21 julho, 2012

Milho - Doenças - Podridão de raízes (Fusarium spp., Pythium spp. e Rhizoctonia spp.)

Etiologia

As podridões de raízes podem ser causadas por um complexo de patógenos envolvendo várias espécies de fungus dos gêneros Fusarium spp., Pythium spp. e Rhizoctonia spp. Além disso, bactérias, nematóides e insetos que se alimentam das raízes podem estar associados às podridões radiculares.

Sintomas

Os sintomas típicos das podridões radiculares incluem o aparecimento de lesões de coloração escuras e, consequentemente, de raízes apodrecidas. Os sintomas na parte aérea são enfezamento, cloroses, murcha e redução da produtividade devido à menor absorção de água e nutrientes. Em alguns casos, podem evoluir e atingir os tecidos do colmo.

Figura: Sintomas da podridão radicular em plantas de milho.

Manejo das podridões de colmo e de raízes

Não existe uma medida única recomendada para o controle das podridões de colmo e de raízes em milho. Para se obter sucesso no manejo dessas doenças, um conjunto de medidas devem ser executadas de forma integrada. A primeira e, talvez, a mais importante é a escolha correta da cultivar. Nesse caso, deve ser dada preferência para híbridos que apresentem, além de alta produtividade, satisfatória resistência no colmo. Resultados obtidos pela Embrapa Milho e Sorgo demonstram a existência de variabilidade quanto à resistência à podridão de colmo e raízes em genótipos de milho. Outros critérios, como adubação equilibrada, principalmente quanto à relação N/K, manejo de irrigação, controle de pragas, de plantas daninhas e de doenças, densidade de plantas, época de plantio e colheita, são de fundamental importância e devem ser considerados num programa de manejo dessas podridões na cultura do milho.

A ocorrência de podridão de colmo não necessariamente resulta em tombamento de plantas no campo. Entretanto, alguns pontos devem ser considerados. A realização da colheita no momento adequado é um dos principais fatores que devem ser observados em campos de produção apresentando sintomas da doença. Para isso, o monitoramento da lavoura passa a ser de fundamental importância. O exame de campo consiste em avaliar, além dos sintomas na casca, a firmeza do colmo. Nesse caso, a avaliação é feita pressionando-se, com os dedos, o primeiro e/ou o segundo entrenó do colmo acima do solo. Colmos sadios são firmes e a casca oferece forte resistência à pressão dos dedos. Em colmos apodrecidos, a casca cede facilmente quando pressionada devido à desintegração dos tecidos vasculares.

Alguns híbridos apresentam a casca bastante resistente, o que impede o tombamento da planta, mesmo quando os tecidos internos apresentam-se apodrecidos. No entanto, a resistência da casca pode não ser suficiente para evitar o tombamento se a colheita for retardada e as plantas forem expostas a condições adversas como ventos e chuvas fortes. Recomenda-se que campos apresentando entre 15 e 20% de podridão de colmo, de acordo com as avaliações descritas acima, sejam colhidos o mais breve possível para evitar perdas devido ao acamamento de plantas.

Recentemente, grande ênfase tem sido dada ao uso de fungicidas na cultura do milho para o manejo de doenças. No entanto, existe pouca informação sobre a eficiência desses produtos sobre os patógenos causadores de podridão no colmo. Resultados recentes da Embrapa Milho e Sorgo sugerem um efeito indireto da aplicação de fungicidas no controle dos patógenos causadores de podridões. Desse modo, o uso de fungicidas, por promover uma melhor sanidade foliar e preservar a capacidade fotossintética das plantas, resulta, indiretamente, numa menor necessidade de translocação de nutrientes do colmo para a espiga, impedindo ou reduzindo sua senescência precoce.

Fonte: Sistemas de Produção EMBRAPA