LONDRES (Reuters) - Egito e Argélia, países líderes na importação de trigo, aproveitaram uma modesta correção nos preços do grão nesta semana para retomar as compras, num movimento que reflete temores do mercado de que os preços altos chegaram para ficar devido à seca nos EUA e uma esperada paralisação de exportações da Rússia.
Preocupações de que a crise de alimentos de 2008 se repita colocaram a segurança alimentar no topo da pauta dos governos, e importantes compradores tiraram vantagem de uma queda na cotação do trigo na bolsa de Chicago de cerca de 8 por cento na comparação com as máximas da sexta-feira.
"Acredito que o Egito e a Argélia estão indicando que veem esta como uma janela de oportunidade e não o pico", disse um trader europeu.
A maior compradora de trigo do mundo, a agência estatal do Egito que cuida de fornecimento de commodities (GASC, na sigla em inglês), adquiriu trigo russo e ucraniano nesta terça-feira, a segunda compra desde que os preços começaram a recuar na sexta-feira.
Outro grande importador, a Argélia, comprou trigo durum e abriu licitação para trigo para farinha com encerramento neste sessão.
"Isso mostra um pouco de nervosismo da parte deles", disse um trader a respeito das licitações da Argélia. "Eles querem garantir mais volume."
A ameaça de que a Rússia, importante produtor, possa restringir exportações devido à seca também está causando vendas agressivas por parte de traders que querem descarregar trigo antes que qualquer limitação às vendas seja imposta.
A Rússia baniu as exportações de trigo dois anos atrás, por quase 12 meses, após uma forte estiagem.
"Traders querem se livrar do máximo de trigo que puderem porque acreditam que uma proibição de exportações pela Rússia pode ser imposta a partir do fim de setembro, sinalizando o fim da safra da Rússia", disse James Dunsterville, analista chefe da consultoria Agrinews, de Genebra, na Suíça.
Fonte: AGROLINK (http://www.agrolink.com.br)