21 julho, 2012

Milho - Doenças - Antracnose foliar do milho (Colletotrichum graminicola)

Importância e Distribuição

Com a ampla utilização do plantio direto, sem rotação de culturas, e o aumento das áreas de plantio do milho na safra e na safrinha, a antracnose tornou-se uma das doenças mais amplamente distribuídas nas regiões produtoras de milho do Brasil. A doença pode reduzir a produção do milho em até 40% em cultivares suscetíveis sob condições favoráveis de ambiente. Um fator complicador relacionado à ocorrência da antracnose é a inexperiência por parte da maioria dos técnicos em reconhecer os sintomas dessa enfermidade no campo, permitindo que ela ocorra em elevadas severidades, resultando em perdas significativas à produção.

Sintomas

As lesões foliares são observadas em plantas nos primeiros estágios vegetativos e, de modo geral, a antracnose é a primeira doença foliar detectada no campo. Os sintomas são caracterizados por lesões de coloração marrom escura e formato oval a irregular, o que torna, às vezes, difícil seu diagnóstico. Tipicamente, um halo amarelado circunda a área doente das folhas. Sob condições favoráveis, as lesões podem coalescer, necrosando grande parte do limbo foliar e surgem, no interior das lesões, pontuações escuras que correspondem às estruturas de frutificação do patógeno, denominadas acérvulos. Nas nervuras, são observadas lesões elípticas de coloração marrom avermelhada que resultam numa necrose foliar em formato de “V” invertido. Esses sintomas são geralmente confundidos com os sintomas de deficiência de nitrogênio.

Figura: Sintoma da antracnose foliar do milho (Colletotrichum graminicola).
Figura: Sintomas da antracnose (Colletotrichum graminicola) na nervura e queima foliar em formato de “V” invertido em plantas de milho.

Epidemiologia

A taxa de aumento da doença é uma função da quantidade inicial de inóculo presente nos restos de cultura, o que indica a importância do plantio direto e do plantio em sucessão para o aumento do potencial de inóculo. Outro fator a influir na quantidade da doença é a taxa de reprodução do patógeno, que vai depender das condições ambientais a da própria raça do patógeno presente. Temperaturas elevas (28 a 30oC), elevada umidade relativa do ar e chuvas frequentes favorecem o desenvolvimento da doença.

Manejo da doença

As principais medidas recomendadas para o manejo da antracnose são o plantio de cultivares resistentes, a rotação de cultura e evitar plantios sucessivos, as quais são essenciais para a redução do potencial de inóculo do patógeno presente nos restos de cultura.

Fonte: Sistemas de Produção EMBRAPA