, a batata possui um balanço adequado de proteína e energia: quem consome batata suficiente para seu suprimento de energia recebe também uma quantidade significativa de proteína. Com isso, a batata necessita menor complementarão protéica que outras raízes e tubérculos e muitos cereais. Adicionalmente, a batata é boa fonte de vitamina C e de algumas vitaminas do complexo B, especialmente niacina, tiamina e vitamina B6. Entre os alimentos energéticos, a batata é o mais rico em niacina. A batata ainda é razoável fonte de ferro, boa fonte de fósforo e magnésio e ótima fonte de potássio. Seu baixo conteúdo de sódio a credencia para dietas que exigem baixo teor de sal.

Fonte: Batata.net

23 dezembro, 2012

Embrapa e Emater-PA buscam elevar produtividade da pimenta-do-reino

Um projeto desenvolvido em parceria entre a Embrapa Amazônia Oriental (Belém/PA) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater/PA) pretende aumentar a qualidade e a produtividade da pimenta-do-reino. O Pará é responsável por aproximadamente 80% da produção nacional, sendo o Brasil um dos maiores produtores da especiaria no mundo.

O projeto reúne dez boas práticas já existentes e recomendadas, que usam tecnologias disponíveis para aumentar a produção, longevidade do cultivo e melhorar a qualidade do produto final.

A intenção do projeto é aumentar a média de produtividade, que hoje é de 2,5 kg por planta. No entanto, segundo pesquisadores da Embrapa, já existem tecnologias que permitem o aumento de produtividade superior a 3,5 kg por planta, além de elevar a longevidade do cultivo.

O projeto conta ainda com a parceira da Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Pimenta-do-reino (Abep).

Entre agosto de 2011 e agosto de 2012, as vendas externas brasileiras de pimenta-do-reino ultrapassaram a receita de US$ 200 milhões, com 50 mil toneladas exportadas e uma área plantada de 20 mil hectares.

Fonte: Globo Rural

Mistura de etanol à gasolina deve voltar a 25% em maio de 2013

A porcentagem de etanol anidro adicionado à gasolina, atualmente em 20%, deve voltar a patamares de 2010, quando a mistura era de 25%. A afirmação partiu dos líderes do setor sucroenergético, que já prevêem uma safra melhor para a temporada 2013/2014, que começa oficialmente em abril de 2013. Outro fator que deve animar o Ministério das Minas e Energia a anunciar os 25% é a crescente produtividade dos canaviais nacionais, a primeira vez nas últimas cinco safras.

O presidente interino da União das Indústrias de Cana-de-Açúcar, Antonio de Pádua Rodrigues, acredita que o ministério esteja esperando apenas o início da safra e as primeiras estimativas oficiais para anunciar a medida, o que deve ocorrer em meados de maio ou junho. "É uma questão de tempo, pouco tempo e irreversível", disse o executivo. "O governo vai primeiro sentir o cenário para assegurar que será possível voltar à mistura de 25% e nós, do setor, estamos certos de que a próxima safra vai dar subsídio para a decisão do governo", diz.

Pádua diz que já nesta temporada, os investimentos feitos em canaviais, cerca de R$ 3,4 bilhões, já estão mostrando resultados positivos e que pelo menos 40% dos canaviais foram renovados. "A produtividade também voltou a crescer após cinco safras de declínio. Estamos apenas começando ver os resultados dos investimentos e, na próxima safra, teremos condições ainda melhores, se o clima ajudar", afirma. A expectativa é que a produtividade dos canaviais chegue perto das 80 toneladas de cana por hectare na próxima temporada. Atualmente, está em 74 toneladas por hectare.

O consultor Plínio Nastari, da Datagro Consultoria, diz que a volta dos 25% de etanol anidro à gasolina vai mexer um tanto com o mix de produção, já que a demanda será de aproximadamente 2 bilhões de anidro, o que consumiria 24 a 25 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. A produção de etanol anidro na safra 2012/2013 está estimada em 8,30 bilhões de litros.

Fonte: Globo Rural