Peso do frete sobre o valor da saca de soja recuou nos últimos 3 anos, conforme análise do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Atualmente representa 15,68% da saca (60 kg), cotada em R$ 61,95, enquanto que, em 2010, 24,7% do preço da saca (R$ 44,69) era destinado aos custos com transporte. Valor pago por saca se manteve estável nos últimos 2 anos. No porto de Paranaguá (PR), por exemplo, o valor do frete sobre o preço médio da saca caiu 8,88%, baixando de R$ 8,86 em 2010 para R$ 8,48 este ano.
Quebra da safra no Sul e no Nordeste do país afetou diretamente a baixa. Daniel Latorraca, analista do Imea, explica que a diminuição da produção nessas regiões elevou a oferta de transporte para Mato Grosso. Segundo ele, deve-se considerar nesse panorama, além do frete quase constante, que o valor da saca também teve forte alta a cada ano. De 2011 para 2012, a valorização foi de 28,9%, o que evidentemente ajuda a a reduzir o impacto do frete sobre a produção.
Para o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Carlos Henrique Fávaro, o setor está cada vez mais “encurralado”, aumentando a produção e não tendo como escoar por causa da falta de logística. “Estrangulamento vai piorar ano a ano, safra a safra, até chegar um momento que vamos parar de crescer por falta de infraestrutura”.
Para piorar a situação, novas variáveis estão mudando o cenário neste 2º semestre, conforme Latorrac. O preço do frete vai alterar com o início da colheita no Paraná, o aumento no óleo diesel e os reflexos da regulamentação da profissão de motorista. Uma opção para o escoamento poderá ser a Ferrovia Senador Vicente Vuolo (Ferronorte). De acordo com o superintende comercial da concessionária América Latina Logística (ALL), Leonardo Recondo Azevedo, a ferrovia será responsável pelo escoamento de grande parte da safra 2012/2013, já que a previsão é que os terminais estejam em operação até o fim deste ano.
Embarque - Até a última sexta-feira (10), 62,1% da soja mato-grossense saiu do país pelo porto de Santos, em São Paulo, somando 6,094 milhões de toneladas (t), de um total 9,807 milhões (t) já exportados. Principal destino do grão foi a China (6,6 milhões/t), seguido pela Espanha (846 mil/t) e Holanda (403,7 mil/t).
Fonte: AGROLINK (http://www.agrolink.com.br)