A ocorrência de doenças, plantas daninhas e insetos pragas, juntos ou individualmente podem afetar significativamente o potencial produtivo da planta de milho. Também os insetos pragas em especial, podem afetar de maneira total ou parcial esse potencial produtivo. É possível encontrar em determinada região ou determinado ano agrícola, a presença de espécies de pragas que têm a capacidade de reduzir o número ideal de plantas, seja por danificar e matar a semente logo após o plantio, ou a plântula antes ou após a emergência.
A planta também pode ser morta pelo efeito sinérgico do ataque dos insetos praga e pela competição com outros fatores, como plantas daninhas, doenças ou estresses abióticos como escassez de água, por exemplo. Em função da espécies de insetos e da época de ataque pode não ocorrer a morte da planta, e sim uma redução parcial de sua capacidade de produção. No entanto, como pode haver ataques por mais de uma espécie, o somatório das perdas pode atingir valores significativos, a ponto de comprometer a rentabilidade do agronegócio. O manejo de pragas tem sido considerado como fator fundamental para reduzir as perdas ocasionadas pelas pragas levando em consideração além dos aspectos econômicos, também os aspectos ambientais, notadamente quando ainda se considera a utilização de um inseticida químico como parte das táticas do manejo..
As pragas iniciais atacam as sementes, raízes e plântulas (Plantas jovens) do milho após a semeadura. O tipo de ataque reduz o número de plantas na área cultivada e o potencial produtivo da lavoura. Esses insetos são de hábito subterrâneo ou superficiais e a maioria das vezes passam despercebidos pelo agricultor, dificultando o emprego de medidas para o seu controle.
Vários insetos atacam as sementes, raízes e plântulas (Plantas jovens) do milho após a semeadura. O tipo de ataque reduz o número de plantas na área cultivada e o potencial produtivo da lavoura. Esses insetos são de hábito subterrâneo ou superficiais e a maioria das vezes passam despercebidos pelo agricultor, dificultando o emprego de medidas para o seu controle. A importância desses insetos variam de acordo com o local, ano e sistema de cultivo. As principais espécies, sua importância para a cultura, sintomas de danos e métodos de controle disponíveis são descritos a seguir:
Pragas que atacam sementes e raízes:
Larva alfinete (Diabrotica spp.)
Larva arame (Conoderus spp., Melanotus spp)
Bicho bolo, coró ou pão de galinha (Diloboderus abderus, Eutheola humilis, Dyscinetus dubius, Stenocrates sp, Liogenys, sp.)
Percevejo castanho (Scaptocoris castanea e Atarsocoris brachiariae)
Larva Angorá (Astylus variegatus)
Cupim (Procorniterms sp., Cornitermes sp., Syntermes sp. e Heterotermes sp.)
Pragas que atacam as plântulas (Plantas jovens):
Lagarta elasmo (Elasmopalpus lignosellus)
Tripes (Frankliniela williamsi)
Percevejos - Barriga Verde (Dichelops furcatus, D. melacanthus), Verde (Nezara viridula)
Cigarrinha do milho (Dalbulus maidis)
Pulgão do milho (Rhopalosiphum maidis)
Lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda)
Cigarrinha das pastagens (Deois flavopicta)
Broca da cana (Diatraea saccharalis)
Lagarta rosca (Agrotis ipsilon)
Os danos causados pelas pragas da fase vegetativa e reprodutiva do milho variam de acordo com o estádio fenológico da planta, condições edafoclimáticas, sistemas de cultivo e fatores bióticos localizados. Nessas fases, a cultura é atacada por várias espécies-praga.
Dentre as principais pragas da fase vegetativa e reprodutiva podem ser citadas:
Na fase vegetativa:
Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda)
Curuquerê-dos-capinzais (Mocis latipes)
Broca da cana-de-açúcar (Diatraea saccharalis)
Pulgão-do-milho (Rhopalosiphum maidis)
Na fase reprodutiva:
Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda)
Lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea)
A definição de manejo integrado de pragas (MIP) adotada por um painel organizado pela FAO enuncia: "Manejo Integrado de Pragas é o sistema de manejo de pragas que no contexto associa o ambiente e a dinâmica populacional da espécie, utiliza todas as técnicas apropriadas e métodos de forma tão compatível quanto possível e mantém a população da praga em níveis abaixo daqueles capazes de causar dano econômico".
Os fundamentos, tanto do Controle Integrado como do Manejo Integrado de Pragas, baseiam-se em quatro elementos:
1 - na exploração do controle natural;
2 - nos níveis de tolerância das plantas aos danos causados pelas pragas;
3 - no monitoramento das populações para tomadas de decisão;
4 - na biologia e ecologia da cultura e de suas pragas.
Estas premissas implicam no conhecimento dos fatores naturais de mortalidade, nas definições das densidades populacionais ou da quantidade de danos causados pelas espécies-alvo equivalentes aos níveis de dano econômico (NDE) e de controle (NC), que fica imediatamente abaixo do NDE. Outra variável importante seria a determinação do nível de equilíbrio (NE) das espécies que habitam o agroecossistema em questão. Em função da flutuação da densidade da espécie-alvo e de sua posição relativa a esses três níveis (NE, NDE E NC) ao longo do tempo, as espécies podem ser classificadas em pragas-chave (densidade populacional sempre acima do NDE), pragas esporádicas (densidade na lavoura raramente atinge o NDE) e não-pragas (a densidade da espécie em questão nunca atinge o NDE).
Mais recentemente tem sido proposto também o nível de não-controle (NNC), ou seja, a densidade populacional de uma ou mais espécies de inimigos naturais capaz de reduzir a população da espécie -alvo a níveis não econômicos, dispensando assim, a utilização de medidas de controle. A partir da safra 2008/2009 o Brasil passou a cultivar oficialmente milhos transgênicos, desta forma é importante que os produtores tenham informações sobre o Manejo Integrado de pragas em lavouras plantadas com milho geneticamente modificado com gene bt (Milho Bt).
Fonte: Sistemas de Produção EMBRAPA