21 julho, 2012

Milho - Doenças

Nos últimos anos, notadamente a partir do final de década de 90, as doenças têm se tornado uma grande preocupação por parte de tédcnicos e produtores envolvidos no agronegócio do milho. Relatos de perdas na produtividade devido ao ataque de patógenos têm sido frequentes nas principais regiões produtoras do país. Nesse contexto, vale destacar a severa epidemia de cercosporiose ocorrida na região Sudoeste do estado de Goiás no ano de 2000, na qual foram registradas perdas superiores a 80% na produtividade.

É importante entendermos que a evolução das doenças do milho está estreitamente relacionada à evolução do sistema de produção desta cultura do Brasil. Modificações ocorridas no sistema de produção, que resultaram no aumento da produtividade da cultura, foram, também, responsáveis pelo aumento da incidência e da severidade das doenças. Desse modo, a expansão da fronteira agrícola, a ampliação das épocas de plantio (safra e safrinha), a adoção do sistema de plantio direto, o aumento do uso de sistemas de irrigação, a ausência de rotação de cultura e o uso de materiais suscetíveis têm promovido modificações importantes na dinâmica populacional dos patógenos, resultando no surgimento, a cada safra, de novos problemas para a cultura relacionados à ocorrência de doenças.

Dentre as doenças que atacam a cultura do milho no Brasil, merecem destaque a mancha branca, a cercosporiose, a ferrugem polissora, a ferrugem tropical, os enfezamentos vermelho e pálido, as podridões de colmo e os grãos ardidos. Além destas, nos últimos anos algumas doenças (como a antracnose foliar e a mancha foliar de Diplodia), consideradas de menor importância, têm ocorrido com elevada severidade em algumas regiões produtoras. A importância destas doenças é variável de ano para ano e de região para região, em função das condições climáticas, do nível de suscetibilidade das cultivares plantadas e do sistema de plantio utilizado. No entanto, algumas das doenças são de ocorrência mais generalizada nas principais regiões de plantio, como é o caso da mancha branca. As principais medidas recomendadas para o manejo de doenças na cultura do milho são:

1) utilizar cultivares resistentes;
2) realizar o plantio em época adequada, de modo a evitar que os períodos críticos para a cultura coincidam com condições ambientais mais favoráveis ao desenvolvimento da doença;
3) utilizar sementes de boa qualidade e tratadas com fungicidas;
4) utilizar rotação com culturas não suscetíveis;
5) rotação de cultivares;
6) manejo adequado da lavoura – adubação equilibrada (N e K), população de plantas adequada, controle de pragas e de invasoras e colheita na época correta.

Essas medidas, além de trazerem um benefício imediato ao produtor por reduzir o potencial de inóculo dos patógenos presentes na lavoura, contribuem para uma maior durabilidade e estabilidade da resistência genética presentes nas cultivares comerciais por reduzirem a população de agentes patogênicos. A mais atrativa estratégia de manejo de doenças é a utilização de cultivares geneticamente resistentes, uma vez que o seu uso não exige nenhum custo adicional ao produtor, não causa nenhum tipo de impacto negativo ao meio ambiente, é perfeitamente compatível com outras alternativas de controle e é, muitas vezes, suficiente para o controle da doença. Para fins didáticos, as doenças do milho aqui abordadas serão agrupadas de acordo com o órgão da planta infectado, formando os seguintes grupos: doenças foliares; podridões de colmo e das raízes; podridões de espigas e de grãos; e doenças sistêmicas.

Doenças Foliares

Cercosporiose (Cercospora zeae-maydis)
Mancha branca (etiologia indefinida)
Ferrugem Polissora (Puccinia polysora Underw.)
Ferrugem Comum (Puccinia sorghi)
Ferrugem Tropical ou Ferrugem Branca (Physopella zeae)
Helmintosporiose (Exserohilum turcicum)
Mancha de Bipolaris maydis (Bipolaris maydis)
Mancha de Bipolaris Zeicola (Bipolaris zeicola)
Mancha foliar de Diplodia (Stenocarpella macrospora)
Antracnose foliar do milho (Colletotrichum graminicola)

Podridões do Colmo e das Raízes

Antracnose do colmo (Colletotrichum graminicola)
Podridão de Diplodia (Stenocarpella maydis e Stenocarpella macrospora)
Podridão de Fusarium (Fusarium spp.)
Podridão de Macrophomina (Macrophomina phaseolina)
Podridão por Pythium (Pythium aphanidermatum)
Podridões bacterianas (Gênero Pseudomonas spp. e Erwinia spp.)
Podridão de raízes (Fusarium spp., Pythium spp. e Rhizoctonia spp.)
Podridões de espiga e grãos ardidos
Podridão branca da espiga (Stenocarpela maydis e Stenocarpela macrospora)
Podridão de Fusarium (Fusarium moniliforme e Fusarium subglutinans)
Podridão de Giberela (Gibberella zeae)
Grãos ardidos
Micotoxinas
Controle das podridões de espiga e de grãos ardidos

Doenças sistêmicas

Enfezamentos
Míldio (Peronosclerospora sorghi)

Viroses

Rayado Fino (Maize Rayado Fino Virus)
Mosaico comum do milho (Sugarcane Mosaic Virus - SCMV)

Doenças causadas por nematóides

Doenças causadas por nematóides

Recomendações para o controle químico de doenças na cultura do milho