Usinas finalizam trabalhos. Mesmo com qualidade prejudicada pelas chuvas, volume colhido garante estoque na entressafra.
A indústria sucroalcooleira de Mato Grosso encerrou nesta semana a moagem da safra 2012. Com o fim do trabalho de colheita e processamento, tem início a entressafra da cultura. Mesmo com alguns problemas observados na qualidade da cana-de-açúcar, foi possível produzir o volume estimado de etanol que, segundo o setor, é suficiente para garantir a passagem de um ciclo para outro, ou seja, atender à demanda até o reinício da atividade em meados de março do ano que vem.
A garantia de abastecimento, pelo menos, na teoria inibe futuras altas pela pressão da entressafra até o primeiro trimestre do próximo ano. Conforme a Agência Nacional do Petróleo (ANP), de janeiro a outubro deste ano, pouco maios de 292 milhões de litros foram consumidos no Estado, menor volume dos últimos três anos.
Como explica o diretor executivo do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindalcool), Jorge dos Santos, as chuvas que se mantiveram sobre o Estado até meados de junho, favoreceram o desenvolvimento do milho, mas prejudicaram a qualidade, o rendimento da cana. “Colhemos volume, mas a qualidade não foi muito boa. Tivemos de moer cerca de 700 mil toneladas a mais nesta reta final do ano para fazer o mesmo volume de etanol do ano passado e garantir o abastecimento do Estado. Mais uma vez cumprimos nosso compromisso de não deixar faltar o combustível em Mato Grosso”. Como ressalta o executivo, além de garantir a média de 900 milhões de litros de etanol neste ciclo, esta entressafra será mais curta, pois já há previsão de que algumas usinas retomem as atividades ainda em março.
O segmento encerra 2012 em um cenário oposto ao registrado no ano anterior, quando a safra foi encerrada de forma excepcional em meados de outubro por falta de cana, devido à quebra de produção. As mesmas chuvas que tiraram parte do rendimento da safra 2012 é a mesma que beneficiou os canaviais que serão colhidos no próximo ano e por isso a previsão é de que somente em 2013, dez anos depois, a safra mato-grossense retome o volume contabilizado no ciclo 2002/03, de 16 milhões toneladas (t).
Conforme uma prévia do Sindalcool realizada junto às dez usinas em atividade no Estado, na semana passada, a safra encerra com ganho de 4,86% sobre o volume colhido no ano anterior, de 14,40 mil t para 15,10 mil t, esse último refere-se até novembro. Com relação à produção do etanol, a média de 890 milhões de litros a 900 milhões será mantida e como houve a necessidade de transformar mais cana em etanol, a produção de açúcar passou de 487 mil t para 480 mil.
MERCADO
Sobre novas altas ao preço final do etanol hidratado – o álcool combustível – Santos frisa que não é possível descartar, já que em meados deste mês as usinas, como forma de conter o aumento de custo provocado pela adição de 700 mil t, ampliaram em cerca de R$ 0,05 o litro, mas na bomba o efeito se multiplicou em até R$ 0,24.
Fonte: Agrolink