O presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), Nelson Antônio Paim, participa nesta sexta-feira (10), de uma reunião no Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA), em Brasília, tentando reverter a proibição, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (IBAMA), do uso aviões para a pulverização de quatro tipos de defensivos usados em lavouras como soja, milho, arroz, algodão, cítricos e outras.
A reunião vai ocorrer às 10 horas e terá a presença de representantes do IBAMA e de membros das indústrias de defensivos (Syngenta, Basf, Bayer, Rotam, Milenia) da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), do Sindag defensivos (Sindicato Nacional das Indústrias de Produtos para Defesa Agrícola) e das associações de produtores de soja, cana-de-açúcar, algodão e cítricos.
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Conforme Paim, o problema da medida é que, além de prejudicar culturas importantes, ataca diretamente a aviação, justamente a única forma de aplicação de produtos fitossanitários para a qual existe legislação específica e fiscalização constante, abrangendo desde o pessoal técnico e equipamentos envolvidos nas operações até as instalações para limpeza das aeronaves. “O problema é menos com o produto e mais com a aviação, o que é um contrassenso".
O presidente argumenta que a aviação é a forma de aplicação mais segura hoje existente, devido à maior precisão e velocidade em relação aos meios terrestres (o que também pode significar menos uso de agrotóxicos). Além da vantagem de evitar as perdas por amassamento. “Sem falar na redução de 77% na emissão de gases e 80% de economia de água nas aplicações, em algumas lavouras”, cita Paim.
A proibição foi publicada no dia 19 de julho, no Diário Oficial da União (veja o link no final do texto), com a intenção, segundo o órgão ambiental, de proteger colônias de abelhas nas áreas de produção agrícola. As entidades de produtores, aviação e indústria química se reuniram com o IBAMA e o MAPA na última terça, em Brasília. Foi desse encontro que surgiram sete grupos de trabalho para estudar a situação (desde avaliar os efeitos dos químicos sobre as abelhas até os impactos sobre cada uma das culturas e sobre a aviação) e propor soluções para flexibilizar a medida. A reunião desta sexta é para colocar os relatórios sobre a mesa e tentar um acordo.
PROPOSTAS
Entre as propostas apresentadas pela aviação, está o mapeamento das áreas de apicultura e a interação entre os produtores de mel e os produtores de grãos, frutas e fibras, para o manejo dos insetos e das lavouras possa ser feito de modo a evitar o contato das abelhas com os químicos. Além disso, conforme Paim, apesar da aviação ter o melhor controle sobre a deriva dos produtos (quando a nuvem de defensivos se desloca um pouco para fora da área aplicada), podem ser adotadas técnicas para minimizar ainda mais a deriva. Por exemplo, com aplicação de gotas maiores nas faixas perto dos limites das propriedades.
O Brasil tem a segunda maior frota de aviões agrícolas do mundo, com cerca de 1,6 mil aparelhos. Mesmo assim, as aeronaves são responsáveis por 23% das pulverizações realizadas em lavouras pelo País. Atualmente, a maior parte das aeronaves de pulverização está concentrada no Centro-Oeste, mas o Rio Grande do Sul tem cerca de um terço das empresas de aviação agrícola. Conforme o Sindag, existem hoje cerca de 260 empresas prestadoras de serviços e 200 aviões de propriedade de produtores.
Fonte: AGROLINK (http://www.agrolink.com.br)