O feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris L.) é cultivado durante todo o ano, numa grande diversidade de ecossistemas, o que faz com que inúmeros fatores tornem-se limitantes para a sua produção. Entre estes fatores, um dos principais são as doenças as quais, além de diminuírem a produtividade da cultura, depreciam a qualidade do produto.
O feijoeiro é hospedeiro de inúmeras doenças de origem fúngica, bacteriana e virótica. As doenças fúngicas estão divididas em dois grupos com base na sua origem. Assim, temos as doenças denominadas da parte aérea e cujos agentes causais não sobrevivem no solo e, as doenças de solo, cujos agentes causais encontram-se adaptados para sobreviverem neste ambiente. Entre as principais doenças fúngicas, da parte aérea do feijoeiro comum encontram-se a antracnose, a mancha-angular, a ferrugem, o oídio e a mancha-de-alternária além de duas outras recentemente identificadas nesta cultura e denominadas de sarna e carvão. Entre as principais doenças cujos agentes causais apresentam capacidade de sobreviver no solo encontram-se o mofo-branco, a mela, a podridão-radicular-de-Rhizoctonia, podridão-radicular-seca, a murcha-de-fusário e a podridão-cinzenta-do-caule. As doenças de origem bacteriana mais importantes são o crestamento-bacteriano-comum e a murcha-de-Curtobacterium. Os vírus do mosaico-comum e do mosaico-dourado são as doenças viróticas de maior importância que podem ocorrer na cultura do feijoeiro comum.
Com exceção da ferrugem, do oídio e do mosaico dourado todas as doenças, com maior ou menor intensidade, são transmitidas pelas sementes. De um modo geral, as doenças de origem fúngica e bacteriana podem ser disseminadas, à longa distância através das sementes infectadas e as doenças fúngicas, também através das correntes aéreas. Á curta distância, estas doenças são disseminadas pelas sementes infectadas, vento, chuvas, insetos, animais, partículas de solo aderidas aos implementos agrícolas, água de irrigação e pelo movimento do homem. O vírus do mosaico-comum é transmitido pelas sementes e por afídeos enquanto que o vírus do mosaico-dourado é transmitido pela mosca-branca.
As condições de ambiente que favorecem as principais enfermidades variam desde temperaturas moderadas (antracnose, oídio, mofo-branco, podridão-radicular-de-Rhizoctonia) a altas (ferrugem, mancha-angular, mela, podridão-cinzenta-do-caule, podridão-radicular-seca, crestamento-bacteriano-comum e murcha-de-Curtobacterium), alta umidade relativa ou água livre (maioria das doenças) ou baixa umidade tanto do ar como do solo para o oídio e a podridão- cinzenta-do-caule.
Para o controle da maioria destas doenças deve-se utilizar, sempre que possível, uma combinação adequada de métodos. Entre os mais empregados, encontram-se as práticas culturais, o controle químico e a resistência da cultivar a um ou mais patógenos desde que disponível. Como sugestão, pode-se citar uma série de práticas que os produtores devem empregar com a finalidade de diminuir as perdas ocasionadas pelas doenças: isolamento da cultura, eliminação do hospedeiro do patógeno ou do vetor, evitar introdução na área de resíduos de cultura ou de solo infectado, utilização de semente de qualidade, tratamento químico da semente, época de semeadura, rotação de culturas, preparo do solo, aração profunda, aumento do espaçamento, cobertura morta do solo, controle da água de irrigação, uso de herbicidas, cultivares resistentes, pulverizações foliares com fungicidas/inseticidas, destruição dos resíduos de culturas infectadas, entre outras.
Fonte: Sistemas de Produção EMBRAPA